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Clima
Setor saúde se mobiliza para enfrentar impactos da crise climática com base na realidade dos territórios
Foto: Ascom CNS
A Oficina Técnica de Apoio à Elaboração de Planos de Adaptação à Mudança do Clima no Setor Saúde, realizada nesta quarta-feira (27/05), em Brasília, reuniu representantes de diferentes ministérios para discutir as urgências e desafios impostos pela crise climática à saúde pública brasileira. Com foco no desenvolvimento de planos locais baseados na natureza e no fortalecimento da participação comunitária, o encontro reafirmou o papel estratégico da saúde nas discussões globais sobre mudanças climáticas e propôs ações concretas de adaptação nos territórios.
Promovido pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Mudanças Climáticas e Equidade em Saúde do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (CGCLIMA/DVSAT/SVSA/MS), o evento contou com a presença de representantes de estados, municípios, de todos os Distritos Sanitários Indígenas do país e da sociedade civil. A intersetorialidade, a participação social e os saberes locais foram apontados como eixos fundamentais para a elaboração de planos capazes de oferecer respostas eficazes às mudanças climáticas, que já impactam a realidade brasileira e global.
A presidenta do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernanda Magano, destacou o papel da Comissão Intersetorial de Vigilância em Saúde (CIVS/CNS) nas discussões sobre o tema e no apoio às ações de estados e municípios, oferecendo um espaço de articulação de estratégias e compartilhamento de experiências. “Estamos à disposição para ajudar a construir, acompanhar e ampliar o conhecimento sobre a perspectiva da Saúde Única e do controle social”, afirmou.
Inamara Melo, diretora do Departamento de Políticas para Adaptação e Resiliência à Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (DPAR/MMA), chamou a atenção para os desafios e urgências trazidos pela crise climática, especialmente sobre a saúde pública, e ressaltou a importância do preparo de estados e municípios. “Entendemos que, para que o plano de adaptação seja realmente nacional, estados e municípios também precisam ter suas estratégias”, afirmou.
A oficina também evidenciou a crescente importância da saúde nas conferências internacionais e o papel que o Brasil pode exercer como modelo de sistema público com capacidade de resposta. Outro ponto de destaque foi o impacto desigual das mudanças climáticas sobre populações vulneráveis. Foram citados, por exemplo, o aumento da violência contra mulheres e a escassez de serviços básicos em momentos críticos como fatores que agravam a desigualdade no acesso à saúde, exigindo respostas integradas.
Luiz Filipe Barcelos
Conselho Nacional de Saúde