Projeto para o Setor de Manufatura de Equipamentos de Refrigeração e Ar-Condicionado
O setor de manufatura de equipamentos de refrigeração e ar-condicionado (RAC) é responsável por cerca de 17% do consumo total de HCFC-22 no Brasil. A crescente demanda por novos equipamentos, especialmente de aparelhos de ar-condicionado residencial, tem impulsionado o uso da substância, principalmente no setor de serviços voltado à manutenção e ao reparo.
Com o avanço do cronograma de redução do consumo de HCFCs aprovado pelas Partes do Protocolo de Montreal em 2007, algumas empresas iniciaram, por conta própria, processos de conversão tecnológica, optando por substâncias alternativas que, embora não destruam a camada de ozônio, apresentam alto potencial de aquecimento global. Diante desse cenário, identificou-se a necessidade de desenvolver projetos que incentivem empresas elegíveis a realizarem conversões de forma ambientalmente adequada e alinhada aos compromissos internacionais do Brasil.
O Projeto para o Setor de Manufatura de Equipamentos de Refrigeração e Ar-Condicionado (RAC), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e executado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), foi aprovado em dezembro de 2015, durante a 75ª Reunião do Comitê Executivo do Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal (FML). O projeto tem como objetivo reduzir o consumo de HCFC-22 utilizado na fabricação de equipamentos de RAC no país, contribuindo para a diminuição da demanda futura pela substância no setor de serviços.
De abrangência nacional e desenvolvido no âmbito da Etapa 2 do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH), o projeto beneficiará empresas elegíveis, com a meta de eliminar 65,64 toneladas PDO de HCFC-22. As empresas participantes receberão recursos doados pelo Fundo Multilateral para realizar a conversão tecnológica para alternativas que não agridem a camada de ozônio e possuem baixo impacto climático.
O projeto também prevê assistência técnica para a avaliação de tecnologias alternativas adequadas, testes-piloto de protótipos produzidos com novas substâncias, treinamentos para operação segura dos equipamentos e ações de conscientização junto aos setores de refrigeração comercial e ar-condicionado sobre o uso de tecnologias sustentáveis.
Com sua implementação, o Brasil reforça seu compromisso com o Protocolo de Montreal, avança na eliminação das substâncias que destroem a camada de ozônio e contribui para a mitigação das mudanças climáticas globais.