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PRODUTOS PARA A SAÚDE
Anvisa promove treinamento sobre preenchedores em parceria com empresas do setor
Nesta quarta-feira (26/03), a Anvisa promoveu o Programa de capacitação - Módulo III - Preenchedores Intradérmicos em sua sede em Brasília (DF). A abertura contou com representantes da própria Agência e, ainda, da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI) e da AbbVie, parceiros na realização da capacitação.
Para iniciar o encontro, foi apresentada uma introdução à estética facial, abordando a visão geral e a anatomia; o histórico do desenvolvimento de dispositivos médicos e, ainda, o desenvolvimento e a validação de escalas em estudos clínicos — instrumentos utilizados em testes, escalas de diagnóstico, questionários, modelos biológicos, avaliações de risco, entre outros. Também foram discutidos aspectos relacionados à segurança nos processos de consulta e avaliação de pacientes, além da importância do treinamento médico.
A partir daí, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer uma visão geral dos diferentes tipos de preenchedores e agentes preenchedores bioestimuladores disponíveis no mercado, processos de fabricação, e assistiram a vídeos demonstrativos de aplicação. O objetivo foi compreender o funcionamento de cada um e as principais diferenças entre eles.
Além disso, foi realizada uma sessão interativa, na qual foram exibidas, ao vivo, amostras de preenchedores intradérmicos (que preenchem imediatamente áreas com perda de volume e suavizam rugas) e de bioestimuladores (que buscam promover a produção de colágeno, melhorando a firmeza e textura da pele ao longo do tempo), acompanhadas de explicações detalhadas sobre suas características.
Medidas de cuidado e gestão de riscos
Durante as demonstrações, foram abordadas também algumas questões relacionadas aos cuidados no uso de preenchedores. O simples trauma causado por um preenchedor pode ativar reações em uma pessoa que já tenha um preenchedor antigo no rosto, por exemplo, mesmo que de origem segura. Sendo assim, foi reforçada a importância de o paciente ter total clareza sobre os riscos envolvidos em qualquer procedimento, incluindo os riscos relacionados à sobreposição de substâncias.
Uma sugestão foi que os médicos guardem a etiqueta que acompanha o produto utilizado e, no Termo de Consentimento Informado (TCI), que contém todas as informações relacionadas à intervenção proposta, anexem uma cópia dessa identificação ao documento. Isso assegura que haja uma referência clara do que foi aplicado, permitindo que o registro seja acompanhado tanto pelo paciente quanto por outros profissionais que possam realizar procedimentos na mesma pessoa.
Toxina botulínica x preenchedores
Apesar de frequentemente associados, pelo senso comum, como substâncias similares, foi explicado durante o treinamento que a popular toxina botulínica (BoNT) não é um preenchedor, mas sim um produto de origem biológica derivado da bactéria Clostridium botulinum (C. botulinum). Desenvolvida para tratar uma diversidade de indicações estéticas e terapêuticas, trata-se de um medicamento biológico com mecanismo de ação paralisante. Existem sete tipos de toxinas botulínicas, sendo apenas dois deles utilizados clinicamente — e, embora seja possível uma pessoa fazer o uso de preenchedores e toxina botulínica, são completamente diferentes.
Treinamentos
O treinamento sobre preenchedores intradérmicos foi o terceiro módulo de uma série de capacitações que serão oferecidas ao longo do ano. O primeiro módulo de 2025, sobre cateteres, aconteceu também na Anvisa, em parceria com a Braile Biomédica, empresa que desenvolve e fabrica produtos médico-cirúrgico-hospitalares. O segundo módulo, sobre válvulas cardíacas, foi realizado na planta fabril da Abbott, empresa global de saúde que conduz pesquisas e desenvolve produtos para a saúde humana.
De acordo com a Gerente-Geral de Tecnologia de Produtos para Saúde (GGTPS) , Karen Noffs, o planejamento dos treinamentos partiu de um levantamento dos produtos mais frequentemente submetidos para registro na Anvisa. Com base em dois critérios relacionados à complexidade e tecnologia desses itens, foram contatadas associações representativas dos fabricantes de dispositivos médicos, o que deu origem à programação das três primeiras capacitações do trimestre.
Para obter informações atualizadas sobre os próximos treinamentos, acompanhe a seção de notícias da Anvisa.