Apanhadores de flores sempre vivas
São comunidades tradicionais que vivem ao longo dos topos, morros e encostas da Serra do Espinhaço (Minas Gerais), única cordilheira brasileira.
Têm na coleta de flores sempre-vivas a base do seu modo de vida e identidade. Além das flores, coletam frutos nativos do Cerrado, plantas medicinais, além de plantarem e criarem gado nas áreas comuns.
Os conhecimentos tradicionais são repassados através das gerações pela oralidade e pelas atividades laborais.
Têm seu modo de vida tradicional baseado em três principais atividades:
1) apanha das flores sempre-vivas, como principal fonte de renda das famílias, feitas em campos nativos e áreas de uso comum;
2) manejo do gado com pastagens nativas que serve de “poupança” das famílias; e,
3) roças de toco e quintais produtivos que garantem a segurança e soberania alimentar.
O sistema agrícola tradicional dos/as apanhadores/as de flores sempre-vivas foi reconhecido como Patrimônio Agrícola Mundial do Brasil pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em 2020, devido à sua importância na preservação dos recursos naturais, da paisagem e dos conhecimentos tradicionais associados ao Cerrado. Foram reconhecidas também como Patrimônio Imaterial do Estado de Minas Gerais pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA).