Webinar “Estado da Conectividade Ecológica na Panamazônia”, do Programa ASL, reúne especialistas para discutir a restauração da conectividade

- No dia 4 de fevereiro, cerca de 170 pessoas participaram do webinar para discutir formas de melhorar a conectividade ecológica da Amazônia
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), por meio da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais (SBIO), participou no dia 4 de fevereiro do webinar “Estado da Conectividade Ecológica na Panamazônia”. O evento integra as ações do Grupo de Trabalho de Conectividade e Corredores na Amazônia Internacional, liderado pela SBIO/MMA e pelo Programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL).
Organizado pelo Programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL), pela Aliança Nor Amazônica (ANA) e pela Rede Amazônica de Informações Socioambientais Georreferenciadas (RAISG), em parceria com a SBIO/MMA, o encontro teve como objetivo subsidiar o GT com informações atualizadas para apoiar reflexões e debates sobre prioridades e oportunidades nas áreas adjacentes às fronteiras de cada um dos sete países amazônicos envolvidos no ASL — Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
Durante o encontro foi compartilhado os resultados do estudo “Efeitos de uma Amazônia Fragmentada na Biodiversidade Regional: Análise do Estado da Conectividade Ecológica em Nível Pan-Amazônico, apresentado pela RAISG e pela ANA durante a 16ª Conferência das Partes (COP16) da Convenção sobre Diversidade Biológica, realizada em Cali, Colômbia, no final de 2024. A iniciativa também buscou promover o debate entre os participantes de estruturas envolvidas no ASL, especialistas e interessados nas questões sobre conectividade e à importância de sua conservação e recuperação.
Para Ana María González Velosa, especialista ambiental sênior e coordenadora do Programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia pelo Banco Mundial, o panorama é crucial e mobilizador. “A conectividade e a integridade ecológica e cultural da Amazônia são fundamentais para garantir a regulação do clima global, a biodiversidade e os meios de subsistência dos povos indígenas e comunidades locais que habitam a região”, afirma.
Refletindo sobre as diversas formas de uso da Amazônia por seus povos, Carlos Eduardo Marinelli, chefe de gabinete da SBIO/MMA e supervisor dos projetos ASL 1, 2 e 3 e colíder do GT Conectividade e Corredores no âmbito do Programa ASL, destaca a necessidade de pensar os corredores ecológicos e a conectividade além da perspectiva estrutural.
“Estamos falando não apenas de elementos ecológicos e biológicos, mas também sociais e econômicos. É fundamental que o processo de inclusão seja transversal, e um dos caminhos para isso é por meio de políticas públicas que considerem essa abordagem ampliada”, afirmou Marinelli, destacando a preocupação do MMA na construção e execução de programas nacionais de conectividade de paisagens, integrando políticas públicas como o Programa Nacional de Conectividade de Paisagens, coordenado pela SBIO/MMA, com ações apoiadas pelo Programa ASL.
As questões abordadas no estudo e debatidas por especialistas durante o webinar, como a importância da conectividade para a regulação climática e a resiliência dos ecossistemas, destacam a necessidade de ações como a restauração de corredores ecológicos e o fortalecimento da governança de povos indígenas e comunidades tradicionais. Esses temas são fundamentais para reforçar a relevância da Amazônia nas discussões globais sobre biodiversidade e mudanças climáticas, incluindo a COP30, que será realizada no Brasil em novembro deste ano.
Participaram do evento entre outros(as): Erwin De Nys, gerente de Meio Ambiente, da Região da América Latina e do Caribe, Banco Mundial; Felipe Samper, coordenação da Aliança Norte Amazônica – ANA; Adriana Rojas Suárez, líder da Unidade de Análise de Conectividade Ecológica na Pan-Amazônia, na Fundação Gaia, representando a Rede Amazônica de Informações Socioambientais Georreferenciadas – RAISG; Arnaldo Carneiro, conselheiro sênior na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica – OTCA; Carlos Eduardo Marinelli, chefe de gabinete na SBIO/MMA; e Ana María González Velosa, especialista ambiental sênior, coordenadora do Programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia, Banco Mundial.
Sobre o GT de Conectividade e Corredores
O webinar é uma iniciativa do Grupo de Trabalho de Conectividade e Corredores na Amazônia Internacional, liderado pelo Programa ASL (Paisagens Sustentáveis da Amazônia – Amazon Sustainable Landscapes Program) e pela SBIO/MMA. O GT tem como objetivo debater mecanismos de conectividade e corredores sob abordagem sociobiocultural, além de identificar oportunidades para ações coordenadas que fortaleçam a governança, definam prioridades e aprimorem o manejo da paisagem em áreas adjacentes às fronteiras comuns dos sete países da Amazônia Internacional apoiados pelo ASL.
Esta iniciativa faz parte do Programa ASL, que fomenta projetos no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
Acesse aqui o estudo “Efeitos de uma Amazônia Fragmentada na Biodiversidade Regional: Análise do Estado da Conectividade Ecológica em Nível Pan-Amazônico”.