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Desenvolvimento Social em pauta: encontro prepara agenda para Doha, em novembro
Foto: Roberta Aline / MDS
“Soluções complexas requerem ações conjuntas e ambiciosas”, afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, sobre a oportunidade de fortalecer parcerias e enfrentar desafios conjuntos durante a Primeira Reunião de Líderes da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Segunda Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social. Os encontros ocorrem, respectivamente, em 3 de novembro e de 4 a 6 do mesmo mês, em Doha, no Catar.
Os caminhos a serem trilhados rumo a esses encontros foram tema de debate em evento paralelo à VI Conferência Regional sobre Desenvolvimento Social, nesta quarta-feira (3.09), em Brasília. A reunião permitiu um espaço de diálogo entre as delegações da América Latina e do Caribe, bem como representantes de outras regiões, com o objetivo de fortalecer a centralidade do desenvolvimento social no cenário internacional; de destacar os compromissos e resultados da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e de reafirmar a urgência de respostas coletivas às múltiplas crises que ameaçam os direitos sociais e o bem-estar das populações mais vulneráveis.
Na abertura do encontro, o titular do MDS, Wellington Dias, lembrou que os compromissos assumidos na primeira Cúpula Mundial de Desenvolvimento Social, em 1995, guiaram ações globais para a construção de um mundo “mais justo e inclusivo”. Salientou, no entanto, que, 30 anos depois, o cenário é desafiador, com crescentes desigualdades, mudanças demográficas e novas tecnologias.
“É preciso renovar nossa ambição e construir conjuntamente o caminho que seguiremos nas próximas décadas. As discussões e decisões tomadas aqui em Brasília representarão a experiência de nossa região em novembro, em Doha”, explicou. “Temos uma missão de compartilhar as políticas e estratégias de nossos países, que são marca de inovação social e que permitiram o avanço da região no combate à fome e à pobreza”, completou o ministro.
Entre os avanços, ele destacou o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza em 2024, durante a presidência brasileira do G20. “Ao mesmo tempo em que a Cúpula Mundial trará um importante direcionamento político global para o desenvolvimento internacional, a Aliança Global traz em si importantes instrumentos para a concretização dessas metas. A Primeira Reunião de Líderes da Aliança Global trará os resultados dos esforços engendrados por seus membros desde seu lançamento”, pontuou.
"Agora com 197 membros, a Aliança se coloca como um instrumento que ajuda o mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 77 milhões de pessoas no mundo saíram da fome de 2023 para cá. E nossa proposta é avançar com o Pacto pelo Desenvolvimento Social Inclusivo", acrescentou Wellington Dias.
Aliança Global
Para Juan Escobar Stemmann, representante da Espanha no encontro, a Aliança Global é o "exemplo mais tangível de como é possível transformar declarações em ações concretas”. Ele salientou a urgência em enfrentar o desafio de tirar as pessoas da fome e da pobreza e elogiou o fato de a Aliança ter nascido de "forma diferente", como uma plataforma aberta, inclusiva e com apoio às políticas nacionais.
“A Espanha está convencida de que a liderança local é chave para obter sucesso”, afirmou. Outro ponto destacado foi que o país abordará, em Doha, os próximos passos da Aliança Global. “A região da América Latina e do Caribe tem voz importante nesse processo, os avanços na proteção social e na redução da pobreza se tornaram referência mundial”, disse.
“A Segunda Cúpula em Doha será a oportunidade para situar a pobreza e a fome no centro da agenda internacional”, acrescentou Stemmann. A Espanha atualmente copreside, junto ao Brasil, o Conselho de Campeões da Aliança Global.
Já o embaixador da Etiópia, Leulseged Tadese Abebe, lembrou que o país está pronto para abrigar um dos escritórios da Aliança Global. Além disso, elencou motivos que fizeram o país aderir à iniciativa. “A Aliança Global é focada em resultados e é isso que precisamos, precisamos de resultados”, contou. “Os objetivos da Aliança vão lado a lado com os nossos objetivos nacionais.”
O ministro de Assuntos Sociais e Trabalho do Haiti, Georges Wilbert Franck, pontuou que o país está disposto a dividir as boas práticas, assim como os erros, na condução da luta contra a fome. “A fome e a pobreza são resultados de um conjunto de práticas, medidas e ações que conduzem à privação de boa parte da população, é resultado de um processo. No Haiti, boa parte da população vive em insegurança alimentar grave”, lamentou, ao lembrar que o país faz parte da Aliança Global.
VI CRDS
A VI Conferência Regional sobre Desenvolvimento Social da América Latina e do Caribe busca promover um espaço de diálogo e cooperação entre governos, organismos internacionais, academia e sociedade civil para avançar rumo a um desenvolvimento social mais inclusivo, justo e sustentável na região. O evento teve início na terça-feira (2.09) e vai até a quinta-feira (4.09).
Durante o encontro intergovernamental, a Cepal apresentou o documento “América Latina e Caribe 30 anos depois da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social: rumo a um pacto mundial pelo desenvolvimento social inclusivo”. A iniciativa propõe uma visão sobre os avanços e desafios da região, desde 1995 até os dias atuais, em matéria de desenvolvimento social, redução da pobreza e fortalecimento dos sistemas de proteção social.
"A Conferência Social da América Latina e Caribe, no Brasil e em Brasília, é preparatória para esse evento que acontece a cada 30 anos: a Cúpula Social da ONU, que desta vez será em Doha no Catar", disse o ministro Wellington Dias. "Apresentamos o compromisso de avançar nas prioridades do combate à fome e à pobreza, com mais inclusão e reconhecendo melhoras desde 1995, em Copenhague", completou.
Toda a programação é transmitida, ao vivo, pelos canais oficiais da Cepal e pelo YouTube do MDS.
Assessoria de Comunicação - MDS
