Portal da Irrigação
O Portal da Irrigação é uma iniciativa do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e tem como objetivo disponibilizar informações sistematizadas sobre a Política Nacional de Irrigação e sua condução.As informações disponibilizadas aqui são fruto de parcerias e de dados publicados em fontes governamentais e de organizações da sociedade civil.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o Departamento Nacional de Obras contra às Secas (Dnocs) e as Associações de Irrigantes contribuíram substancialmente para a implementação do conteúdo do Portal da Irrigação
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Irrigação
Historicamente, a irrigação possibilitou o desenvolvimento de diversas civilizações, regiões e países, trazendo, principalmente, segurança para a produção, para a alimentação e para o comércio dos povos que souberam utilizar a água para a agricultura.
Segundo dados da International Commission on Irrigation and Drainage (ICID), a China é o país com maior área irrigada do mundo, com 65 milhões de hectares, seguido da Índia, Estados Unidos e Paquistão, esse último, com 19 milhões de hectares irrigados. Segundo dados divulgados no FIBA (Fórum de Irrigação da Bahia), o Brasil, irriga cerca de 10 milhões de hectares e, segundo levantamento feito pelo MIDR, há potencial para 55 milhões de hectares de área irrigada no país.
A irrigação é uma tecnologia que fornece água, de maneira artificial às plantas, em quantidade e qualidade adequada ao desenvolvimento dos cultivos agrícolas.
- Importância da Irrigação
- Desenvolvimento Regional: geração de emprego e renda em regiões propícias à intensificação da produção ou limitadas pela escassez de chuva. A agricultura irrigada fortalece cadeias produtivas, dinamiza economias locais e regionais e gera empregos diretos e indiretos ao longo de todo o ciclo produtivo.
- Segurança alimentar e de bioenergia: diversificação alimentar;
- Diminuição da pressão sobre novas fronteiras agrícolas e áreas vegetadas: aumento de produtividade na mesma área;
- Mitigação de gases de efeito estufa (GEE): menor emissão de CO2: por kg de produto.
- Intensificação sustentável da produção: Ao elevar a produtividade em áreas já abertas, a irrigação reduz a pressão por expansão agrícola e contribui para conservação ambiental.
- Fortalecimento da segurança hídrica no setor agropecuário: A irrigação, quando integrada à gestão de recursos hídricos, contribui para uso racional da água em bacias hidrográficas e melhor planejamento hídrico.
- Redução dos riscos climáticos: A irrigação atua como instrumento de adaptação às mudanças climáticas, oferecendo previsibilidade ao produtor e reduzindo perdas causadas por variabilidade climática.
- Irrigação e o sequestro de carbono
O armazenamento de dióxido de carbono no solo é essencial para a mitigação das mudanças climáticas e para o fortalecimento da resiliência dos sistemas produtivos. Ao aumentar o teor de carbono orgânico, o solo passa a atuar como um reservatório natural capaz de remover CO₂ da atmosfera, reduzindo a concentração de gases de efeito estufa. Esse processo também melhora a estrutura e a fertilidade do solo, ampliando sua capacidade de retenção de água, diminuindo a erosão e favorecendo a produtividade agrícola. Além disso, solos mais ricos em carbono contribuem para sistemas agropecuários mais sustentáveis, fortalecendo práticas conservacionistas e reduzindo vulnerabilidades diante de eventos climáticos extremos. Por essas razões, o sequestro de carbono no solo é reconhecido mundialmente como uma das estratégias mais eficazes, econômicas e de longo prazo para promover segurança climática e alimentar.
A irrigação contribui de forma significativa para a mitigação climática ao favorecer o aumento do sequestro de carbono no solo e na biomassa vegetal. Diversos estudos brasileiros mostram que a irrigação, quando associada ao manejo adequado, eleva o acúmulo de carbono orgânico no solo (COS) por ampliar a produção de biomassa e estimular sistemas mais intensivos. Estudos conduzidos pela Embrapa e instituições federais de pesquisa demonstram que áreas agrícolas irrigadas podem apresentar entre 10% e 25% mais carbono orgânico no solo do que áreas de sequeiro, devido ao maior crescimento radicular e ao aporte contínuo de resíduos vegetais. Em cultivos irrigados de fruticultura no Vale do São Francisco, os incrementos chegam a 0,4 a 0,7 tonelada de carbono por hectare ao ano, resultado da maior produção de biomassa proporcionada pela estabilidade hídrica.
Sistemas rotacionados irrigados também registram acúmulos expressivos, chegando a 2 toneladas adicionais de carbono por hectare após cinco anos. Esses dados reforçam que a irrigação, quando associada a práticas conservacionistas, fortalece a resiliência dos sistemas produtivos e contribui diretamente para a redução dos riscos climáticos. Pesquisas com pastagens de capim-Tifton irrigadas no Nordeste registram incrementos de 15% a 30% no carbono armazenado no solo em comparação com pastagens não irrigadas. A razão: irrigação aumenta o número de cortes, o volume radicular e a densidade de biomassa, ampliando o retorno de carbono ao solo.
