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Assistência Social
Casa do Migrante de Corumbá (MS) acolhe e proporciona oportunidades para quem chega ao Brasil
Foto: Roberta Aline/MDS
Com lágrimas nos olhos e emoções que variavam entre recordações tristes, gratidão pelo presente e a alegria por vislumbrar um futuro melhor, o migrante colombiano Juan Rodriguez contou a difícil trajetória que percorreu com a esposa e a filha de oito anos até chegar ao Brasil. Eles cruzaram a fronteira com a Bolívia e entraram pelo município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul.
“Saímos da Colômbia depois de sofrermos com o sistema local. Eu era dono de um comércio e fazia massas italianas para meus clientes, mas fui vencido pelas facções”, contou o ex-morador de Cali, que passou por Equador, Peru e Bolívia antes de chegar ao Brasil.
“Pensamos, para onde poderíamos ir? E acabamos aqui no Brasil, onde consideramos ser um local seguro e tranquilo. Quando chegamos à Casa do Migrante, estávamos sujos, cansados e sem saber como seria”, detalhou.
Juan se comoveu ao lembrar do momento em que foram acolhidos pelos assistentes sociais e o quanto essas pessoas se tornaram importantes para ele. “Cheguei aqui sete horas da manhã com a minha família, contei minha história e quando eram oito e vinte eu já estava empregado”, disse.
“O assistente social me ajudou a conseguir emprego de auxiliar de cozinha em um restaurante aqui de Corumbá. Fiquei muito feliz e agradecido pela oportunidade”, celebrou.
A Casa do Migrante oferece alojamento provisório para as pessoas migrantes e refugiadas em vulnerabilidade social, que chegam à cidade sul-mato-grossense. No espaço, essa população também tem acesso à alimentação e atendimento de equipe especializada. Atualmente, o local tem capacidade para acolher 25 migrantes e refugiados simultaneamente.
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MS), a prefeitura de Corumbá e a Defensoria Pública da União (DPU) firmaram, na sexta-feira (4.04), um plano de ação para investir em uma nova Casa do Migrante, com mais espaço.
“São muitos anos de trabalho e estamos agradecidos por esta parceria que poderá beneficiar tantas pessoas”, celebrou Iber Mosciaro, que trabalha na assistência social há mais de 20 anos e, desde 2021, coordena a Casa do Migrante. “Sempre falo para minha equipe que temos que acolher com humanização, se não for desta maneira, estaremos errados”, pontuou.
O ministro Wellington Dias lembrou que o Brasil é conhecido mundialmente por sua diplomacia. “São milhares de brasileiros em várias partes do mundo e da mesma maneira que queremos que nosso povo seja bem-recebido e acolhido em outros países, devemos acolher e receber bem quem chega ao Brasil pedindo ajuda”, frisou.
Para a esposa de Juan, a equatoriana Amparo Rodriguez, ter uma casa para começar uma nova vida é de extrema felicidade. “Agora, temos uma casa e vamos começar a ter nossas coisas. Nossa filha já está estudando e essas pessoas se tornaram a família que precisávamos”, afirmou a migrante que também está empregada e trabalha como vendedora.
Entre janeiro e março de 2025, a Casa do Migrante acolheu 515 pessoas. No ano passado, o total de atendimentos chegou a 1,7 mil.
Assessoria de Comunicação - MDS
