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Países firmam declaração por solidariedade, igualdade e desenvolvimento sustentável na gestão de desastres
Comitiva durante as reuniões do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres do G20, na África do Sul (Foto: Divulgação/MIDR)
Brasília (DF) – A aprovação da declaração ministerial do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) do G20, nesta segunda-feira (13), encerrou a agenda de reuniões técnicas sobre o tema na Cidade do Cabo, na África do Sul, priorizando resiliência, solidariedade, igualdade e desenvolvimento sustentável. O documento reafirma o compromisso das nações com o fortalecimento das capacidades locais, reconstrução sustentável e ampliação do acesso a mecanismos de financiamentos justos, com especial atenção aos países mais vulneráveis.
Durante as reuniões, o secretário executivo do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Valder Ribeiro, ressaltou que o Brasil acredita no investimento em redução de riscos como forma de evitar que custos decorrentes de desastres continuem crescendo, com impactos significativos nas economias, populações e territórios. “Sem o aumento consistente de investimento, áreas de alto risco podem se tornar progressivamente não seguráveis, o que compromete a resiliência dos países”, afirmou.O secretário acrescentou que “reconhece a importância de princípios que incentivam o investimento em informação, o conhecimento e inovação sobre riscos; o desenvolvimento de estratégias abrangentes de financiamento com governança clara; a integração dos riscos de desastres nos planos setoriais e no planejamento orçamentário; o fortalecimento do investimento em nível local; o gerenciamento de riscos residuais de forma antecipada; a promoção da resiliência empresarial e do investimento privado, e o avanço na redução do risco de desastres por meio da colaboração e solidariedade internacional”.
Segundo Valder Ribeiro, toda estratégia adotada precisa considerar o impacto na vida das pessoas. “Para protegê-las, é necessário dispor de meios de financiamento que garantam segurança, além de levar em consideração diferenças sociais, econômicas, culturais, de gênero e idade, assim como valorizar a participação das comunidades locais, povos indígenas, mulheres e jovens. Ao integrar essas perspectivas, poderemos construir respostas mais sólidas no sentido de combater desigualdades para diminuir as vulnerabilidades”, defendeu o secretário, comemorando a aprovação da declaração. “Um documento de referência que reúne esses princípios em âmbito internacional tem grande valor, pois orienta a governança, apoia a implementação de planos de redução do risco de desastres e fortalece a atuação dos países nesse tema”, concluiu.
O secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, destacou a importância do debate em espaços multilaterais para a construção da declaração ministerial da África do Sul. “A construção do documento exigiu intenso diálogo e cooperação entre países com realidades muito distintas, mas unidos pelo mesmo propósito, o de proteger vidas e reduzir perdas. É fundamental manter, em todos os espaços multilaterais, a defesa do combate às desigualdades como eixo central da redução de vulnerabilidades”, afirmou.
Balanço da missão
Desde o dia 8 de outubro, a delegação brasileira participa das reuniões técnicas do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres do G20 na África do Sul. Durante a missão, o secretário Wolnei Wolff visitou obras que são referência no combate a ondas de calor, defendeu a criação de instrumentos financeiros para melhorar a gestão de riscos e desastres e destacou o sistema de alerta precoce lançado pela Defesa Civil Nacional em todo o Brasil.
Em 2024, o Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres do G20 foi presidido pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) em parceria com o Ministério das Cidades.
Presidência do Brasil
Entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, o Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20 e colocou na pauta prioridades como a reforma da governança global, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.
No Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres, foram adotadas seis prioridades para orientar as ações brasileiras e as contribuições dos países membros. Foram elas:
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Combater as desigualdades e reduzir as vulnerabilidades;
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Cobertura global dos sistemas de alerta precoce;
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Infraestruturas resilientes a catástrofes e às alterações climáticas;
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Estratégias de financiamento para redução do risco de desastres;
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Recuperação, reabilitação e reconstrução em caso de desastres;
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Soluções baseadas na natureza.
G20
O Grupo dos Vinte, o G20, nasceu após uma sequência de crises econômicas mundiais. Em 1999, países industrializados criaram um fórum para debater questões financeiras. Em 2008, no auge de mais uma crise, o grupo teve a primeira reunião de cúpula com chefes de Estado e, desde então, não parou de crescer no âmbito das discussões sobre estabilidade econômica global.
Com presidências rotativas anuais, o G20 desempenha papel importante nas grandes questões econômicas internacionais. Atualmente, além de 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
A agenda do G20 inclui outros temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.
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