- Irrigação e o PIB
O Brasil possui um dos maiores potenciais de irrigação do mundo, e sua expansão está diretamente relacionada ao aumento do PIB. A irrigação eleva a produtividade agrícola, reduz perdas associadas à variabilidade climática e permite o cultivo de espécies de maior valor agregado ao longo de todo o ano, ampliando a oferta interna e o volume exportado. Estudos setoriais mostram que áreas irrigadas podem produzir de duas a três vezes mais que sistemas de sequeiro, o que incrementa o valor bruto da produção e impulsiona as cadeias de processamento, logística e serviços. Além disso, polos irrigados geram empregos formais, fortalecem economias regionais e atraem novos investimentos, aumentando a participação do agronegócio na formação do PIB. Assim, o aproveitamento do potencial brasileiro de irrigação representa um vetor econômico capaz de ampliar a competitividade nacional e de contribuir de forma decisiva para o crescimento sustentável do país.
- Curiosidades da Irrigação
Área irrigada no País
O Brasil possui aproximadamente 10 milhões de hectares equipados para irrigação, segundo dados divulgados no FIBA (Fórum de Irrigação da Bahia)
Cerca de 64% das áreas utilizam água de mananciais superficiais, como rios, açudes e reservatórios.
Os demais 35% operam com sistemas de fertirrigação e reuso, conforme informações do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH).
Crescimento dos sistemas de irrigação
A irrigação por pivô central é um dos segmentos que mais crescem no País. Levantamento recente da Embrapa, com base em imagens de satélite, indica que o Brasil alcançou em 2024 aproximadamente 2,2 milhões de hectares irrigados por pivôs centrais, um aumento superior a 14% em relação a 2022.
A maior parte desses equipamentos está localizada no bioma Cerrado, com destaque para o Oeste da Bahia, região que se consolidou como um dos principais polos irrigados do País.
Potencial de expansão
Estudos realizados pela ANA e pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) indicam que o Brasil possui potencial irrigável de até 55 milhões de hectares. Esse potencial considera disponibilidade de água, características do solo, clima e condições estruturais. A ampliação da área irrigada depende do planejamento integrado das bacias hidrográficas e do cumprimento das normas ambientais.
Diversidade de sistemas e culturas
O País utiliza diferentes sistemas de irrigação, adaptados às condições regionais e às necessidades dos produtores:
- Pivô central
- Aspersão
- Gotejamento
- Microaspersão
A irrigação abrange culturas como arroz, frutas, hortaliças, grãos, cana-de-açúcar e pastagens irrigadas, reforçando a importância da atividade tanto para grandes empreendedores rurais quanto para a agricultura familiar.
MATOPIBA
O MATOPIBA — região formada por partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — é reconhecido como uma das principais fronteiras agrícolas do Brasil e apresenta características únicas relacionadas à irrigação. A região destaca-se por ser uma das áreas de maior expansão recente de pivôs centrais, em especial no Oeste da Bahia.
- A irrigação permite a realização de duas safras e uma safrinha adicional, elevando a eficiência agrícola e garantindo estabilidade mesmo em períodos de estiagem.
- Forte adoção de tecnologias avançadas:
- Sensores de umidade do solo
- Automação de sistemas
- Monitoramento remoto
- Uso integrado de dados climáticos
Essas práticas contribuem para elevar a eficiência na gestão da água e fortalecer o desenvolvimento rural sustentável em uma região estratégica para a expansão da agricultura brasileira.
Importância estratégica
- A expansão sustentável da agricultura irrigada contribui para:
- O abastecimento interno
- Fortalecimento do agronegócio exportador
- Desenvolvimento regional
- Maior resiliência diante de eventos climáticos extremos
A gestão integrada dos recursos hídricos, aliada ao uso de tecnologias eficientes, permanece como prioridade para garantir a sustentabilidade da irrigação no Brasil.
Política Nacional de Irrigação
Polos de Agricultura Irrigada
A Portaria MIDR nº 2982, de 30 de Setembro de 2025, estabelece a iniciativa Polos de Agricultura Irrigada como parte integrante das ações de implementação da Política Nacional de Irrigação e de incentivo ao desenvolvimento regional, indicando as ações para reconhecimento dos polos.
Projetos de Irrigação
Os Projetos Públicos de Irrigação – PPIs, implantados com recursos públicos desde a década de 60, na sua gênese, foram concebidos como instrumentos de desenvolvimento socioeconômico, tendo como premissa a geração de empregos, aumento da renda e redução da pobreza. Em muitos casos, especialmente no semiárido brasileiro, além das infraestruturas de irrigação foram ofertados os serviços sociais básicos, tais como saneamento, educação, saúde, transportes e segurança pública.
Acompanhamento do Art. 42 do ADCT
O Departamento de Irrigação – DIR da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica – SNSH do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional – MIDR está como responsável pelo monitoramento do atendimento ao Art. 42 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), a saber:
Art. 42. Durante 40 (quarenta) anos, a União aplicará dos recursos destinados à irrigação:
I - 20% (vinte por cento) na Região Centro-Oeste;
II - 50% (cinquenta por cento) na Região Nordeste, preferencialmente no Semiárido.
Parágrafo único. Dos percentuais previstos nos incisos I e II do caput, no mínimo 50% (cinquenta por cento) serão destinados a projetos de irrigação que beneficiem agricultores familiares que atendam aos requisitos previstos em legislação específica.
Esse acompanhamento é realizado por meio de reuniões periódicas ocorridas, em média, a cada duas semanas entre o MIDR e as entidades vinculadas (Codevasf, DNOCS e Sudeco).
Essas reuniões são registradas em atas que constam do Processo nº 59000.001667/2024-58.
Os links abaixo dão acesso ao Painel PowerBI da Irrigação, aos Boletins Informativos e a Documentos Técnicos
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