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BALANÇO 2025
Inclusão produtiva avança e fortalece economias locais
MIDR destina cerca de R$ 50 milhões para o desenvolvimento do Xingu em 2025. (Foto: Reprodução)
Brasília (DF) – A inclusão produtiva e a integração dos territórios avançaram em 2025 com a ampliação das Rotas de Integração Nacional, a destinação de cerca de R$ 50 milhões para o desenvolvimento do Xingu e o lançamento de programas voltados ao fortalecimento das economias locais, como o Mercado do Povo. As iniciativas da Secretaria Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial (SDR), do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), ampliaram o acesso de produtores e cooperativas a infraestrutura, mercados e políticas públicas, com foco nos territórios mais vulneráveis.
Mercado do Povo fortalece economias locais
Um dos destaques de 2025 foi o lançamento do programa Mercado do Povo, voltado ao fortalecimento de mercados municipais, feiras livres e espaços públicos de comercialização, com foco na agricultura familiar, no empreendedorismo popular e na geração de renda. A iniciativa prevê a implantação de 136 mercados municipais modulares, priorizando municípios com maior vulnerabilidade socioeconômica e déficit de infraestrutura, por meio da requalificação de espaços de venda, capacitação de produtores e articulação com estados e prefeituras, ampliando o acesso da população a alimentos de qualidade e dinamizando as economias locais.
O secretário Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial, Daniel Fortunato, destacou o papel sustentável do projeto. “O produtor passará a ter um local limpinho, novo e moderno para vender o seu produto. Isso é bom para gerar emprego e renda e cumprir os objetivos da nossa Política Nacional de Desenvolvimento Regional, a PNDR, que é trabalhar diretamente na redução das desigualdades. Faremos isso ajudando quem mais precisa e melhorando a qualidade de vida por meio da venda de seus produtos em um local digno. Esse mercado deixará sua marca na atual gestão”, explicou o secretário.
Rotas da Integração Nacional reestruturadas
Em 2025, a Estratégia Rotas de Integração Nacional foi ampliada com a incorporação da Rota da Integração Comercial e passou a reunir 13 rotas produtivas e 79 polos, abrangendo cadeias como açaí, cacau, mel, pescado, mandioca, fruticultura, biodiversidade, moda e tecnologia da informação, com tratativas para a criação da Rota do Café. A iniciativa fortalece a agricultura familiar e as cadeias produtivas regionais, promovendo desenvolvimento sustentável e integrado nos territórios prioritários do país.
Ao conectar produtores, cooperativas e mercados, as Rotas impulsionam a segurança alimentar, valorizam produtos com identidade regional e incentivam práticas sustentáveis e inovadoras. A estratégia transforma políticas públicas em ações concretas, ampliando oportunidades de geração de renda, acesso a tecnologias, capacitação e inserção produtiva, especialmente em regiões mais vulneráveis.
Ao longo do ano, a ampliação das Rotas também ganhou dimensão internacional, com missões técnicas e comerciais à Espanha, Portugal, Itália, Eslovênia e Egito, incluindo a participação na Food Africa 2025 e acordos de cooperação entre cooperativas. As agendas resultaram na abertura de novos mercados, intercâmbio de conhecimento em cooperativismo e sustentabilidade e no fortalecimento de iniciativas como a Rota do Açaí, com destaque para contratos de compensação ambiental e valorização da produção sustentável na Amazônia.
Pavimentação de baixo custo amplia acesso e integração territorial
A pavimentação de baixo custo foi outro eixo central da atuação em 2025, com foco na melhoria da infraestrutura viária em áreas rurais e periféricas por meio de soluções tecnológicas adequadas às realidades locais e com menor custo de implantação. A iniciativa contribuiu para facilitar o escoamento da produção, reduzir custos logísticos e ampliar o acesso da população a serviços públicos, promovendo a integração entre áreas produtivas e centros urbanos, além de oferecer maior agilidade aos processos licitatórios, uso de mão de obra local, redução de custos de manutenção e impactos positivos nas condições de tráfego e na saúde pública.
Programa Amazônia Azul é oficializado
A política de desenvolvimento voltada à economia do mar foi fortalecida com a oficialização do programa Amazônia Azul, que passou a integrar de forma permanente a estratégia de desenvolvimento regional, com foco no aproveitamento sustentável das potencialidades marítimas brasileiras. A iniciativa contempla cadeias produtivas como pesca, aquicultura e turismo sustentável, além de ações em ciência, inovação, capacitação e fortalecimento de comunidades costeiras e ribeirinhas.
Segundo o diretor do Departamento de Políticas de Desenvolvimento Regional e Ordenamento Territorial do MIDR, João Mendes, muitas áreas litorâneas ainda enfrentam grandes desafios econômicos e sociais. “O Brasil tem um extenso e belo litoral, mas ainda existem regiões muito pauperizadas. Pequenos vilarejos de pescadores, comunidades com forte ligação à natureza e que precisam ter sua organização social respeitada, muitas vezes não encontram espaço para acessar mercados, o que resulta em baixos níveis de renda”, destacou.
