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Segurança Alimentar
Estratégia Alimenta Cidades percorre o país para definir ações de fortalecimento da agenda alimentar urbana e soberania alimentar
Palmas (TO) foi uma das cidades que sediou oficina presencial da Estratégia Alimenta Cidades em fevereiro (Foto: MDS / Divulgação)
Fevereiro foi marcado por uma intensa agenda de oficinas presenciais realizadas no âmbito da Estratégia Alimenta Cidades. Nesse período, a equipe da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (Sesan/MDS) esteve em 10 cidades localizadas nas regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste do país. O foco foi a definição de prioridades da agenda alimentar urbana para compor a rota de implementação das políticas públicas de promoção da segurança alimentar e nutricional no ambiente urbano.
O objetivo da agenda foi realizar atividades de apoio institucional e técnico aos gestores locais, uma ação que vem sendo realizada nas 60 cidades prioritárias da iniciativa, cuja escolha teve como um dos critérios ter mais de 300 mil habitantes. A estratégia tem como propósito apoiar a estruturação, implementação, monitoramento e avaliação de ações ligadas ao combate à fome, à redução das desigualdades sociais e à agenda alimentar urbana.
Essa iniciativa do Governo Federal junto aos municípios busca fortalecer a produção, o acesso e o consumo de alimentos saudáveis, priorizando as populações mais vulnerabilizadas nas periferias das grandes cidades.
De acordo com o Censo do IBGE 2022, 87% da população brasileira vive em áreas urbanas. O estudo revela ainda que os maiores percentuais de população urbana foram observados nas regiões Sudeste (94,44%) e Centro-Oeste (91,35%), seguidas das regiões Sul (88,24%), Norte (78,47%) e Nordeste (77,64%). Em nível mundial, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que 80% de todos os alimentos produzidos no mundo são consumidos em áreas urbanas.
Confira, a seguir, os destaques da rodada de oficinas presenciais da Alimenta Cidades em fevereiro, realizadas com apoio do Instituto Comida do Amanhã (CDA), parceiro de implementação da Estratégia.
Região Sudeste
Sorocaba (SP) - Nos dias 3 e 4 de fevereiro, Sorocaba (SP) sediou o encontro da Estratégia Alimenta Cidades. Durante o evento, ocorreram visitas técnicas a iniciativas voltadas à alimentação saudável, incluindo bancos de alimentos, restaurantes populares e cozinhas solidárias.
O município localizado na região sudeste do Estado de São Paulo conta com 44 feiras de produtores, fundamentais para o acesso da população a alimentos saudáveis. A cozinha solidária do Sindicato dos Metalúrgicos reforça o trabalho junto à população em situação de vulnerabilidade, fornecendo refeições gratuitas. O Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba (Momunes) desenvolve ações voltadas ao acolhimento de idosos e mulheres, ofertando alimentação saudável para os usuários.
O município está se organizando para o processo de adesão ao Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e a Estratégia Alimenta Cidades tem potencializado esse movimento.
Campinas (SP) – Nos dias 5 e 6 de fevereiro, o município paulista de Campinas, que se destaca como polo metropolitano, sediou a 11ª Oficina da Estratégia Nacional Alimenta Cidades. Ao longo dos dois dias de trabalho, foram apresentadas iniciativas estratégicas do município na agenda da segurança alimentar e nutricional.
O Banco Municipal de Alimentos da Ceasa, as hortas comunitárias e feiras livres promovem segurança alimentar e sustentabilidade no município, incentivando o consumo de alimentos saudáveis e fortalecendo a agricultura familiar local. Destaca-se o projeto-piloto de Horta Comunitária Cultivando no Florence em que é feita a compostagem de cerca de 80 kg de material orgânico, semanalmente.
Os alimentos produzidos na horta são doados para os próprios agricultores que cultivam e todo alimento, colhido e doado, é registrado. A iniciativa foi reconhecida no edital de premiação de experiências inspiradoras em Agricultura Urbana e Periurbana da Sesan/MDS. O município iniciou recentemente a execução do Programa de Aquisição de Alimentos, com recursos do Governo Federal destinados por meio da Portaria nº 85/2024 para a modalidade compra com doação simultânea via termo de adesão.
