LAZCLUZE® (Lazertinibe)
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Nome do produto |
LAZCLUZE® (Lazertinibe) |
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Empresa |
Janssen-Cilag Farmacêutica LTDA |
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Assunto |
12248 MEDICAMENTO NOVO – Registro de medicamento novo (novo IFA) – via de desenvolvimento completo |
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Indicação |
Lazcluze® em combinação com amivantamabe é indicado para o tratamento de primeira linha de pacientes adultos com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) localmente avançado ou metastático com mutações de deleção no éxon 19 ou de substituição L858R no éxon 21 do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR). |
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Publicação no DOU |
2/7/2025 |
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Mais informações |
A requerente solicitou priorização de análise para o Registro de Medicamento Novo (novo IFA) de LAZCLUZE (lazertinibe), que foi anuída conforme RDC 205/2017, Cap II, Art. 4°, por se tratar de medicamento destinado ao tratamento de Câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) localmente avançado ou metastático com mutações de deleção no éxon 19 ou de substituição L858R no éxon 21 do receptor de fator de crescimento epidérmico (EGFR), em combinação com amivantamabe, considerada doença rara conforme dados apresentados pelo requerente. O câncer de pulmão é um dos tipos mais comuns de câncer e a causa mais comum de morte por câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 2,2 milhões de casos de câncer de pulmão sejam diagnosticados globalmente todos os anos, com quase 1,8 milhões de mortes anualmente. O câncer de pulmão é um grande problema de saúde global, com 238.000 novos casos anualmente nos Estados Unidos, 318.000 na União Europeia e pouco mais de 1 milhão na Ásia, com as taxas de incidência mais altas relatadas na Coreia e China. Na América Latina, o câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer tanto em homens como em mulheres, combinados. Quase 70% dos pacientes com câncer de pulmão apresentam doença localmente avançada ou metastática no momento do diagnóstico. A principal finalidade do tratamento nessa fase é controlar a doença, mantendo a melhor qualidade de vida possível. Historicamente, o prognóstico e a taxa de sobrevida em 5 anos para pacientes com CPNPC avançado, incluindo CPNPC avançado com mutação de EGFR, têm sido ruins (muitas vezes bem abaixo de 20% de probabilidade de sobrevida em 5 anos). De forma encorajadora, avanços e descobertas significativas nos últimos anos prometeram novas oportunidades para melhorar o prognóstico para pessoas que vivem com CPNPC avançado com mutação de EGFR. Um número crescente de opções de tratamento tem se tornado disponível. Entre eles, descobriu-se que vários TKIs de EGFR melhoram drasticamente a taxa de resposta quando comparados com a quimioterapia e são aprovados para o tratamento de CPNPC com mutação de EGFR avançado ou metastático. O lazertinibe é um TKI EGFR de terceira geração oral, altamente potente, que inibe seletivamente as mutações primárias ativadoras de EGFR (éxon 19del e substituição L858R no éxon 21) e a mutação de resistência EGFR T790M, embora tenha menos atividade contra o EGFR do tipo selvagem. Os resultados de estudos pré-clínicos sugerem que lazertinibe é eficaz em um modelo de metástase cerebral com células de CPNPC portadoras da mutação T790M, além de demonstrar um perfil favorável de penetração na barreira hematoencefálica. Já o amivantamabe é um anticorpo biespecífico à base de IgG1 totalmente humano, direcionado aos receptores de tirosina quinase EGFR e MET, que demonstrou atividade antitumoral em modelos pré-clínicos de CPNPC induzido por EGFR e MET. A experiência clínica com amivantamabe demonstrou respostas duradouras em participantes com vários tipos de CPNPC induzido por EGFR ou por MET que são resistentes aos tratamentos direcionados a EGFR ou MET atualmente disponíveis. O que é o LAZERTINIBE? O lazertinibe stá categorizado como um fármaco antineoplásico e imunomodulador, inibidor da proteína quinase, em especial por ação no Receptor de Fator de Crescimento Epidérmico. O Código ATC do fármaco é L01EB09. Para que LAZCLUZE® é indicado? Lazcluze®, em combinação com amivantamabe, é