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1º Hackathon da Receita Federal transforma mercadorias apreendidas em soluções escaláveis
A cerimônia de premiação do 1º Hackathon da Receita Federal, realizada na tarde de 5 de junho, reuniu servidores, pesquisadores e estudantes, confirmando o potencial da parceria entre Estado, academia e iniciativa privada. Ao todo, a maratona mobilizou mais de 2 mil pessoas e gerou quase 400 projetos voltados ao reaproveitamento de cigarros eletrônicos apreendidos pela Receita Federal. O evento ocorreu em seis polos: Bauru, Campinas, São Carlos, São José dos Campos, São Paulo e Sorocaba.
A vitória coube à equipe BHIN com o Projeto Sopa, solução que converte o corpo do vape em um teclado ativado por sucção com custo de produção de apenas R$ 40, acompanhado de aplicativo de comunicação alternativa gratuito. “Transformamos o lixo eletrônico em tecnologia de inclusão”, celebrou um dos integrantes da equipe durante a exibição do vídeo vencedor.
O segundo lugar ficou com o Samba Code, que reutiliza baterias e carcaças para montar kits de robótica de baixo custo destinados a escolas públicas, iniciativa que nasceu da união entre alunos do ensino médio e professores universitários. Na terceira colocação, a equipe Aguaraçus apresentou o PodParar, um simulador terapêutico que usa cartuchos reaproveitados para medir a capacidade pulmonar e apoiar programas de cessação do tabagismo no SUS. O Prêmio de Aclamação, definido por voto popular nas redes sociais, foi concedido à equipe BHIN, que somou 2.666 curtidas no Instagram.
Durante a cerimônia, a superintendente da 8ª Região Fiscal (São Paulo), auditora-fiscal Márcia Cecilia Meng, lembrou o passivo ambiental que motivou o desafio. “Acumulamos um volume expressivo de cigarros eletrônicos apreendidos e precisamos garantir a eles uma destinação que seja sustentável”. O superintendente-adjunto, auditor-fiscal André Luiz Gonçalves Martins, contextualizou a mudança de paradigma. “Saímos de uma destruição, passa o trator em cima, aterro sanitário, e começamos a pensar em aterro zero e parcerias estratégicas”.
A delegada da DRF/Bauru, auditora-fiscal Marina Aiello Sartor, celebrou o espírito que moveu as equipes: “Gente normal não muda o mundo”. O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, reforçou o valor desse diálogo. “A Receita Federal precisa do conhecimento acadêmico, precisa da inovação”. Além de abrir o evento, Barreirinhas entregou o prêmio à equipe vencedora e fez um vídeo para o evento.
Além dos prêmios em notebooks, smartphones, tablets e smartwatches, a tarde incluiu uma demonstração do cão farejador Gui, da Alfândega de Guarulhos. O border collie identificou uma mala-teste e, como explicou a condutora, analista-tributária Valdileia dos Reis Castro da Cunha, “enquanto não ganhar a bolinha de recompensa, ele não conclui a busca”, exemplificando o protocolo de reforço positivo usado nos cães de faro em serviço.
Estiveram presentes no evento os professores Edson Antonio Capello e Darío Abel Palmieri, da Universidade Estadual Paulista, professor Marcelo Carbone Carneiro, do Centro de Inovação Tecnológica de Bauru, professora Renata Azevedo, da Universidade Estadual de Campinas, Kenzo Abiko, coordenador da Rede Fab Lab Brasil, Vitor Dias, consultor do Impact Hub São Paulo, João Carlos Filho, especialista em defesa cibernética e Guilherme Prates, coordenador de finanças do Acesso Popular.
Pela Receita Federal, também estiveram presentes auditor-fiscal Mario de Marco Rodrigues de Sousa, subsecretário-adjunto de Administração Aduaneira, auditor-fiscal Andrey Soares De Oliveira, coordenador-geral de Programação e Logística, auditor-fiscal Roberto Born, coordenador de Mercadorias Apreendidas e analista-tributário Anderson Leme, primeiro servidor do mundo a receber a "Certificação como Treinador" para drogas da Organização Mundial das Aduanas (OMA).
Com mentorias das instituições de ensino, as equipes finalistas entram agora em fase de pré-incubação para testar, certificar e escalar os protótipos. A Receita Federal avalia, em conjunto com universidades e parceiros do setor privado, os caminhos para que as soluções cheguem em breve a laboratórios de inovação, escolas ou programas de saúde pública, ampliando o alcance social de um passivo que antes terminaria em aterros sanitários.

