Gerenciamento do uso de antimicrobianos em Hospitais

Stewardship Brasil é um projeto desenvolvido pela Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (GVIMS/GGTES/ANVISA) em parceria com a Associação Brasileira de Profissionais em Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar (ABIH) e com apoio técnico do Grupo de Tecnologia, Ensino e Segurança do Paciente (GTESP) do Hospital Santa Cruz e do Programa de Pós-Graduação em Promoção em Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) – RS, com o objetivo de promover a implementação do Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos nos serviços de saúde brasileiros.

Avaliação Nacional dos Programas de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA) em hospitais brasileiros
A implementação de Programas de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA) está sendo estimulada mundialmente com o objetivo de otimizar o uso de antimicrobianos nos serviços de saúde para garantir o efeito farmacoterapêutico, reduzir a ocorrência de eventos adversos nos pacientes, prevenir a disseminação da resistência aos antimicrobianos (RAM) e diminuir os custos desnecessários com assistência à saúde. Assim, a GVIMS/GGTES/ANVISA incentiva que os serviços de saúde do país implementem essa importante estratégia para utilizar os antimicrobianos de forma mais segura e eficaz e adicionalmente, para prevenir a seleção e a disseminação de microrganismos resistentes no Brasil.
Buscando avaliar o panorama nacional da implementação dos PGA nos hospitais brasileiros, ofertar uma ferramenta para às instituições avaliarem seu nível de implementação, possibilitando assim a identificação dos seus pontos fortes e das suas principais lacunas de forma a promover ações de melhoria locais, além de fornecer os subsídios para direcionar as ações nacionais, estaduais e municipais para a promoção da implementação do PGA nos serviços de saúde de todo país, a GVIMS disponibiliza bienalmente a Avaliação Nacional dos Programas de Gerenciamento de Antimicrobianos em Serviços de Saúde.
A primeira avaliação foi realizada em 2019 e foi voltada para os hospitais com leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto. Já as avaliações realizadas em 2022 e 2024 foram direcionadas para todos os hospitais do país, independentemente de ter UGI. Já em 2024
Consulte os resultados dessas avaliações:
- Resultado da avaliação do PGA de 2024: Resultados da Avaliação Nacional dos programas de gerenciamento de antimicrobianos em Hospitais
- Resultado da avaliação do PGA de 2022: Resultados da Avaliação Nacional dos programas de gerenciamento de antimicrobianos em Hospitais
- Resultado da avaliação do PGA de 2019: Resultados parciais da autoavaliação dos programas de gerenciamento de antimicrobianos
Agradecemos a todos os hospitais que responderam à avaliação e esperamos que ela contribua para a implementação e o fortalecimento do PGA nos serviços de saúde, contribuindo com isso, com a redução da disseminação de microrganismos resistentes aos antimicrobianos nos serviços de saúde e resultando na melhoria da qualidade da assistência prestada aos seus pacientes.
Diretriz Nacional para Implantação de Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos em Serviços de Neonatologia e Pediatria – 2025
Em alusão Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, 15 de maio, a Anvisa publica a Diretriz Nacional para Implantação de Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos em Serviços de Neonatologia.
O uso inadequado e excessivo de antimicrobianos é um dos principais fatores no agravamento da preocupante emergência global da resistência aos antimicrobianos (RAM) no mundo. Registros de dados de 204 países apontam que o número de mortes associadas à RAM já alcançou 4,95 milhões em 2019, sendo considerada a terceira causa de óbitos, ficando atrás apenas da doença isquêmica do coração e acidente vascular cerebral.
Antimicrobianos são amplamente utilizados em neonatologia e pediatria, o que aumenta as chances de desenvolvimento de bactérias multirresistentes, sepse tardia, enterocolite e mortes neonatais. A administração de antimicrobianos em recém-nascidos, crianças e adolescentes apresenta especificidades clínicas e farmacológicas que impactam diretamente as estratégias de gerenciamento do uso desses medicamentos.
