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Emergência ou Calamidade
Trabalhadores da assistência social destacam impacto da ForSUAS no Rio Grande do Sul
Foto: Yako Guerra/ MDS
Um ano após a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul, a Força de Proteção do Sistema Único de Assistência Social, a ForSUAS, segue em campo para prestar apoio aos gestores e pessoas afetadas pela tragédia, além das que estão sofrendo com as consequências do grande volume de chuvas deste ano.
Em 2025, já houve mortes e diversos municípios já tiveram danos decorrentes das enchentes e deslizamentos. Saulo Gill, integrante da ForSUAS no Rio Grande do Sul, explicou que os profissionais estão em campo para auxiliar os municípios.
“Nós atuamos, no primeiro momento, participando das reuniões com a Defesa Civil para mapear as regiões que poderiam ser mais afetadas. Fizemos contato com os municípios para ver a realidade, a situação deles e prestamos orientação em relação à solicitação de recursos”, disse o servidor, que em 2024 atuou em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, e viveu com a comunidade o sofrimento causado pela tragédia.
“Esse ano realizamos algumas visitas na região metropolitana de municípios que na última enchente foram muito afetados. Então, o nosso trabalho tem sido de acolher”, prosseguiu.
Antigas colegas de trabalho de Saulo Gill no Serviço Único de Assistência Social (SUAS) de Canoas conversaram sobre as memórias deixadas pelo período mais difícil vivido pelo estado nos últimos anos. Foi a partir do que aconteceu no Rio Grande do Sul, que o Governo Federal criou a ForSUAS e, depois da experiência, instituiu a Força em todo território nacional.
“Foi uma experiência nova, que a gente não conhecia, nem sabia quem eram essas pessoas. Lembro que eu e uma colega entramos no Google e fomos procurar o que era ForSUAS”, revelou Maria Judite Ludwig, gestora do Fundo Municipal de Assistência Social de Canoas.
As pessoas a que ela se refere são os trabalhadores do SUAS de outros estados que se deslocaram para dar suporte aos servidores do estado gaúcho. “Elas me explicaram como tratar do pedido dos recursos, ajudaram... Foi muito importante”, complementou.
Canoas foi fortemente afetado pela enchente em 2024 e foi palco de um dos momentos mais emblemáticos do desastre: o resgate ao cavalo Caramelo, que ficou por horas ilhado no telhado de uma casa. Foram dias tomados por incerteza e insegurança, que produziram cenas tão impactantes quanto tristes.
“Parecia que eu estava numa cena de filme. Era muito estranho, sabe? Olhava para um lado, gente sentada, comendo, dando comida para as crianças, outras pessoas gritando, chorando... Era uma coisa que eu nunca vi, só em filme”, contou Rosilaine Gomes, coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Guajuviras.
Assim como muitos afetados pelo desastre, a servidora também precisou sair de casa por conta da invasão da água. Quando viu, trocou de papel: estava sobre um barco com a família sendo resgatada. A família da colega de profissão, a assistente social Andressa Maciel, também foi afetada pela tragédia.
“Era tanta dor, tanto sofrimento que a gente olhava em volta e colocava os nossos sofrimentos no bolso, como dizem, né? Porque provavelmente a situação da minha família estava melhor do que a daquelas pessoas ali, mesmo assim era difícil. Hoje, quando começa a chover, a gente já fica com medo. Quando passa um helicóptero a gente já fica em alerta”, contou Andressa, emocionada.
ForSUAS
Coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a Força foi estruturada para atuar como suporte imediato na gestão da assistência social, com cooperação entre os entes federados. A ForSUAS continua em atividade no estado gaúcho e conta com um escritório na região central de Porto Alegre, em que os profissionais se reúnem para traçar estratégias e ações para atender à população.
“A ideia é que a gente ajude os municípios a se fortalecerem e a se organizarem para eventos como esse. A ForSUAS está aqui para seguir apoiando o Rio Grande do Sul neste atendimento à calamidade”, declarou Jeanine Godói, que também compõe a Força no estado.
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Assessoria de Comunicação - MDS