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Fala MDS: cuidotecas abrem possibilidades para qualificação profissional
No episódio desta quinta-feira (30.10), o podcast do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) recebeu Maria Carolina Alves, diretora do Departamento de Cuidados da Primeira Infância e da Pessoa Idosa. Em pauta, uma iniciativa que compõe o Plano Nacional de Cuidados: as cuidotecas. Carolina Alves detalhou como esses espaços estão sendo criados para apoiar, principalmente, mulheres que precisam estudar ou trabalhar no período noturno.
O projeto nasceu de um diagnóstico que identificou lacunas na atual rede de apoio ao cuidado. Segundo a diretora, serviços essenciais, como as creches, não atendem às necessidades de quem tem uma jornada noturna. "Se por acaso você é uma mãe que estuda à noite ou que trabalha à noite num supermercado, numa farmácia, está numa universidade no período noturno, você não tem algum serviço onde deixar seu filho", apontou.
As cuidotecas são a resposta a essa demanda. São espaços de cuidado gratuitos e seguros para crianças de três a 12 anos, com e sem deficiência, que funcionam justamente enquanto os responsáveis trabalham ou estudam à noite. O objetivo é ser uma rede de apoio fundamental para que os cuidadores familiares possam seguir com os compromissos com a tranquilidade de que os filhos estão sendo cuidados e estão seguros.
Carolina Alves ressaltou que sem ter onde deixar os filhos, muitas mães, principalmente as solo, levam as crianças para a sala de aula ou para o trabalho. A diretora alerta para as consequências dessa prática: "A gente tem impactos tanto na qualidade do ensino que essas mulheres recebem, porque tem que ficar ali cuidando da criança e assistindo a aula ao mesmo tempo. Tem uma perda de qualidade no ensino e têm impactos também na evasão escolar."
O projeto-piloto das cuidotecas funciona na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, no Rio de Janeiro, desde março deste ano. O espaço atende filhos de estudantes, professores e trabalhadores de toda a comunidade universitária. Segundo a diretora, os resultados são positivos, e já houve reversão de casos de evasão escolar na UFF de Niterói. “Alunas de cursos com aulas práticas obrigatórias em laboratórios, onde crianças não podem entrar agora, podem continuar seus estudos. E uma das alunas que já tinha trancado a matrícula, soube da cuidoteca e já voltou a estudar”.
Durante a conversa, Maria Carolina esclareceu que as cuidotecas não substituem as creches. Enquanto as creches têm uma proposta pedagógica focada na educação infantil, as cuidotecas são focadas no acolhimento e no cuidado no período que excede a jornada escolar. “As atividades incluem brincadeiras, contação de histórias, jogos de acordo com a idade das crianças, mas também oferta de alimentação, descanso e higiene, se for o caso, tudo pensado com acessibilidade”, completou.
Existem quatro modalidades de cuidotecas: as vinculadas a espaços educacionais, como a da UFF; as que funcionam em espaços de qualificação profissional, a exemplo das que estão nos Institutos Federais que oferecem os cursos do Mulheres Mil; as de base territorial, cujo edital contemplou nove capitais; e em eventos de participação social, como conferências nacionais.
Onde Ouvir
O Fala MDS tem episódios semanais, publicados às sextas-feiras, e está disponível nas plataformas Spotify, Amazon, Deezer, Apple Podcasts e SoundCloud. O podcast também é distribuído às rádios de todo o país que queiram veiculá-lo.
Assessoria de Comunicação – MDS