Política Nacional de Ordenamento Territorial chega a etapa final
A Política Nacional de Ordenamento Territorial chegou à sua etapa final em 2025. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a resiliência territorial no Brasil, promovendo a adaptação dos territórios a mudanças sociais, econômicas e ambientais. A política também busca incentivar a contratualização territorial, abordagem inovadora que estimula pactos e acordos entre diferentes agentes para alinhar interesses e estratégias de desenvolvimento. Coordenada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, a versão final da PNOT será apresentada até fevereiro de 2026 para análise da Casa Civil da Presidência da República e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Edital do PDRSX destina R$ 50 milhões ao Xingu
Em 2025, o Comitê Gestor homologou 45 projetos inscritos no Edital 2024, confirmando a destinação de R$ 49,4 milhões para ações de ordenamento territorial, infraestrutura, fomento produtivo, inclusão social e apoio a povos indígenas e comunidades tradicionais. É o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX), onde esses recursos serão aplicados em projetos integrados de desenvolvimento territorial sustentável, com foco na inclusão produtiva, no fortalecimento das cadeias locais e na melhoria da infraestrutura comunitária.
O edital representa um avanço significativo para a execução de ações estruturantes na região do Xingu, promovendo desenvolvimento econômico aliado à proteção ambiental e à valorização das populações locais. Os editais estavam paralisados desde 2017 e com a homologação das 45 propostas, e um investimento de cerca de R$ 50 milhões em cinco eixos temáticos: Ordenamento Territorial; Infraestrutura; Fomento Produtivo; Inclusão Social; Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais.
Programa Inova estimula inovação e desenvolvimento territorial
O Programa Inova se destacou em 2025 ao incentivar soluções inovadoras para o desenvolvimento regional, com foco na modernização dos territórios, na ampliação de oportunidades e na redução das desigualdades por meio da entrega de veículos e máquinas adequados às realidades locais. A iniciativa apoia projetos que combinam tecnologia, inovação e sustentabilidade, fortalecendo arranjos produtivos locais e ampliando a competitividade das economias regionais.
Voltado especialmente para municípios com menor renda e infraestrutura limitada, o programa prevê a disponibilização de Atas de Registro de Preços de equipamentos como tratores, retroescavadeiras, caminhões, triciclos e quadriciclos. Para o secretário Nacional de Desenvolvimento Regional e Territorial, Daniel Fortunato, “O INOVA chega como uma resposta concreta às desigualdades regionais. Estamos falando de equipamentos que vão facilitar o escoamento da produção agrícola, melhorar o acesso a serviços públicos e gerar oportunidades econômicas para as populações locais”, afirmou.
Programas Cidades Intermediadoras
Em 2025, o Programa Cidades Intermediadoras entrou em uma nova fase ao reforçar o protagonismo municipal na definição de prioridades para o desenvolvimento regional, convidando as cidades participantes a indicar demandas estratégicas que orientam ações voltadas ao fortalecimento da infraestrutura, da economia local e da qualidade de vida da população. A iniciativa busca consolidar municípios que conectam áreas rurais a centros urbanos maiores, contribuindo para a interiorização do desenvolvimento, a redução da pressão sobre as grandes metrópoles e o fortalecimento do diálogo federativo, com políticas públicas alinhadas às necessidades reais dos territórios.
O secretário Nacional de Desenvolvimento Regional e Territorial, Daniel Ferreira Fortunato, destaca a importância do diálogo com os gestores locais. “O fortalecimento das cidades intermediadoras é fundamental para uma ocupação mais equilibrada do território nacional. Essa é uma agenda estratégica para o desenvolvimento regional inclusivo e sustentável”, afirmou.
Já o diretor de Políticas de Desenvolvimento Regional e Ordenamento Territorial do MIDR, João Mendes, reforça que a participação dos municípios é essencial para o sucesso da iniciativa. “Estamos ouvindo os prefeitos e entendendo as dúvidas mais frequentes sobre a aplicação do programa nos territórios. A construção conjunta é o caminho para garantir que as soluções propostas respondam às realidades locais”, explicou.
Desenvolvimento em Jogo: entenda a política de desenvolvimento regional de maneira divertida
Uma iniciativa inovadora para comunicar os conceitos da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). Inspirado nos jogos de RPG, o Desenvolvimento em Jogo tornou o processo de aprendizagem mais interativo e participativo.
Na dinâmica, os participantes são divididos em cinco equipes, cada uma representando uma das macrorregiões brasileiras, e desafiados a simular processos de decisão que envolvem diferentes interesses e realidades locais. A experiência estimula a reflexão sobre a diversidade do território nacional e sobre a importância da cooperação entre regiões para alcançar um desenvolvimento equilibrado.
Programa BioRegio
Avanços concretos marcaram a agenda da bioeconomia regional, com destaque para a criação do Ecossistema de Inovação do Alto Solimões e do Parque Científico e Tecnológico do Alto Solimões, voltados à articulação entre universidades, empresas e governos para o desenvolvimento de produtos de alto valor agregado. As iniciativas devem beneficiar cerca de 240 mil pessoas e fortalecer a geração de empregos, a inovação e o desenvolvimento sustentável na região. O Programa de Bioeconomia e Desenvolvimento Regional Sustentável atua em diferentes biomas brasileiros, respeitando as especificidades de cada território, e tem como público-alvo povos indígenas, comunidades tradicionais, agricultores familiares e empreendedores rurais e urbanos, com atenção especial a jovens e mulheres.
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