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DIA DOS POVOS INDÍGENAS
Plano de Desenvolvimento do Xingu promove inclusão, sustentabilidade e proteção
O Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu promove inclusão, sustentabilidade e proteção territorial no coração da Amazônia. (Foto: Agência Brasil)
Brasília (DF) - Em meio às reflexões do Dia dos Povos Indígenas sobre os direitos e a resistência dos povos originários, o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX) se destaca como uma política pública essencial para promover inclusão, sustentabilidade e proteção territorial no coração da Amazônia.
A iniciativa busca integrar as demandas sociais, culturais e econômicas das comunidades locais, respeitando seus modos de vida e tradições. Atualmente, o plano abrange cerca de 11.792 pessoas pertencentes a diferentes etnias, segundo dados do Censo IBGE de 2022. Altamira concentra a maior parte dessa população, com 6.194 moradores, seguida por Vitória do Xingu, com 2.451.
Gestor do Plano Sub-regional de Desenvolvimento Sustentável do Xingu (PDRSX), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) investirá R$ 60 milhões em projetos de iniciativas sustentáveis na Amazônia. Receberão o aporte financeiro projetos de ordenamento territorial, regularização fundiária e gestão ambiental; infraestrutura para o desenvolvimento; fomento as atividades produtivas sustentáveis; inclusão social, saúde e educação; e povos indígenas e comunidades tradicionais.
O PDRSX é uma iniciativa governamental estabelecida pelo Decreto Presidencial nº 7340 de 2010 e atualizado pelo Decreto 10.729 de 23 de junho de 2021. O Plano está vinculado à Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), sob a competência do MIDR. A ideia é apoiar propostas que conciliem a riqueza natural e cultural com oportunidades de crescimento responsável, refletindo o compromisso com o bem-estar das comunidades e a biodiversidade da Amazônia.
Segundo o coordenador-geral de Gestão do Território do MIDR, Vitarque Lucas Paes Coêlho, o decreto expande a área de abrangência do plano entre os municípios do Xingu e também determina a criação de uma agência de desenvolvimento local. "O objetivo é essa agência ser responsável pelo legado do projeto do PDRX, que pode chegar a R$ 500 milhões em investimento", explica. No momento, está prevista para o final de abril a divulgação do edital com 50 projetos selecionados.
Estrutura para fortalecer a luta por direitos
O presidente da Associação Kuery, (antiga Inkury), Cláudio Curuaia Cambuim, lembra que, em 2015, a entidade elaborou um projeto de fortalecimento institucional das associações das comunidades da região. Foi possível a construção de três sedes de associações. “Essas sedes são muito importante para nós, porque nesse projeto garantimos mesa, cadeiras de escritório para trabalhar a parte administrativa das associações”, explicou Cambuim. As associações tem o foco principal de defesa de direitos sociais dos povos originários do Xingu.O escopo do PDRSX abrange os municípios paraenses de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Placas, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Uruará e Vitória do Xingu. Por meio deste plano, são desenvolvidas estratégias e iniciativas para promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida das pessoas nessas localidades, como medidas de mitigação para os impactos socioeconômicos derivados da implantação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte (UHEBM).
Autonomia, tradição e futuro
Mais do que garantir direitos sobre a terra, o PDRSX estimula a autonomia das populações tradicionais, promovendo alternativas econômicas que preservam a biodiversidade e os saberes ancestrais. A participação ativa dessas comunidades na construção e execução do plano é fundamental para assegurar que suas perspectivas guiem o processo de desenvolvimento.
Ao reconhecer a importância histórica e o papel central dos povos do Xingu na conservação ambiental e na diversidade cultural, o plano se consolida como uma resposta concreta aos desafios enfrentados por esses guardiões da floresta. É um caminho que une respeito, justiça e futuro.
Ações alinhadas com a COP30
Nessa perspectiva, o MIDR colabora com as medidas de adaptação às mudanças climáticas, promovendo o apoio à sustentabilidade e contribuindo para as discussões na COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O encontro global reunirá, em novembro de 2025, em Belém (PA), líderes mundiais, cientistas e sociedade civil para discutir e negociar ações contra o aquecimento global, marcando a primeira vez que o evento acontece na Amazônia.
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