indicado para o tratamento de primeira linha de pacientes adultos com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) localmente avançado ou metastático com mutações de deleção no éxon 19 ou de substituição L858R no éxon 21 do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR). Quais os benefícios que LAZCLUZE® demonstrou nos estudos clínicos? Amivantamabe demonstrou atividade clínica contra tumores com mutações primárias ativadoras do EGFR. A hipótese do Estudo Mariposa, que embasou a aprovação do medicamento, é de que a associação de amivantamabe com lazertinibe melhore os resultados clínicos pelo menos parcialmente ao ampliar a cobertura contra o desenvolvimento de vias de resistência no NSCLC EGFRm. O estudo de Fase 3 MARIPOSA forneceu evidências da eficácia da associação de amivantamabe e lazertinibe em participantes com NSCLC EGFRm. Observou-se melhora estatisticamente significativa e clinicamente importante da Sobrevida Livre de Progressão (PFS), em comparação com osimertinibe (tratamento padrão). O tratamento com a associação de amivantamabe e lazertinibe resultou em uma redução de 30% observada no risco de progressão ou morte (HR=0,70 [CI de 95%: 0,58; 0,85], p=0,0002). Isso foi associado a um prolongamento de aproximadamente 7 meses da PFS mediana, com acompanhamento mediano de 22,0 meses. O benefício observado no desfecho primário (PFS) também foi corroborado por uma forte tendência na Sobrevida Global (OS), favorecendo a associação de amivantamabe e lazertinibe em comparação com osimertinibe (HR=0,80 [CI de 95%: 0,61; 1,05], p=0,1099), juntamente com duração da resposta (DOR) mediana mais longa para respondedores confirmados (amivantamabe+lazertinibe: 25,76 meses vs. osimertinibe: 16,76 meses) e melhora substancial na PFS2 (HR=0,75 [CI de 95%: 0,58; 0,98], p nominal=0,0314). A PFS2 é estabelecida como forte marcador substituto para OS no câncer de pulmão, por isso a melhora observada com a associação de amivantamabe e lazertinibe neste corte clínico corrobora a tendência inicial observada para OS no MARIPOSA. Estes resultados são particularmente impactantes para os pacientes, visto tratar-se de uma neoplasia que cursa com pouco tempo de sobrevida, de modo geral. Quais os principais riscos associados a LAZCLUZE®? O perfil de segurança da associação de amivantamabe e lazertinibe é consistente com os perfis de segurança dos componentes individuais, com toxicidade manejável. A toxicidade relacionada ao amivantamabe geralmente pode ser reduzida com cuidados de suporte e interrupções ou reduções de dose. Houve baixa taxa de descontinuações devido a Eventos Adversos relacionados ao tratamento do estudo. Os principais eventos adversos descritos foram erupção cutânea, pneumonite, reação relacionada à infusão e eventos tromboembólicos venosos (TEV). Eventos TEV constituem um risco com a associação de amivantamabe e lazertinibe. Conforme descrito previamente em seção específica, a incidência de eventos TEV no braço de amivantamabe+lazertinibe no MARIPOSA foi maior do que a observada nos braços de osimertinibe ou lazertinibe. O tratamento com anticoagulação terapêutica, de acordo com as diretrizes clínicas pareceu ser seguro e eficaz. Uma incidência muito baixa de eventos TEV recorrentes ou eventos hemorrágicos clinicamente significativos foi observada entre os participantes que receberam tratamento anticoagulante. Como LAZCLUZE® deve ser usado? A dose recomendada de Lazcluze® é de 240 mg por via oral uma vez ao dia em combinação com amivantamabe até a progressão da doença ou até que o tratamento não seja mais tolerado pelo paciente. Recomenda-se administrar o Lazcluze® a qualquer momento antes do amivantamabe quando administrados no mesmo dia. LAZCLUZE ® já está disponível no mercado? Embora o registro de LAZCLUZE® já tenha sido concedido pela Anvisa, o medicamento estará apto para comercialização após a aprovação do preço máximo pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Porém, a decisão de quando o medicamento será comercializado é da empresa detentora do registro. A disponibilização do medicamento no Sistema Único de Saúde (SUS) é condicionada à avaliação e recomendação de incorporação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC) e aprovação pelo Ministério da Saúde. Nem todo medicamento registrado na Anvisa é objeto de avaliação pela CONITEC e incorporação ao SUS. |