O Plano Nacional de Cuidados Brasil que Cuida é a estratégia do Governo do Brasil para garantir o direito ao cuidado a todas as pessoas ao longo do ciclo da vida. É o instrumento de implementação da Política Nacional de Cuidados, instituída pela Lei nº 15.069/2024. O Plano Brasil que Cuida promove a valorização do cuidado como um trabalho, direito humano e bem público, combatendo desigualdades de gênero, raça, classe, território e deficiência.
O cuidado é um trabalho, um direito e uma necessidade de todas as pessoas. O cuidado é o trabalho cotidiano de produção de bens e serviços necessários a garantia do bem-estar de todas as pessoas e à reprodução diária da vida humana, da força de trabalho, da sociedade e da economia. Trata-se, assim, de um bem público essencial para a sustentabilidade da vida humana e o funcionamento das famílias, da sociedade, das instituições e da economia.
Apesar da existência hoje no Brasil de diversos serviços, prestações e regulações relacionadas ao cuidado, a maior parte da sua provisão ainda recai sobre as famílias, e, dentro delas, especialmente sobre as mulheres, em particular as mulheres negras e de baixa renda, as que vivem nas zonas rurais e nas periferias urbanas. A atual organização social dos cuidados no Brasil é injusta, desigual e insustentável, porque sobrecarrega as mulheres, impedindo o exercício de seus direitos em outros âmbitos da vida, como a inserção e permanência no mercado de trabalho e na vida pública em igualdade de condições com os homens, reproduzindo assim a pobreza e a desigualdade.
Decisões que parecem pessoais — que horas lavar a louça acumulada na pia, como encontrar tempo para cozinhar todos os dias, onde deixar os filhos se tenho que trabalhar ou estudar depois do horário da creche, como conciliar minha profissão com o cuidado da família, como acessar apoio para cuidar de familiares com deficiência, como cuidar da minha mãe idosa — são, na verdade, questões públicas centrais para poder viver, conviver e produzir. Para que a sociedade funcione.
A sociedade brasileira ainda atribui o cuidado quase exclusivamente às mulheres, especialmente às negras e de baixa renda. Isso coloca sobre os ombros delas uma enorme sobrecarga de trabalho, além de limitar a sua autonomia econômica, dificultar a realização de projetos de vida como estudar e trabalhar de forma remunerada e reforçar desigualdades históricas.
Quem precisa de cuidado deve ter acesso a serviços de qualidade, independentemente da sua origem, renda, sexo, cor e/ou deficiências. O Plano Nacional de Cuidados reconhece essas desigualdades e atua para garantir mais justiça e equidade na oferta de serviços e apoio. Nesse sentido, alguns públicos foram estabelecidos como prioritários para suas ações. São eles:
- Crianças e adolescentes, com atenção especial à primeira infância
- Pessoas idosas que necessitam de cuidados e apoio para atividades da vida diária
- Pessoas com deficiência que necessitam de cuidados e apoio para atividades da vida diária
- Trabalhadoras e trabalhadores remunerados do cuidado
- Trabalhadoras e trabalhadores não remunerados do cuidado
- Trabalhadoras e trabalhadores remunerados com responsabilidades de cuidado
Política Nacional de Cuidados
Em dezembro de 2023, o Governo Federal sancionou a Lei n° 15.069/2024, que institui a Política Nacional de Cuidados. Desenvolvida por 20 Ministérios do Governo Federal, em trabalho coordenado pelo MDS e M.Mulheres, em constante diálogo com estados, municípios, Distrito Federal, sociedade civil, setor privado e organismos internacionais, a Política garante o direito ao cuidado de todas as pessoas (entendido como o direito a cuidar, ser cuidado e ao autocuidado) e determina que o Estado deve implementar a Política de maneira gradual e progressiva através de um Plano Nacional de Cuidados.
Conheça a Política
Plano Nacional de Cuidados
O Brasil Que Cuida é uma iniciativa do Governo Federal para transformar o cuidado em uma política pública, com objetivo de reduzir as desigualdades de gênero, raça, classe, idade, território e de deficiências no trabalho de cuidado e promover o reconhecimento e a valorização do cuidado como trabalho essencial. A grande inovação trazida pelo Plano Nacional de Cuidados é olhar ao mesmo tempo para quem cuida e para quem precisa de cuidados para manutenção das atividades básicas e diárias da vida cotidiana.
