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COP30
CNS destaca vigilância, integração e saúde mental na adaptação climática
Foto: Grax Medina/MS
A presidenta do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernanda Magano, abriu sua participação na COP30 reforçando que enfrentar os impactos da crise climática exige controle social ativo, diálogo permanente com as comissões de mérito e fortalecimento das comissões intersetoriais de vigilância em saúde nos estados e municípios. Ela destacou que planos de adaptação se consolidam plenamente quando construídos de forma participativa e intersetorial.
Em sua fala, lembrou o legado da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (2018), que resultou no Plano Nacional de Vigilância Sanitária, e defendeu que as ações climáticas considerem grupos mais vulneráveis, como crianças, adolescentes e pessoas idosas. Também chamou atenção para os efeitos da crise climática sobre a saúde mental, incluindo a crescente ecoansiedade e o sentimento de abandono vivenciado por comunidades expostas a eventos extremos.
A presidenta também ressaltou a importância da articulação entre conselhos: Saúde, Segurança Alimentar, Assistência Social e Direitos Humanos para fortalecer uma abordagem que reafirme a saúde como direito humano. Antes de concluir, convocou a sociedade a se engajar na 18ª Conferência Nacional de Saúde, entendendo que a adaptação climática é também uma tarefa de todos.
Brasil lança o primeiro plano internacional de saúde e clima no “Dia da Saúde” da COP30
O Plano de Ação em Saúde de Belém, foi lançado em 13 de novembro, durante o “Dia da Saúde” da COP30, em Belém. Coordenado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o documento é o primeiro plano internacional de adaptação climática dedicado exclusivamente à saúde, consolidando o protagonismo do Brasil na agenda global de clima e saúde.

- Foto: Grax Medina/MS
O plano estabelece diretrizes globais para fortalecer os sistemas de saúde diante das emergências climáticas, integrando vigilância informada pelo clima, inteligência territorial, ciência, tecnologia e cooperação internacional. Quarenta países e outras 40 instituições e organizações sociais já aderiram à proposta. Como um plano aberto para a adesão voluntária de países, organizações internacionais e apoio da sociedade civil, academia, setor privado e filantropias, este documento será a principal contribuição do setor saúde para o mutirão global de clima e saúde com objetivo de preparar o setor para os desafios climáticos que já afetam populações em todo o planeta.
Países de diferentes continentes e sistemas de saúde, entre eles o Reino Unido, atual presidente do G20, já se juntaram ao pacto e atuarão por novas adesões. A estratégia global visa preparar sistemas de saúde para enchentes, secas, ondas de calor, poluição do ar e a proliferação de doenças como a dengue.
Estruturado em três linhas de ação integradas, o Plano de Belém responde ao Artigo 7 do Acordo de Paris, às resoluções da Assembleia Mundial da Saúde e ao Programa de Trabalho EAU–Belém, desenvolvido desde a COP28. Seus princípios centrais incluem
equidade, justiça climática e governança participativa, reforçando o papel dos territórios e das populações mais vulneráveis na construção de respostas climáticas.
AdaptaSUS é apresentado na Cúpula dos Povos como pilar nacional da resposta climática
Na sexta-feira (14), a agenda brasileira avançou para a Cúpula dos Povos, onde o Ministério da Saúde apresentou o Plano de adaptação à mudança do clima do setor Saúde (AdaptaSUS), o novo plano nacional de preparação e resposta às emergências climáticas, construído com ampla participação social e diálogo federativo, citado pela presidenta do CNS, Fernanda Magano, como exemplo de integração entre sociedade e Estado.

- Foto: Grax Medina/MS
O AdaptaSUS representa uma mudança de paradigma ao reconhecer que adaptação também é uma política de saúde. O plano reúne 27 metas e 93 ações, organizadas em eixos que fortalecem a vigilância em saúde ambiental, integram a atenção primária, orientam a infraestrutura hospitalar para eventos extremos e estimulam práticas sustentáveis no SUS.
O documento também coloca no centro populações vulneráveis e vulnerabilizadas, articulando ações com sociedade civil, universidades, movimentos sociais e organismos internacionais para coordenar a resposta nacional às emergências climáticas.
A apresentação incluiu ainda a Agenda Mais Saúde Amazônia Brasil, que reforça a expansão de serviços e o enfrentamento das desigualdades históricas na Amazônia Legal, região que já vive com intensidade os efeitos das mudanças climáticas.
Embarcação SESI Saúde Conectada ao programa Agora Tem Especialistas

Em sua agenda na COP 30, Fernanda Magano, também participou da inauguração da integração da Embarcação SESI Saúde Conectada ao programa Agora Tem Especialistas – Rios de Especialistas voltada à oferta de cuidados especializados para populações ribeirinhas e trabalhadores da indústria na Amazônia. Fruto de um Acordo de Cooperação Técnica entre o SESI e o Ministério da Saúde, a iniciativa reduz barreiras geográficas ao garantir acesso a consultas, exames e cirurgias por meio da telessaúde, uma estratégia alinhada à agenda de tecnologia, sustentabilidade e justiça social.
Elisângela Cordeiro
Conselho Nacional de Saúde, com Ministério da Saúde a Agência Brasil