Ribeirinhos
As comunidades ribeirinhas têm profundo conhecimento dos ritmos dos recursos naturais. Vivem nas margens dos rios, igarapés, igapós e lagoas. Desenvolvem atividades de extrativismo, caça, cultivo de roça em regime familiar e a pesca, principal atividade de renda. Estão presentes em todo território brasileiro, com destaque para a região amazônica.
Suas casas podem variar em diferentes regiões, construídas de barro, palha de coco ou madeira, em terra firme ou ilhas. Em determinadas regiões são construídas sobre palafitas adaptadas às cheias dos rios amazônicos.
Essas comunidades apresentam uma forte relação material e simbólica com as águas dos rios e a floresta. O ciclo de chuvas e seca regula suas atividades econômicas, sob regime familiar e com venda do excedente. Nos períodos de seca, as margens oferecem frutas, ervas medicinais e tubérculos, em especial a mandioca.
A várzea, os rios e as matas são objeto de conhecimentos acumulados ao longo das gerações, permitindo a coleta de alimentos, fibras, tinturas, resinas, ervas medicinais, bem como materiais de construção.
Outra característica é o relativo isolamento geográfico, com a infraestrutura de terra firme precária e de difícil acesso, tendo os rios como principal via de acesso às cidades e vilarejos.