É fundamental trazer a juventude para um espaço de luta e de batalha como esse

Buscar conhecimento; fazer contatos; levar experiências de volta para o município; garantir o acesso à saúde. Estes são alguns dos objetivos de jovens participantes da 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (5ª CNSTT), que aconteceu em Brasília entre os dias 18 e 21 de agosto.

Para eles, a Conferência é espaço de batalhas, onde é preciso afirmar e reafirmar presença, garantir, desburocratizar e promover o acesso à saúde. Marcos Souza foi à 5ª CNSTT como delegado de Euclides da Cunha, no sertão baiano. Ele trabalha com agroecologia, na produção de ovos orgânicos. “A gente vem buscar informações para levar para as nossas bases, e tem muita coisa aqui que eu não tinha conhecimento, sobre o funcionamento do SUS de um modo geral”, relatou.

Foto: Thiago Lustosa

Diegho Barros trabalha com programas voltados a jovens na Prefeitura Municipal de Campina Grande, na Paraíba, e ressaltou que “a participação da juventude no espaço democrático da Conferência é muito importante, para que seja possível pensar em metas e em linhas de ação para o acesso dos jovens, principalmente ao primeiro emprego”.

Também de Campina Grande, Heverton de Luna pontuou sobre a participação na 5ª CNSTT. Membro da Associação de Juventudes, Cultura e Cidadania (Ajurcc), o conferencista destacou ser necessário e importante afirmar e reafirmar a presença [dos jovens] no evento e também poder levar de volta ao município e à associação à qual pertence a experiência vivida. “Estou contente de estar na 5ª CNSTT, pois é fundamental trazer a juventude para um espaço de luta e de batalha como esse”, observou.

Foto: Thiago Lustosa

Vindo da cidade mineradora de Parauapebas, no Pará, Renato Ferreira Costa considera a Conferência um importante espaço de discussões, e relatou dificuldades enfrentadas pelos membros do conselho de seu município para participar das etapas do evento, já que “a gestão atual não vê a luta do conselho como luta justa”, afirmou.

Durante o ato político pela saúde do trabalhador e da trabalhadora como direito humano, realizado no dia 20, Eduardo Costa de Oliveira, Agente Comunitário de Saúde (ACS) em Guaiçara, São Paulo, destacou a precarização da saúde e a importância da desburocratização do acesso à saúde.

Foto: Thiago Lustosa

“O esforço do meu trabalho é para facilitar o acesso, e a Saúde do Trabalhador é uma preocupação, inclusive para nós que trabalhamos no SUS. Precisamos articular maneiras intersetoriais de auxiliar pessoas com demandas psicossociais e mentais, por exemplo, e que estão sofrendo em casa sem acesso à saúde”, disse.

Oliveira ainda pontuou sobre a autonomia dos municípios para lidar com tais situações. “Nós, como ACS, temos que filtrar [as demandas] como condições de saúde, e levar até as unidades básicas como forma de promover a saúde, para fazermos ações”, concluiu.

Em meio a tanta diversidade, para todas e todos os jovens participantes, a Conferência é o local da lutar pela saúde do trabalhador e da trabalhadora como direito.

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Maria Thereza Reis

Comunicação Colaborativa