Belo Horizonte (MG) – Nos dias 27 e 28 de fevereiro, Belo Horizonte sediou mais uma oficina presencial da Estratégia Alimenta Cidades. A capital de Minas Gerais é reconhecida como referência nacional e internacional em políticas públicas de segurança alimentar e nutricional. A cidade implementa diversas ações que garantem o acesso à alimentação de qualidade para a população, especialmente para os mais vulneráveis. O sistema integra várias estratégias, com destaque para os restaurantes populares, premiados internacionalmente, 17 cozinhas solidárias e as 33 feiras de produtos orgânicos ou de base agroecológica.
A cidade também é reconhecida por priorizar a transparência e o envolvimento social em suas políticas, garantindo que a SAN seja uma prioridade contínua. Essa trajetória garantiu a criação nessa nova gestão da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, um passo institucional que reforça o compromisso da cidade com o direito humano à alimentação adequada.
Região Nordeste
Jaboatão dos Guararapes (PE) – nos dias 17 e 18 de fevereiro, foi a vez de Jaboatão dos Guararapes. Desde 2013, o município pernambucano conta com o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Comsea) e com a Câmara de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) atuantes na mobilização e fortalecimento das políticas públicas.
Entre as ações que se destacam estão as 13 cozinhas solidárias, as cinco Hortas Escolares, as sete feiras livres de alimentos produzidos de forma convencional e as duas feiras especializadas em produtos orgânicos e agroecológicos.
Além disso, em 2022, o município se destacou por destinar 74,6% dos recursos federais destinados ao PNAE com a compra de alimentos da agricultura familiar, acima do recomendado de no mínimo 30%. O evento reafirmou a adesão de Jaboatão à Estratégia Alimenta Cidades, consolidando ações para um sistema alimentar mais sustentável e inclusivo no ambiente urbano.
Petrolina (PE) – Em Petrolina, a oficina presencial da Estratégia Alimenta Cidades ocorreu nos dias 20 e 21 de fevereiro. O município pernambucano se destaca por ser um dos que mais cresce no Brasil, sendo um grande produtor de frutas, que geram empregos, desde a produção até a colheita.
O primeiro resultado da Estratégia na cidade foi a adesão ao Sisan, que se deu em 2023. O movimento permitiu a instituição da Caisan municipal, espaço importante para a governança intersetorial das ações de segurança alimentar e nutricional. O município se destaca por ter uma lei municipal que proíbe a comercialização de alimentos não saudáveis nas escolas, priorizando-as como espaço de promoção e garantia da alimentação adequada e saudável.
O PAA é uma ação valorizada pelos produtores, gestores e consumidores locais. A ação fomenta a economia local e apoia a alimentação saudável, sendo um programa prioritário para a gestão local. Petrolina possui três cozinhas solidárias, onze feiras livres e seis hortas comunitárias. Os agricultores urbanos possuem CAF (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar), instrumento importante para ampliar as oportunidades de produção no setor.
A população conta ainda com um restaurante popular gerido pela prefeitura, que serve cerca de mil refeições diárias e 500 pratos de sopa no jantar. Uma parceria da prefeitura com o Sistema Nacional de Justiça agrega aos trabalhadores do restaurante e na execução do PAA egressos do sistema prisional.
Região Sul
Londrina (PR) – Nos dias 11 e 18 de fevereiro, foi a vez de Londrina (PR) sediar a oficina presencial da Estratégia Alimenta Cidades. A segunda maior cidade do Paraná tem se destacado na integração da agricultura urbana e segurança alimentar, promovendo sistemas sustentáveis e acessíveis. A Lei 12.620/2017 regulamenta hortas comunitárias e incentiva a produção de alimentos orgânicos, resultando em 33 hortas na cidade.
O destaque vai para ações como o projeto AgriUrbana de Londrina, que fomenta hortas comunitárias em áreas desocupadas, fortalecendo a agricultura urbana e a solidariedade, o projeto Sacolas Camponesas, da Associação das Mulheres Camponesas do Assentamento Eli Vive 1, que fornece alimentos agroecológicos à população, gerando renda e fortalecendo a economia local, integrando o PNAE e o PAA.
