Notícias
ARQUEOLOGIA
Iphan identifica evidências arqueológicas em segunda visita técnica ao Quilombo Frechal
Fotos: Mariana Zanchetta
Durante a segunda visita técnica ao Quilombo Frechal, realizada entre os dias 22 e 24 de outubro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no Maranhão, identificou e registrou evidências arqueológicas e materiais que reforçam a importância histórica e cultural do território. A atividade integra o processo de instrução técnica para a declaração de tombamento definitivo do quilombo, localizado no município de Mirinzal, como sítio de reminiscência histórica.
A equipe - formada pela arqueóloga Mariana Zanchetta, pelo antropólogo Rafael Gaspar e pela arquiteta Dayane Pessoa - realizou levantamento e registro fotográfico de materiais arqueológicos e ruínas dentro da Reserva Extrativista (Resex) do Quilombo Frechal. Durante as atividades, foram localizadas cerâmicas em superfície que possivelmente estão associadas aos grupos indígenas pré-históricos, indicando uma longa e contínua ocupação do território. Ainda não houve a prospecção de datação exata das peças.
Segundo Mariana, os materiais arqueológicos identificados em superfície podem indicar a possibilidade de existência de outros vestígios em subsuperfície “Essas cerâmicas foram classificadas como ocorrências arqueológicas e mostram o uso histórico do território ao longo do tempo, revelando diferentes momentos de ocupação”, explicou.
Rafael destacou que as evidências arqueológicas reforçam a sua relevância como referências culturais do processo histórico de constituição do Quilombo Frechal. “Os achados arqueológicos, incluindo materiais de cerâmicas e as ruínas de poços d’água e engenhos de cana de açúcar, expressam elementos de um passado de ocupação antiga, mas ao mesmo tempo são ressignificados pelas famílias atuais com base no processo de permanência delas no território desde seus ancestrais. Por sua vez, a indicação dos modos de uso comum tradicional dos ecossistemas, sobretudo de atividades como pesca no Rio Uru e extração de recursos naturais, como a coleta da juçara demonstram a ocorrência contínua de práticas culturais e produtivas calcadas na permanência no território, decorrente de lutas e episódios de resistência contra antagonistas, que precisam ser reconhecidas e preservadas como parte da história do Maranhão e do Brasil”, afirmou.
A partir das informações levantadas, a equipe da superintendência do Iphan no Maranhão, elaborará uma nota técnica que subsidiará o processo de declaração de tombamento constitucional dos sítios de reminiscências históricas do Quilombo Frechal. O reconhecimento oficial tem como objetivo garantir a preservação das referências culturais, históricas e arqueológicas das comunidades lá estabelecidas, símbolo de resistência e ancestralidade afro-brasileira.
Mais informações
Assessoria de Comunicação Iphan - comunicacao@iphan.gov.br
Alexandre Burity – alexandre.oliveira@iphan.gov.br


