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Segurança Alimentar
Hortas comunitárias e hortos medicinais recebem visitas durante oficina da Estratégia Alimenta Cidades no DF
Marizete Lobo, moradora de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, trabalha no horto medicinal da Unidade Básica de Saúde 09 há mais de um ano. "Desde que comecei a trabalhar no horto, sinto como um refúgio para mim. A minha saúde estava lá embaixo e hoje eu me considero 100% curada por trabalhar aqui com o verde", disse.

- Para Marizete Lobo, que trabalha no horto medicinal da UBS 09 da Ceilândia, o local é um refúgio (foto: André Oliveira / MDS)
Com a participação de representantes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a finalidade da iniciativa é promover um espaço de diálogo e trocas entre representantes governamentais, da sociedade civil e demais atores locais sobre as políticas públicas, programas e ações de segurança alimentar e nutricional realizadas no DF.
Para Érica Bruna, enfermeira de família e comunidade da UBS, o horto, além da segurança alimentar, trouxe atividade para um grupo de idosos. Muita gente se identificou com o trabalho na terra. Hoje, nosso foco maior é na população idosa, para que se distraia, que colha os próprios frutos e que traga seus netos e seus filhos”, explicou.
Para a enfermeira, o horto gera segurança alimentar para muitas pessoas e funciona como uma terapia no dia a dia. “Eles veem o trabalho deles crescendo, criam esse vínculo e, automaticamente, a gente, enquanto UBS, ganha pacientes muito mais saudáveis, com a cabeça muito melhor", relatou Érica.
Ximena Moreno, médica veterinária e cocriadora da Rede de Horto Agroflorestal Medicinal Biodinâmico (Hamb) no DF, destaca que, nos hortos são trabalhados os comportamentos pessoal e alimentício. “A gente tenta mudar o paradigma de cuidado, além de trazer o resgate dessa relação com a terra, que tanto precisamos nessa urgência climática", contou.
Sol Nascente
A importância do envolvimento da comunidade no cultivo dos alimentos nas hortas e hortos do DF também é destacada por Jurailde Rodrigues, coordenadora do setor de horta da cozinha solidária do Sol Nascente, outro local visitado nesta sexta-feira como parte da oficina da Estratégia Alimenta Cidades.
Ela afirmou que o trabalho na horta não se resume ao cultivo de alimentos para a cozinha, mas é uma oportunidade de repassar os conhecimentos sobre agroecologia aos membros da comunidade. O espaço oferece oficinas semanais à comunidade.
“O intuito é reeducar a comunidade em educação ambiental. Nós fazemos a oficina com as mulheres da comunidade, com as crianças e com o pessoal que chega aqui. A maioria são mulheres, mulheres solo. A gente faz oficina com elas, ensina como plantar e também como fazer horta em casa. Elas têm todo o preparo e aí a gente faz a oficina do caixote. Cada uma delas sai daqui com um 'caixotinho' de hortaliça plantado para cultivar na sua casa”, comentou.
Ainda na região do Sol Nascente, a equipe visitou o espaço coletivo Mulheres do Sol, que nasceu durante a pandemia, atendendo às necessidades mais urgentes da região.
“Diante do que a gente viu, que o povo não estava comendo, a gente precisava da cozinha. Nós resolvemos que íamos transformar a cesta em comida para garantir que as crianças comessem e que a família se alimentasse de uma forma bem saudável. E para comer saudável, a gente precisava de uma horta”, relatou Marly Quermes, coordenadora do coletivo Mulheres do Sol.
A equipe também fez visitas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e no restaurante comunitário do Pôr do Sol, ambos na Ceilândia.
Lorrana Grimes, consultora na coordenação-geral de promoção de alimentação adequada e saudável da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) do MDS, destacou que a oficina é uma oportunidade de se aproximar dos territórios em todo o Brasil. “A gente propõe que os municípios organizem visitas técnicas para que possamos conhecer as áreas que trabalham com segurança alimentar", explicou.
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Alimenta Cidades
A Estratégia Alimenta Cidades busca garantir que as pessoas que vivem nas áreas urbanas tenham acesso a alimentos saudáveis e de qualidade. No Brasil, 85% da população vive nas cidades e 57% da população reside em 319 municípios, evidenciando a concentração populacional em municípios com mais de 100 mil habitantes.
Além disso, 48% da população do país está inscrita no Cadastro Único, sendo que 80,5% destes domicílios são urbanos. Diante desses desafios, a Estratégia Alimenta Cidades tem como objetivo principal ampliar a produção, o acesso, a disponibilidade e o consumo de alimentos adequados e saudáveis, priorizando os territórios periféricos urbanos e populações em situação de vulnerabilidade e risco social.
Assessoria de Comunicação – MDS