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Mulheres dialogam sobre segurança pública no Rio de Janeiro
A iniciativa “Mulheres – Diálogos sobre Segurança Pública é um estudo inédito no país que tem como principal objetivo traduzir a percepção das mulheres sobre as diferentes dimensões da violência e da segurança pública
Captar o olhar feminino a respeito da violência urbana para incorporá-lo na formulação de políticas para a área de segurança pública é a proposta da iniciativa “Mulheres – Diálogos sobre Segurança Pública, lançado na sexta-feira (24/04), pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), no Rio de Janeiro. O “Diálogos é realizado em parceria com o UNIFEM, UNFPA e UNODOC, com o objetivo de traduzir a percepção das mulheres sobre as diferentes dimensões da violência e da segurança pública através da realização de um diálogo entre mulheres pertencentes a diferentes grupos e segmentos sociais. As propostas apresentadas durante as reuniões servirão de base para um documento que será levado à I Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), marcada para agosto, em Brasília.
Até junho, serão promovidos encontros em sete cidades (Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Belém, Belo Horizonte e Canoas) reunindo um grupo de 30 mulheres de diferentes perfis – classe social, cor, idade e profissão. O primeiro encontro foi realizado neste fim de semana no Rio e reuniu donas de casa, uma médica, duas ex-presidiárias, uma prostituta, uma pescadora, uma professora, uma socialite.
Em seu discurso de abertura, a ministra Nilcéa Freire, da SPM, destacou a importância de ouvir as vozes das mulheres. “Queremos trabalhar as mulheres como agentes de transformação e não de intermediação para que se possibilite a construção de uma sociedade de paz. É preciso tirar a mulher do papel apenas das que precisam de proteção, como vítima, afirmou. Ela também destacou o papel da mulher como “mediadora social em conflitos, assumindo posições estratégicas na formação dos indivíduos, como professora, dona de casa, entre outros. Nilcéa enfatizou ainda a interligação entre os diversos tipos de violência.
Também participaram da mesa de abertura, a diretora da Rebouças e Associados, Nádia Rebouças, a coordenadora da primeira Conferência Nacional de Segurança Pública, Regina Mike, os representantes da UNODC, Giovanni Quali e do UNFPA, Tais Freitas, a diretora da Academia de Política do Rio de Janeiro, delegada Inamara Costa, a coordenadora da Divisão de Política da Mulher, delegada Marta Rocha, a superintendente dos Direitos da Mulher do Estado, Cecília Soares, entre outras autoridades.
O trabalho é realizado utilizando a metodologia de diálogos interativos, desenvolvido pelo físico David Bohm e adaptado pela consultora Nádia Rebouças que é a mediadora do evento. Todas as iniciativas serão acompanhadas por grupos de especialistas, como psicólogos, filósofos, sociólogos e antropólogos, que vão analisar as discussões e ajudar a produzir o documento final, que será um subsídio para a I Conseg.