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5ª CNSTT
Pará define pessoas delegadas e propostas para a etapa nacional da conferência de saúde da trabalhadora e do trabalhador
Foto: Ascom CNS
Os canteiros de obras em Belém, preparando a cidade para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30), já representam uma realidade concreta, e também, uma oportunidade de refletir sobre as demandas relacionadas à saúde dos trabalhadores, especialmente diante dos impactos socioambientais.
Essas questões estão conectadas aos eixos discutidos durante a 5ª Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (5ª CESTT-PA) realizada na capital paraense entre os dias 4 e 6 de junho, e serão incorporadas às discussões de diferentes territórios brasileiros na etapa nacional.
Com uma programação que incluiu painéis temáticos, grupos de trabalho e apresentações culturais, a conferência estadual elegeu 52 delegadas e delegados para representar o Pará na 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (5ª CNSTT), que será realizada de 18 a 21 de agosto, em Brasília.
Tendo como tema central "Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora como Direito Humano", a conferência teve como objetivo promover o debate, a proposição e a deliberação de ações e diretrizes para o fortalecimento de políticas públicas que garantam o acesso equânime à saúde no SUS.
Territórios representados
O coordenador-adjunto da 5ª CNSTT e coordenador da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do Conselho Nacional de Saúde (CISTT), Jacildo de Siqueira, destacou a importância do processo democrático de escuta dos diferentes territórios federativos ao longo desse percurso.
“A saúde, como direito humano, tem sido cada vez mais reconhecida como prioridade. Nos encontros realizados em todo o país, percebemos o quanto a população valoriza esse direito. A diversidade de propostas vindas de cada estado, de cada território, com um olhar coletivo para a saúde, tem sido amplamente reconhecida e valorizada pela sociedade”, afirma.
Acidentes não são acaso: saúde do trabalhador exige prevenção e reconhecimento
Entre as contribuições ao debate, Roque Veiga, da Coordenação-Geral de Saúde do Trabalhador (CGSAT) do Ministério da Saúde, chamou atenção para a gravidade dos acidentes de trabalho e sua estreita relação com os acidentes de trânsito. Ele destacou que, apenas no último ano, os gastos públicos relacionados a esses eventos chegaram à marca de R$ 269 milhões.
“Muitos enxergam esses episódios como simples acidentes de trânsito, mas estamos falando de vidas perdidas, trabalhadores que estavam em serviço, fazendo entregas ou se deslocando para o trabalho. Mais grave que os custos financeiros é o sofrimento humano envolvido”, alertou. Roque reforçou a necessidade de ampliar a conscientização sobre a importância de ambientes laborais seguros e da prevenção como eixo central da política de saúde do trabalhador.
A etapa estadual da conferência do Pará foi resultado da mobilização iniciada com 76 conferências municipais, realizadas em todas as regiões do estado. A presidente do CES/PA, Danielle Cruz, destacou o caráter participativo e democrático do evento.
"Este é um espaço de escuta verdadeira, de construção coletiva e de fortalecimento das ações que garantem proteção à saúde de quem trabalha. Essa conferência foi convocada pelo Conselho Nacional de Saúde e representa um momento histórico para retomarmos essa pauta tão essencial".
Confira a cobertura fotográfica:
Elisângela Cordeiro
Conselho Nacional de Saúde



