Notícias
Cooperação internacional
Marina se reúne com ministros da França e Alemanha para estreitar cooperação rumo à COP30
Marina Silva em encontros com a francesa Agnes Pannier-Runacher (superior) e o alemão Carsten Schneider (inferior) - Foto: Fernando Donasci/MMA e Ana Rosa Alves/COP30
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, se reuniu, nos últimos dias, com suas contrapartes francesa, Agnes Pannier-Runacher, e alemã, Carsten Schneider, em Nice, na França. Nos encontros, realizados no contexto da 3ª Conferência do Oceano da ONU (UNOC3), Marina defendeu a necessidade de que a COP30, Conferência do Clima da ONU de Belém (PA), seja um momento-chave para acelerar a implementação de acordos climáticos firmados na última década, desde a assinatura do Acordo de Paris.
Marina destacou sobretudo as resoluções do Consenso dos Emirados Árabes Unidos, resultado da COP28, pelo qual 196 nações concordaram em triplicar as energias renováveis, duplicar sua eficiência energética, acabar com o desmatamento até 2030 e fazer a transição para o fim dos combustíveis fósseis, principal fonte global de gases de efeito estufa.
Para isso, ela disse aos ministros, é preciso que os países, incluindo a União Europeia, apresentem, nos próximos meses, compromissos de redução de emissões de gases-estufa (as chamadas NDCs) para 2035 alinhados ao objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento médio do planeta a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais. Liderando pelo exemplo, o Brasil apresentou sua NDC ainda na COP29, em novembro de 2024. Por meio dela, o país se compromete a reduzir de 59% a 67% de suas emissões até 2035, na comparação a 2005.
Marina também reforçou a necessidade de ampliação do financiamento climático para US$ 1,3 trilhão anuais, com fontes públicas e privadas, partindo dos US$ 300 bilhões prometidos na COP29, em Baku, no Azerbaijão.
Ocorrido na última segunda-feira (9/6), o encontro com Agnes Pannier-Runacher, titular da pasta da Transição Ecológica, da Biodiversidade, da Floresta, do Mar e da Pesca da França, destacou os valores comuns compartilhados pelos dois países, como democracia, direitos humanos, sustentabilidade e justiça climática. Ao lado do presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e da diretora-executiva, Ana Toni, Marina quis saber das perspectivas da França para a COP30.
Já a reunião com Carsten Schneider, que comada o Ministério para o Meio Ambiente, Ação Climática, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, realizada no último domingo (8/6), foi a primeira desde que ele assumiu o cargo, em maio.
O diálogo buscou fortalecer a histórica cooperação bilateral, explorando novas possibilidades de parceria em temas prioritários como bioeconomia, financiamento climático, descarbonização do transporte marítimo, proteção florestal e organização conjunta do Fórum Brasil-Alemanha sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade, previsto para julho de 2025 em Brasília.
Marina conversou Schneider sobre o Balanço Ético Global, centro de um dos círculos de liderança da COP30, voltados a estimular o debate sobre temas centrais para o combate à mudança do clima (saiba mais aqui). A iniciativa é liderada pelo presidente Lula e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, com o apoio da Presidência da COP30, dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e das Relações Exteriores (MRE) e do Assessor Especial do secretário-geral da ONU para Ação Climática e Transição Justa, Selwin Hart.
Inspirado no processo do Balanço Global do Acordo de Paris, que avaliou, em 2023, os avanços e desafios para sua implementação, o Balanço Ético Global busca complementar as avaliações técnicas com uma investigação ética, política e civilizatória sobre a crise climática, baseada em evidências tanto da ciência tradicional quanto daquela produzida por populações indígenas e povos e comunidades tradicionais.
O Balanço Ético Global consistirá em até seis diálogos presenciais em diferentes regiões do mundo, que reunirão líderes religiosos, artistas, representantes de populações indígenas e povos e comunidades tradicionais, jovens, cientistas, empresários, mulheres, formuladores de políticas, negociadores de clima e ativistas. Os participantes serão selecionados para refletir a diversidade de identidades, geografias, setores e visões de mundo.
Os diálogos vão gerar relatórios a serem apresentados em setembro. O documento final será entregue na pré-COP, em outubro, ao presidente Lula e ao secretário-geral da ONU, para que seja encaminhado a negociadores e tomadores de decisão.
Clique aqui para saber mais informações sobre o Brasil na UNOC3.
Assessoria Especial de Comunicação Social do MMA
imprensa@mma.gov.br
(61) 2028-1227/1051
Acesse o Flickr do MMA