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SERGIPE
Casa de Artesanato de Laranjeiras (SE) é reaberta com participação do Iphan
A cidade histórica de Laranjeiras, referência nacional na preservação do patrimônio cultural, ganhou novo fôlego para a valorização de suas tradições populares com a reabertura, no dia 16 de agosto, da Casa de Artesanato, espaço dedicado à exposição e comercialização de produtos que refletem a identidade cultural sergipana.
O projeto é resultado de uma parceria entre a Prefeitura de Laranjeiras, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Ministério Público Federal (MPF) e a Construtora Cunha, em uma ação conjunta voltada ao fortalecimento do artesanato e das expressões culturais locais.
Entre os artesãos que ocupam o espaço, estão as rendeiras de renda irlandesa, saber reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em 2009. Introduzida na região no início do século 20, a tradição foi transmitida de geração em geração e se consolidou como uma das principais atividades socioeconômicas de Laranjeiras, entre outros municípios do estado, especialmente entre as mulheres. O ofício representa não apenas uma fonte de renda, mas também uma forte expressão de identidade e um dos maiores símbolos da cultura popular sergipana.
A Casa de Artesanato se consolida como ponto de encontro entre mestres artesãos, turistas, estudantes e pesquisadores, contribuindo para a geração de renda e para a preservação da memória cultural. Sua reabertura reforça o papel de Laranjeiras como polo de cultura e patrimônio, reconhecida por sua arquitetura colonial, festas populares e tradições seculares.
Laranjeiras
O conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico de Laranjeiras foi tombado pelo Iphan em 1995, em reconhecimento ao seu valor histórico e cultural. A cidade preserva cerca de 500 edificações, entre casarões do século 19, trapiches, sobrados e monumentos religiosos do século 18I, que testemunham a importância do município no desenvolvimento da região. Situada às margens do rio Cotinguiba e moldada pela encosta do Morro do Bonfim, Laranjeiras guarda ainda a força da arquitetura colonial, destacada em suas ruas, praças e igrejas, compondo um cenário que remete ao apogeu vivido no passado.
Considerada a mais importante cidade sergipana em sua época, Laranjeiras foi berço da economia da província, marcada pelo cultivo da cana-de-açúcar, pela presença da primeira Alfândega do estado e pelo intenso comércio, que incluía o tráfico de escravizados. Esse processo deixou marcas profundas na cultura local, refletidas até hoje nas tradições religiosas, nas festas populares e nas manifestações artísticas que fazem da cidade um dos principais polos culturais do Brasil. Além da herança arquitetônica, Laranjeiras mantém viva a memória de sua trajetória histórica, que se expressa no cotidiano de sua população e nas práticas que consolidam sua identidade cultural.