Brasil defende integração entre meio ambiente e desenvolvimento em Belém

Belém (PA) — Com apelo global por ações concretas e integradas em prol do clima, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) foi oficialmente aberta na manhã desta segunda-feira (10), em Belém, no Pará. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) participa do evento com foco em temas estratégicos como a gestão da água, prevenção de desastres e fortalecimento da defesa civil, reforçando o papel do Brasil na construção de uma agenda climática voltada para o desenvolvimento sustentável e proteção das populações mais vulneráveis.

A cerimônia de abertura contou com a presença do embaixador da conferência, André Corrêa do Lago, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre líderes mundiais, representantes de organizações internacionais, governadores e autoridades brasileiras. Na ocasião, Lula destacou a importância de alinhar a agenda ambiental ao desenvolvimento econômico e social, reforçando que a COP deve marcar um ponto de virada nas negociações internacionais sobre o enfrentamento da crise climática. O presidente defendeu a integração entre meio ambiente, economia e geração de empregos, ressaltando o papel estratégico da Amazônia nas soluções para o clima global. Ele enfatizou que o Brasil pretende demonstrar, na prática, que é possível crescer de forma sustentável e reduzir desigualdades, chamando os demais países a assumirem compromissos mais ambiciosos na redução de emissões e no financiamento climático.

O embaixador André Corrêa do Lago afirmou que esta deve ser lembrada como a “COP da verdade”, marcada pela implementação das decisões anteriores e pela busca de soluções reais para a crise climática. “Estamos reunidos aqui para tentar mudar as coisas. Acredito profundamente que o ser humano é essencialmente bom, embora capaz de coisas terríveis, como a guerra, mas, também, é capaz de feitos extraordinários”, declarou o diplomata.

A abertura marcou o início de duas semanas de debates, painéis e negociações que colocarão Belém no centro das discussões mundiais sobre o futuro do planeta.

Concessões sustentáveis de transportes

O secretário-adjunto do MIDR, Tito Lívio Queiroz, participou, na tarde desta segunda, da abertura da Estação de Desenvolvimento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), na Green Zone da COP30. O evento contou com o painel "Concessões Sustentáveis de Transporte: Caminhos para a Integração Climática na Regulação", organizado pelo Ministério dos Transportes.

No debate, Tito apresentou as iniciativas do MIDR voltadas para a sustentabilidade no setor de transportes, com destaque para os fundos de desenvolvimento regionais e, especialmente, para o Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Sustentável (FDIRS), instrumento que apoia projetos alinhados à transição verde e à redução das desigualdades regionais.

Segundo o secretário-adjunto, a transversalidade das políticas do MIDR permite atuação em diversas frentes estratégicas. “O desenvolvimento tem muitas vertentes e o setor de transporte é fundamental, é peça-chave para o desenvolvimento”, afirmou. Como exemplo, citou a ferrovia Transnordestina, que vai impulsionar o crescimento econômico do Nordeste com base em uma lógica de integração territorial e eficiência logística.

Tito ressaltou que as diretrizes dos fundos constitucionais e de financiamento seguem critérios de sustentabilidade, priorizando projetos com foco em redução de emissões, preservação ambiental e inclusão social. “O FDIRS é um instrumento muito interessante que pode ajudar diretamente essa parte das concessões, e o setor de transportes está entre os prioritários”, reforçou.

Durante o painel, o secretário também destacou as novas estratégias de captação de recursos para os fundos de desenvolvimento, como as negociações em curso com organismos multilaterais: Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial, Banco dos Brics e Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

Essas iniciativas reforçam o compromisso do MIDR em promover modelos de investimento sustentáveis e integrados, alinhados à agenda climática e ao fortalecimento das políticas regionais, pilares centrais da presença brasileira na COP30.

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