A Horta Comunitária Cantinho do Céu, conduzida por 40 famílias, transformou um antigo local de descarte em espaço produtivo e social, com apoio da Secretaria Municipal de Agricultura. A agroindústria familiar também tem sido impulsionada, agregando valor a produtos locais como queijos, pães e doces. Pequenos produtores recebem assistência técnica e infraestrutura, fortalecendo a economia e resgatando valores culturais.
Na área de educação ambiental, o programa Abelhas Sem Ferrão, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Secretaria Municipal de Educação, instalam colmeias em escolas municipais para sensibilizar crianças sobre a importância da biodiversidade.
Maringá (PR) – Perto dali, em Maringá (PR), a oficina presencial da Estratégia Alimenta Cidades reuniu um público expressivo nos dias 20 e 21 de fevereiro. A Cidade Canção, como é chamada, se destaca por sua rede de segurança alimentar, que integra refeições acessíveis, apoio à agricultura urbana e uma estrutura de abastecimento interligada.
A cidade possui quatro restaurantes populares, que fornecem mais de 47 mil refeições por mês e hortas comunitárias espalhadas na cidade que produzem alimentos agroecológicos e propiciam geração de renda aos moradores responsáveis.
O abastecimento municipal é fortalecido por um mercado público, uma central de abastecimento (Ceasa) e 41 feiras livres, incluindo três feiras orgânicas ou de base agroecológica, todas apoiadas pela prefeitura.
Para incentivar a agricultura urbana e periurbana, a gestão municipal oferece subsídios e assistência técnica, integrando essas iniciativas no Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional e no Plano de Gestão de Resíduos Sólidos.
Maringá conta ainda com hortas comunitárias agroecológicas em áreas de insegurança alimentar e em terrenos sob as linhas de alta tensão. Geridas por moradores da região, com apoio da Companhia Paranaense de Energia (Copel), a ação conta com a assistência técnica da Universidade Estadual de Maringá em parceria com a prefeitura.
Os quatro restaurantes populares do município são distribuídos entre o centro e os bairros, garantindo acesso a refeições para famílias em situação de vulnerabilidade, com acompanhamento de nutricionistas da Secretaria de Assistência Social. Uma nova cozinha central será inaugurada em breve para apoiar o funcionamento dos restaurantes, com capacidade para produzir 4.000 refeições por dia. Outro avanço importante é a inclusão do Banco de Alimentos – SESC Mesa Brasil no PAA de Maringá, que garantirá a distribuição de alimentos a instituições indicadas pela prefeitura.
Porto Alegre (RS) – Nos dias 24 e 25, Porto Alegre sediou a oficina presencial da estratégia Alimenta Cidades. A capital gaúcha conta com 24 hortas urbanas agroecológicas, sendo que até junho a cidade contará com 68 novas hortas nesse modelo, com apoio da Secretaria de Agricultura. Como medida de adaptação às mudanças climáticas, a prefeitura distribui kits de irrigação gratuitamente para os agricultores familiares.
Além disso, um centro agrícola demonstrativo é utilizado na formação em processamento de alimentos para produtores que querem iniciar uma agroindústria. O município conta com 61 cozinhas solidárias habilitadas pelo MDS, das quais 18 foram contempladas pelo Edital do Programa Cozinha Solidária em 2024, apoiando o fornecimento de mais de 534 mil refeições. Os seis restaurantes populares da cidade servem, juntos, 22 mil refeições mensais. A prefeitura também organiza oito feiras agroecológicas, com legislação atualizada e seleção contínua de novos permissionários.
O PAA federal é fortalecido pelo PAA municipal, ampliando o apoio à agricultura familiar e à segurança alimentar. O município também possui uma legislação que protege as crianças no ambiente escolar da exposição a alimentos não saudáveis e destina mais de 30% dos recursos federais do PNAE para a compra de produtos da agricultura familiar, garantindo uma alimentação mais saudável e sustentável nas escolas.
Porto Alegre se destaca por ações e projetos em segurança alimentar voltados à população em situação de rua, priorizando um censo da população de rua, a fim de apoiar o melhor desenho de políticas. A cidade também possui uma lei que garante que Porto Alegre estará livre de agrotóxicos até 2032, promovendo um ambiente mais saudável e sustentável.
