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Coletânea Rumo à 5ª CNSTT
GIBI - Trampo, Saúde e Luta: Vozes da Fábrica
CENA 1 – PORTÃO DA FÁBRICA / MANHÃ
Dois trabalhadores se encontram na entrada da fábrica. Um é o JOÃO, operário experiente. A outra é a MARIA, jovem e atuante na CIPA.
João (bocejando):
— Mais um dia, hein, Maria... Mas a coluna já começa reclamando antes do apito!
Maria (sorrindo, mas séria):
— Pois é, João. E a gente só vai conseguir mudar isso lutando. A saúde da trabalhadora e do trabalhador nos locais de trabalho é um direito, não é favor!
CENA 2 – REFEITÓRIO / HORA DO ALMOÇO
A dupla sentada com outros colegas. O assunto esquenta.
João:
— Antigamente diziam que era “normal” sair doente da fábrica... Mas isso não pode ser “normal”!
Maria:
— Exatamente! Por isso a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora tem que ser implementada em todo lugar — e funcionar de verdade!
João:
— A tal da PNSTT, né? Essa sigla devia ser conhecida por todo mundo! Ela tem que estar no bairro, no posto, nas visitas às fábricas, em todas as ações que cuidam da saúde de quem produz. Precisamos cobrar que cuidem melhor da gente — nas empresas e nos territórios!
Maria:
— É isso, João! E o SUS tem um papel gigante nisso! Com os CEREST, dá pra investigar acidentes, prevenir doenças e garantir nosso cuidado. Já ouvi dizer que vem aí um programa com foco no Pacto pela Vida no Trabalho!
CENA 3 – REUNIÃO NO CEREST / ALGUNS DIAS DEPOIS
Maria e João vão até o CEREST local conversar com uma profissional da saúde do trabalhador.
Layne, enfermeira do CEREST:
— Sabia que nosso trabalho é ir até onde vocês estão? Fábricas, obras, campo, floresta, rios... A saúde do trabalhador começa no território! E a participação de vocês fortalece ainda mais essa ação!
João:
— Isso sim é presença do SUS de verdade!
Maria:
— E a gente aqui também precisa fortalecer o controle social. É hora de participar dos conselhos de saúde, da comunidade, e estar cada vez mais próximo das ações dos CEREST.
CENA 4 – ASSEMBLEIA NA FÁBRICA / FINAL DA HISTÓRIA
Os colegas se reúnem com o sindicato, CIPA, equipe de saúde e o CEREST.
Maria (falando à galera):
— Estamos aqui porque saúde é nosso direito! Chega de adoecer em silêncio!
João:
— Precisamos fortalecer nossa luta para efetivar a presença do SUS nos territórios. Com políticas públicas fortes, a vida da classe trabalhadora melhora!
Maria (atiçando a galera):
— Vamos lá, pessoal! Participem das reuniões para discutir o processo de trabalho e as transformações nas relações de trabalho. Vamos pensar novas ações de saúde, ocupar os conselhos, participar das conferências que estão acontecendo em todos os municípios... Levar propostas e, se possível, garantir nossa presença na 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, em agosto de 2025! Saúde se faz participando, propondo e cobrando! Vamos lá, minha gente! Estamos falando da nossa vida!
Todos juntos:
— Trabalhar sim, adoecer não! — SUS forte, PNSTT atuante! — Saúde com dignidade, em toda cidade!
Elaine Maria Silva das Neves¹, Luciana Lucena Baptista Barreto²
¹Educadora Popular, Economista Doméstica e Enfermeira – Especialista em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana e Assessora em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora da CUT Brasil
²Advogada, Especialista em Direito e Processo de Trabalho e Mestranda em Desenvolvimento e Assessora Jurídica da CUT Brasil
*A Coletânea “Rumo à 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CNSTT) – Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora como Direito Humano” é uma iniciativa aberta que convida a sociedade a participar da reflexão sobre os desafios da saúde no mundo do trabalho. Trabalhadores, sindicalistas, movimentos sociais, coletivos, Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cistt), entre outros, podem enviar seus materiais, em diferentes formatos. Veja as orientações para participar.