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Atenção Primária
Oficina de mobilização social para APS reúne controle social, gestão e movimentos sociais da Região Nordeste
Foto: SAPS - MS
Conselheiras e conselheiros municipais e estaduais de saúde, além de representantes das secretarias de saúde dos estados do Rio Grande do Norte, Maranhão, Ceará e Piauí participaram de mais uma edição da Oficina de Mobilização Social para uma APS Mais Forte, realizada nos dias 17 e 18 de outubro, em Natal.
A atividade tem por objetivo debater, trocar experiências e fortalecer a Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, através da participação ativa dos conselhos de saúde, movimentos sociais e gestores. A discussão sobre os desafios da APS, a implementação de ações estratégicas e a participação social, a exemplo da Campanha “Aqui tem Conselho Local de Saúde” também pautaram a oficina, realizada em parceria entre o CNS e a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do MS.
A secretária executiva do CNS, Jannayna Sales, participou da abertura das atividades e destacou como a construção e o fortalecimento dos Conselhos Locais de Saúde são fundamentais para qualificar o diálogo entre gestores e comunidades, assegurando que a política de saúde seja cada vez mais intersetorial e conectada ao território. “É preciso fortalecer vínculos, ampliar a capacidade resolutiva e refletir, nas políticas, a diversidade e as especificidades locais”, afirmou.
O papel estratégico do controle social do SUS de contribuir diretamente para a formulação das políticas, criar espaços de articulação e garantir devolutivas consistentes à gestão também foi pontuado. Apesar dos 35 anos de existência do SUS, seu processo de consolidação ainda não é definitivo, como destacou Jannayna. Neste sentido, os conselhos locais ainda exigem contrapartida da gestão na escuta e no reconhecimento das melhorias.
Educação permanente e interseccional
A importância da qualificação permanente dos profissionais de saúde que atuam na Atenção Básica, a precarização dos contratos de trabalho que fragiliza vínculos, compromete a continuidade do cuidado e impacta diretamente a qualidade da política de saúde, foi ressaltada pela conselheira nacional de saúde Heliana Hemetério (Rede Candaces).
Para Heliana, a falta de servidores e o comprometimento da capacidade de resposta da rede são também desafios, a formação desses trabalhadores precisa estar articulada às ações e prioridades do SUS. Nesse sentido, é preciso chamar atenção também para as fragilidades na relação entre gestores e conselheiros, pois o distanciamento ainda existe e é urgente a construção de uma relação mais próxima, transparente e colaborativa.
A conselheira enfatizou que é impossível debater a política de saúde sem considerar a equidade e as questões que permeiam a interseccionalidade no campo da saúde coletiva, trazendo para o centro da discussão as questões de raça, gênero e a perspectiva dos próprios usuários e trabalhadores, elementos indispensáveis para que o SUS seja, de fato, universal e inclusivo.
"Defender o SUS é garantir equidade: formar quem está no dia a dia do território, aproximar gestão e conselhos e colocar raça, gênero e usuários no centro da política de saúde”, declarou.
A próxima Oficina de Mobilização Social para uma APS Mais Forte será realizada na Região Sudeste, na cidade do Rio de Janeiro, nos dias 1 e 2 de outubro.
Ascom
Conselho Nacional de Saúde