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ESPÍRITO SANTO
1º Seminário Capixaba do Hip Hop reúne coletivos e fortalece laços com o Iphan
Foto: Superintendência do Iphan no Espírito Santo
O Museu Capixaba do Negro Verônica da Pas, em Vitória (ES), recebeu no dia 7 de junho o 1º Seminário Capixaba do Hip Hop, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A iniciativa, realizada em parceria com o Coletivo CriAtividade e com apoio da Prefeitura de Vitória e do próprio museu, teve como propósito ampliar o diálogo com as bases do movimento Hip Hop no estado, contribuindo para sua valorização como expressão cultural e instrumento de transformação social.
Ao longo de toda a programação, o seminário reuniu artistas, produtores culturais, professores, gestores públicos e estudantes universitários em mesas de debate e apresentações que abordaram temas como memória, identidade, saberes e políticas públicas. Estiveram presentes representantes de coletivos de diversas cidades capixabas, como Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Dores do Rio Preto, Ibiraçu, João Neiva, Serra, Vila Velha e Vitória. No total, estiveram presentes 37 lideranças desta manifestação cultural, ligadas a grupos como Abatyba, Batalha de Rima, Cinco Ayô, Instituto Urbano, Dedo Torto Crew, Levante, entre outros.
Segundo o superintendente do Iphan no Espírito Santo, Joubert Filho, a ação demonstrou a importância da manifestação no contexto da produção cultural das periferias das cidades. Essa é uma cultura potente, com muita conexão com a juventude periférica, que encontra na arte a capacidade de fazer a crítica social necessária e reivindicar as políticas públicas fundamentais para superar os desafios do cotidiano e transformar suas comunidades", avaliou.
Durante os debates, foram levantadas questões estruturais como a dificuldade de acesso a recursos públicos, a concentração de investimentos na região metropolitana, a ausência do Hip Hop no ambiente escolar, a pouca valorização de iniciativas sociais desenvolvidas pelos coletivos e a necessidade urgente de enfrentamento ao racismo. As falas reafirmaram a potência do movimento e a urgência de políticas públicas que reconheçam sua contribuição cultural e social.
Para o historiador e técnico do Iphan, Filipe Oliveira, o seminário teve papel fundamental na aproximação institucional com o movimento Hip Hop, permitindo uma escuta qualificada das demandas e desafios enfrentados pelos coletivos.
“O evento foi uma oportunidade de divulgar o processo de patrimonialização, que ganhou impulso com a entrega do Inventário Participativo da Construção Nacional do Hip Hop ao Iphan e com as tratativas que estão em andamento na instituição. A atividade também atraiu parceiros institucionais para a promoção de ações educativas com este bem cultural”, concluiu o técnico.
Como desdobramento, foi definido o desejo coletivo de realizar uma segunda edição do seminário em 2026, desta vez na cidade de Colatina. Também surgiu a proposta de produção de uma publicação que registre a trajetória do Hip Hop no Espírito Santo, com destaque para as memórias de seus pioneiros, as principais pautas políticas e os lugares de manifestação desse bem cultural.
Mais informações
Assessoria de Comunicação Iphan - comunicacao@iphan.gov.br
Ana Carla Pereira – carla.pereira@iphan.gov.br
