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Segurança Alimentar
Cozinhas solidárias são estratégicas para o enfrentamento da insegurança alimentar em Ananindeua (PA)
Divulgação: Semupa
Em Ananindeua (PA), as cozinhas solidárias têm importante papel no combate à fome e na promoção da segurança alimentar. Essas tecnologias sociais ganharam força a partir da pandemia de covid-19 e grande parte manteve-se ativa, cumprindo papel importante no atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade, sobretudo nos grandes centros urbanos.
No município paraense, localizado na região metropolitana de Belém, esses equipamentos estão no radar das equipes que vão a campo implementar a Estratégia Alimenta Cidades. A iniciativa promovida pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e liderada pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), tem como objetivo promover um espaço de diálogo e cocriação entre representantes governamentais, da sociedade civil e demais atores locais.
A ideia é aprofundar e finalizar o diagnóstico situacional da agenda alimentar urbana e das políticas, programas e ações de segurança alimentar e nutricional do município, construir um entendimento comum sobre os desafios e oportunidades, além de identificar prioridades para o desenho pelas cidades de sua rota de implementação da Estratégia Alimenta Cidades.
A Cozinha Mãos de Mulheres, que atende 250 pessoas, faz parte do Movimento Camponês Popular e, de acordo com a colaboradora Lenina Aragão, o espaço é uma estratégia importante no combate à fome. “São entregues marmitas no almoço, café da manhã e da tarde. Ainda são realizados alguns momentos, aos fins de semana, com rodas de conversa com os temas que a própria comunidade solicita, como a insegurança alimentar”, relatou.
Além disso, a cozinha fortalece dois pontos importantes: quem produz a alimentação e quem consome também. "Porque é garantia de alimentação saudável", acrescentou Rosane Santos. As cozinhas são abastecidas pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e isso tem possibilitado o fortalecimento da agricultura familiar.
"Aliado a essa distribuição de alimentação, nós, enquanto rede, temos uma proposta clara de educação popular com esses beneficiários. Então, a gente começa um processo de discussão e reflexão de por que a gente passa fome. Nós vivemos num estado que é o segundo com os maiores índices de insegurança alimentar. Então, isso também precisa ser discutido”, prosseguiu.
Encontro
Entre a segunda-feira (20.01) e a terça-feira (21.01), Ananindeua sediou o primeiro encontro presencial da Estratégia Alimenta Cidades em 2025. Na programação constaram diálogos com a sociedade civil e o poder público para apoiar a elaboração do Plano de Segurança Alimentar e Nutricional do município, entre outros temas.
A equipe da Sesan apresentou a Estratégia e seus eixos e, junto com representantes da prefeitura, aprofundaram o diagnóstico municipal. Também foram feitas visitas a serviços e equipamentos, como a Cozinha Mãos de Mulheres, o Aviário Comunitário de Nova Esperança e uma iniciativa de hortas pedagógicas em escola municipal.
Por meio da Estratégia Alimenta Cidades, o Governo Federal convida gestões municipais de cidades estratégicas a unirem forças no sentido de combater a fome e promover a alimentação saudável nesses territórios urbanos.
Milena Serenini, consultora de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, destacou que o objetivo principal do encontro é aprofundar o diagnóstico do município com relação às ações desenvolvidas nos oito eixos da Estratégia Alimenta Cidades. E, a partir daí, definir as prioridades do município para a rota de implementação.
"A Estratégia tem o intuito de ampliar as ações relacionadas ao acesso, à produção, ao consumo, ao abastecimento e distribuição de alimentos adequados e saudáveis, com foco especial na população em situação de vulnerabilidade nos territórios periféricos. Então, a partir desse encontro, a gente vai ampliar o apoio técnico ao município para estender a rota de implementação e poder transformar em um município que, cada vez mais, seja promotor da segurança alimentar e nutricional e do direito humano à alimentação adequada”, ponderou a consultora.
O público-alvo final são as populações mais vulnerabilizadas que vivem, hoje, nas áreas periféricas das grandes cidades. Para isso, a Estratégia Alimenta Cidades está sendo implementada em 60 cidades prioritárias, listadas na Portaria MDS Nº 987, de 22 de maio de 2024. Estima-se que moram nessas cidades mais de 64 milhões de pessoas.
Alex Rodrigues, secretário adjunto municipal de Pesca e Agricultura, avaliou positivamente a realização do encontro. “Estamos em processo de construção do Alimenta Cidades. É importante porque, nesse momento, temos quatro secretarias no Consea. O encontro abre caminho para uma nova visão, a de envolver as demais secretarias para que a gente forme um grande bloco da prefeitura e possa dialogar sobre problemas identificados nesse debate”.
De acordo com o diagnóstico prévio realizado pelo MDS, o fortalecimento da piscicultura de base comunitária e a criação da Secretaria Municipal de Pesca são temas que reforçam a ação da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) nas periferias de Ananindeua, gerando renda e facilitando o acesso à alimentação saudável.

- Fotos: Divulgação
Assessoria de Comunicação - MDS