Comunicado GGMON nº 01/2025
Comunicado GGMON nº 01/2025 - Notificação Correta de Reações Transfusionais
Público-alvo: Serviços de hemoterapia e profissionais de saúde
Data: 21/11/2025
Resumo:
Este Comunicado tem como objetivo orientar os serviços de hemoterapia e profissionais de saúde sobre a correta classificação e notificação de reações transfusionais (RT) no Sistema Nacional de Hemovigilância (SNH).
A notificação precisa é essencial para garantir a segurança transfusional, permitindo a análise epidemiológica, a identificação de riscos e a adoção de medidas preventivas. Todos os casos suspeitos devem ser notificados, mesmo que não atendam integralmente aos critérios diagnósticos, utilizando a classificação de correlação apropriada (confirmada, provável, possível etc.).
A escolha do tipo de reação deve ser baseada em evidências clínicas e laboratoriais, com apoio nos quadros do Manual de Hemovigilância (ANVISA, 2022). Em casos de múltiplas reações simultâneas, cada uma deve ser registrada separadamente, pois o conceito de “reações simultâneas” não constitui uma categoria de notificação.
Recomenda-se que os serviços capacitem suas equipes, utilizem os fluxogramas e quadros, contidos no manual, como apoio na tomada de decisão. Também é importante manter os registros detalhados e realizar as notificações de RT dentro dos prazos estabelecidos.
A correta notificação fortalece a qualidade dos dados, contribui para a melhoria dos processos e protege os pacientes, consolidando a efetividade da hemovigilância no Brasil.
Assunto: Orientações para Notificação Correta de Reações Transfusionais no Sistema Nacional de Hemovigilância
Destinatários:
Serviços de hemoterapia, profissionais de saúde envolvidos na assistência transfusional e responsáveis pela notificação de eventos adversos no ciclo do sangue.
I – Contextualização
A notificação precisa e padronizada das reações transfusionais é essencial para garantir a efetividade do Sistema Nacional de Hemovigilância (SNH), permitindo a análise epidemiológica, a identificação de riscos e a adoção de medidas preventivas e corretivas.
Conforme o Manual para o Sistema Nacional de Hemovigilância no Brasil (ANVISA, 2022), todos os casos suspeitos de reação transfusional devem ser notificados, mesmo que não atendam integralmente aos critérios da definição de caso. A correlação pode ser classificada como: confirmada, provável, possível, improvável ou inconclusiva.
Exemplo: Paciente apresenta febre e calafrios durante a transfusão. Mesmo sem preencher todos os critérios para reação febril não hemolítica, o caso deve ser notificado como suspeito, com correlação “possível”.
II – Classificação do Tipo de Reação Transfusional
Recomenda-se que o profissional responsável pela notificação:
- Selecione o tipo de reação transfusional mais compatível com o quadro clínico e laboratorial apresentado; e
- Utilize os quadros de classificação disponíveis no manual (ex.: Quadros 3.1 a 3.5) como referência.
Exemplo: Paciente apresenta febre e calafrios. Antes de classificar como Reação Febril Não Hemolítica (RFNH), é necessário excluir contaminação bacteriana por meio de hemocultura. Se não confirmada, e os critérios forem compatíveis, notificar como suspeita de RFNH com correlação “possível”.
III – Notificação de Reações Simultâneas
Embora raras, reações transfusionais podem ocorrer de forma simultânea. Quando houver evidência clínica e laboratorial consistente de mais de uma reação no mesmo episódio transfusional e, cada uma, deve ser registrada individualmente no sistema.
Importante: O conceito de “reações simultâneas” não constitui uma categoria de notificação, mas sim a ocorrência concomitante de dois ou mais tipos de reação transfusional para um mesmo ato transfusional.
Exemplo: Durante uma transfusão, o paciente apresenta urticária seguida de febre com hipotensão. A investigação revela reação alérgica e contaminação bacteriana. Ambas devem ser notificadas separadamente, com os respectivos dados clínicos e laboratoriais.
IV – Reforço à Qualidade da Notificação
Para garantir a qualidade das notificações, recomenda-se que os serviços de hemoterapia:
- Capacitem suas equipes quanto à classificação das reações transfusionais;
- Utilizem os fluxogramas e quadros do manual como ferramentas de apoio; e
- Mantenham registros detalhados e realizem a comunicação tempestiva à autoridade sanitária, conforme os prazos estabelecidos.
V – Conclusão
A notificação correta é componente essencial para a segurança transfusional, melhoria dos processos e proteção dos pacientes. A classificação precisa dos tipos de reação e a distinção entre eventos simultâneos fortalecem a qualidade dos dados e a efetividade da hemovigilância no Brasil.
VI - Referências
- BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual para o Sistema Nacional de Hemovigilância no Brasil. Brasília: ANVISA, 2022. Disponível em: Sistema Nacional de Hemovigilância.
- BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução Normativa nº 196, de 11 de julho de 2022. Estabelece os critérios para notificação, investigação e classificação das reações transfusionais no Sistema Nacional de Hemovigilância. Disponível em: Instrução Normativa - IN nº 196, de 25/11/2022 .