Caxias do Sul (RS) - Nos dias 27 e 28 de fevereiro, foi a vez de Caxias do Sul (RS). A cidade gaúcha possui longa trajetória no desenvolvimento de políticas públicas alimentares, tendo sua Lei de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan) publicada em 2012.
A cidade possui uma lei que institui o Programa Municipal de Agricultura Urbana e Periurbana e vem trabalhando a produção de alimentos saudáveis por meio do fomento e incentivo à agricultura orgânica e agroecológica, e assistência técnica e extensão rural para agricultores, subsídio e ou apoio para insumos e infraestrutura, assim como a promoção de treinamentos e capacitações regulares com os agricultores.
A lei também garante que não é necessário pagar IPTU se o terreno for usado para agricultura urbana. Merece destaque também o Programa Troca Solidária em que a cada 3kg de material reciclável coletado podem ser trocados por 1kg de alimento da agricultura familiar, adquirido pela prefeitura, que chega a 29 bairros da cidade, semanalmente.
Outra iniciativa é o Ponto de Safra, uma modalidade de feira onde hortifrutis são vendidos em sacolas pré-definidas a R$ 3, com peso variando entre 0,8kg e 1,2kg. Realizada às sextas-feiras, em quatro pontos da cidade, tem como objetivo oferecer alimentos de qualidade a baixo custo e fomentar a agricultura familiar local. No final da feira, o Banco de Alimentos coleta as doações.
A cidade se destaca na execução do PAA e fomento aos circuitos curtos na cidade. Com mais de 20 anos de funcionamento, o Programa Banco de Alimentos arrecada, armazena e distribui alimentos para entidades sociais, evitando desperdício e promovendo a segurança alimentar. A iniciativa atende a 114 entidades e distribui mais de 100 toneladas de alimentos por mês.
Tanto Caxias do Sul como Porto Alegre tiveram a criação de uma força-tarefa para ações de combate à fome durante o desastre climático ocorrido em maio de 2024, que contaram com apoio do Governo Federal e a integração entre cidades próximas e com os governos do estado do Rio Grande do Sul e da sociedade civil: uma experiência que ainda traz importantes aprendizados para prevenção ou atuação em situações semelhantes para as demais cidades brasileiras.
Região Norte
Palmas (TO) – Nos dias 20 e 21 de fevereiro foi a vez de Palmas sediar a oficina presencial da Estratégia Alimenta Cidades. Entre os projetos em destaque na capital do Tocantins está o projeto Descasque Mais e Desembale Menos, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Educação (Semed) e reconhecido pelo Laboratório de Inovação em Educação Alimentar e Nutricional (LIS-EAN).
A ação local promove hábitos alimentares saudáveis entre os alunos da rede municipal. Para garantir sua execução, a prefeitura destinou 81,48% dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) à compra de alimentos da agricultura familiar, garantindo alimentação escolar mais saudável e nutritiva, fortalecendo a economia local e valorizando os produtores locais. Outro destaque é na área da Agricultura Urbana e Periurbana, com 21 hortas urbanas em funcionamento pela cidade.
Em 2024, a Secretaria de Ação Social de Palmas realizou o Diagnóstico Parcial da Situação de Insegurança Alimentar no município, aplicando a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia) a 833 famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família. O levantamento destacou a importância dos equipamentos de segurança alimentar e nutricional na assistência à população em situação de vulnerabilidade.
|
2025 |
Região |
Cidade |
|
03 e 04/02 |
Sudeste |
Sorocaba |
|
05 e 06/02 |
Sudeste |
Campinas |
|
17 e 18/02 |
Nordeste |
Jaboatão dos Guararapes |
|
17 e 18/02 |
Sul |
Londrina |
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20 e 21/02 |
Sul |
Maringá |
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20 e 21/02 |
Nordeste |
Petrolina |
|
20 e 21/02 |
Norte |
Palmas |
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24 e 25/02 |
Sul |
Porto Alegre |
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27 e 28/02 |
Sul |
Caxias do Sul |
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27 e 28/02 |
Sudeste |
Belo Horizonte |
Vem por aí: A Estratégia Alimenta Cidades está percorrendo 60 cidades brasileiras para fortalecer as ações voltadas à agenda alimentar urbana. Para saber mais sobre a Estratégia, acesse: Alimenta Cidades — Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Assessoria de Comunicação - MDS



