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DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Avanço do setor de celulose reforça necessidade de gestão territorial
Representante do MIDR na audiência que debateu expansão da celulose e planejamento integrado no Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação/MIDR)
Brasília (DF) – O avanço acelerado da cadeia produtiva da celulose no Mato Grosso do Sul colocou o desenvolvimento regional sustentável no centro do debate. Com esse propósito, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) participou da audiência pública interativa realizada nesta terça-feira (25), destacando que a expansão do setor precisa ser acompanhada de políticas públicas integradas para evitar desequilíbrios sociais e territoriais. Embora reconheça o grande potencial econômico do Vale da Celulose, o MIDR alertou que o crescimento já pressiona a infraestrutura urbana, os serviços públicos e os pequenos produtores rurais.
Representando o MIDR, o diretor do Departamento de Projetos e Dinâmicas Territoriais, Edgar Batista de Azevedo Caetano, apresentou dados que evidenciam a força do setor e seu impacto na reorganização produtiva do estado. O Vale da Celulose, reconhecido pela Lei Estadual nº 6.404 de maio de 2025, reúne 12 municípios com intensa atividade florestal e industrial. As projeções indicam que o setor pode gerar até 100 mil empregos diretos e indiretos até 2028.
Apesar desse cenário promissor, Edgar Caetano reforçou que a expansão acelerada já tem provocado efeitos que exigem atenção imediata. Entre os pontos levantados, destacam-se o aumento da demanda por habitação, saúde, saneamento, educação e demais serviços estruturantes, além de impactos diretos sobre pequenos produtores, que enfrentam dificuldades para se manterem produtivamente competitivos no novo contexto econômico da região.
Segundo o diretor, o desafio é garantir que o crescimento da cadeia da celulose se converta em desenvolvimento regional sustentável. Ele afirmou que o avanço econômico, por si só, não assegura melhoria de qualidade de vida se não houver planejamento territorial, urbano e social alinhado à dinâmica de expansão industrial. "O Vale da Celulose tem grande potencial para impulsionar a economia do Mato Grosso do Sul, mas esse avanço já está gerando pressões significativas sobre serviços públicos essenciais e sobre pequenos produtores. O nosso compromisso é garantir que o desenvolvimento seja equilibrado e que os benefícios sejam distribuídos de forma justa entre os municípios e suas populações", observou Caetano.
Como proposição para enfrentar os desafios, o MIDR apresentou a recomendação de criação de um comitê intermunicipal do Vale da Celulose. O objetivo é fortalecer a governança territorial e promover a gestão articulada entre municípios, estado e Governo Federal, assegurando que as políticas públicas possam antecipar e mitigar os impactos da rápida expansão produtiva.
A audiência contou com a participação dos prefeitos de Inocência, Antônio Ângelo Garcia dos Santos; de Água Clara, Gerolina da Silva Alves; de Santa Rita do Pardo, Lúcio Roberto Calixto Costa; e de Ribas do Rio Pardo, Roberson Luiz Moureira, além do vice-prefeito de Bataguassu, Cleyton Rodrigo da Silva. O deputado estadual Pedro Caravina acompanhou a discussão por videoconferência.
O encontro evidenciou que a expansão da celulose representa uma oportunidade sem precedentes para o Mato Grosso do Sul, mas também reforçou que os desafios já estão postos e requerem gestão territorial integrada, planejamento urbano e atenção aos desequilíbrios sociais. A atuação articulada entre Governo Federal, estado e municípios é vista pelo MIDR como condição indispensável para que o desenvolvimento econômico se traduza em inclusão social e sustentabilidade regional.
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