Em adição, na pediatria, as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são complicadoras no tratamento da criança hospitalizada, aumentando a morbidade e mortalidade, tempo de internação, custos e sofrimento para a criança e sua família.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as infecções bacterianas causam aproximadamente 25% dos 2,8 milhões de mortes neonatais anuais, além de deficiências de desenvolvimento neurológico de longo prazo nos sobreviventes. No Brasil, os registros de óbito por sepse neonatal indicam aproximadamente 3.000 crianças mortas por ano. Em 2021, na cidade de São Paulo, estimou-se que a infecção foi responsável por 27,5% dos óbitos neonatais.
Esse cenário torna indispensável o gerenciamento do uso dos antimicrobianos, principalmente na população infantil uma vez que a administração desses medicamentos em recém-nascidos, crianças e adolescentes apresenta especificidades clínicas e farmacológicas que impactam diretamente as estratégias de gerenciamento. A gestão do uso de antimicrobianos, por meio de um Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA), tem entre seus objetivos a mudança sustentável de comportamento nas práticas de prescrição desses medicamentos, abrangendo, desde o diagnóstico correto, até sua administração segura.
Embora a implementação do PGA tenha avançado significativamente entre pacientes adultos, sua aplicação na população infantil — em especial entre recém-nascidos prematuros — ainda enfrenta importantes desafios, exigindo adaptações que considerem as particularidades clínicas e farmacológicas dessa faixa etária.
Assim, a Anvisa publicou Diretriz Nacional para Implantação de Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos em Serviços de Neonatologia e Pediatria – 2025 (https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/servicosdesaude/prevencao-e-controle-de-infeccao-e-resistencia-microbiana/gerenciamento-de-antimicrobianos-em-servicos-de-saude/DiretrizNacionalPGAPEDeNEO15.05.2025.pdf) com o objetivo de oferecer orientações referentes ao planejamento, execução e avaliação das intervenções para o gerenciamento de antimicrobianos em unidades neonatais e pediátricas. Associada a isso, estabelecer uma visão abrangente das competências necessárias ao time responsável e com o propósito de subsidiar a prescrição e o uso criterioso desses fármacos, com recomendações adaptadas às especificidades da neonatologia e pediatria, que exigem abordagens diferenciadas.
Falar sobre gerenciamento de antimicrobianos, principalmente para a população infantil, é falar sobre qualidade na assistência e sobre a vida humana.
Publicações – Artigos e documentos em geral
- Artigo: Programa de gerenciamento de antimicrobianos: progressos e desafios nas unidades de terapia intensiva pediátricas brasileiras
- Artigo: Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos: ações e educação nas unidades de terapia intensiva pediátricas brasileiras
- Artigo: Ações para o aprimoramento da gestão e uso de antimicrobianos em hospitais brasileiros com UTI adulto
- Capítulo e-book: STEWARDSHIP BRASIL: Panorama dos Programas de Gerenciamento de Antimicrobianos em UTIs adulto Sul do Brasil
- Diretriz Nacional para Implantação de Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos - Serviços de pediatria e neonatologia
- Diretriz Nacional para Elaboração de Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos em Serviços de Saúde - Atualizado em 2023
- Principais Etapas para Elaboração e Implementação de um Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos
- Cartilha para atenção básica: Papel dos profissionais na gestão dos antimicrobianos
- Cartilha para atenção básica: Uso correto do antibiótico
- Curso: Gerenciamento de Antimicrobianos (Curso: Gerenciamento do uso de antimicrobianos (anvisa.gov.br)
- Artigo: Antimicrobial Stewardship in Pediatric Intensive Care Unit
- Stewardship in Brazil: A Call for Action
- Webinar: Programa de gerenciamento dos antimicrobianos: por onde começar?
- Artigo: Desenvolvimento e validação de questionário para autoavaliação dos programas de gerenciamento de antimicrobianos em unidade de terapia intensiva adulto
- Artigo: Antimicrobial Stewardship Programmes in Brazil: introductory analysis