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Segurança Alimentar
II Encontro Nacional do Programa Cozinha Solidária debate fortalecimento de ações contra a fome
O II Encontro Nacional do Programa Cozinha Solidária, sediado no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro, reúne representantes de 60 cozinhas solidárias, mais de 20 entidades gestoras, movimentos sociais, universidades e órgãos públicos para avaliar avanços e construir propostas para o futuro desta política pública estratégica de combate à fome.
Com início nesta quarta-feira (3.08) e encerramento nesta quinta-feira (4.08), o evento tem como tema: “Alimentar a esperança de um Brasil justo e solidário”. O encontro é uma realização do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal, destacou a importância do programa no momento em que o país celebra a saída do Mapa da Fome. “Para nós, esta é uma conquista muito importante. O país saiu do Mapa da Fome, mas as políticas públicas permanecem sendo importantes e necessárias para que possamos chegar onde ainda não conseguimos”, afirmou.
Lilian Rahal ressaltou que a parceria com a sociedade civil, por meio do Programa Cozinha Solidária, é estratégica para “encontrar quem ainda não foi encontrado e promover o acesso à alimentação de quem não consegue se alimentar de outra forma”. A secretária enfatizou o compromisso de “não deixar ninguém para trás.”
A coordenadora-geral de Cozinhas Solidárias do MDS, Ana Carolina Souza, explicou que este segundo encontro representa um avanço significativo na consolidação da política. “Agora a gente já implementou parte importante da política. Então, a gente pode analisar o que é que funcionou, o que é que deu certo e o que é que a gente pode aprimorar”, projetou.
A coordenadora detalhou que mais de 1 mil cozinhas foram habilitadas, mais de 600 estão recebendo alimentos da agricultura familiar por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e 384 estão recebendo apoio financeiro do MDS. Ao todo, são servidas 295 mil refeições diárias pelas cozinhas apoiadas pelo Governo do Brasil. “As cozinhas estão localizadas em espaços bastante periféricos das nossas cidades e têm ajudado o MDS a alcançar pessoas com índices mais graves de insegurança alimentar”, completou.
A diretora de Departamento de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável do MDS, Patrícia Gentil, reforçou que o programa é fundamental para alcançar os brasileiros que ainda vivem em situação de insegurança alimentar grave. “Atuar com as cozinhas solidárias é garantir uma escala para todo Brasil, onde as cozinhas estão, elas conseguem de fato encontrar essas pessoas", pontuou.
O programa, que opera por meio de três modalidades: apoio financeiro à oferta de refeições; fornecimento de alimentos in natura via PAA; e capacitação de colaboradores, demonstra resultados concretos no fortalecimento de redes locais.
“Não é um alimento descaracterizado. É a alface da Dona Sebastiana, uma senhora de 70 anos, que produz embaixo do linhão (linha de transmissão de energia elétrica), em São Paulo, em território de muita resistência", ilustrou a coordenadora-geral do Instituto Kairós, Daniele Custódio, destacando a conexão entre pequenos agricultores e as cozinhas.
Para Daniele, essa rede, que fortalece a economia local enquanto leva segurança alimentar para territórios periféricos, representa muito mais que distribuição de comida. “Cozinha solidária é uma potência e ainda vai alimentar muito mais pessoas. Quando eu falo alimentar, não é só de comida, é de esperança e de dignidade."
O II Encontro Nacional do Programa Cozinha Solidária conta com plenárias, painéis temáticos, oficinas e atividades culturais, valorizando o protagonismo das cozinhas nos territórios e a troca de experiências entre diferentes regiões do país.
Assessoria de Comunicação - MDS