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Ribeiro conhece sistema de saneamento básico italiano
Publicado em
04/09/2012 20h04
Atualizado em
01/11/2022 09h37
A primeira reunião foi com o arquiteto Paolo Foietta, presidente do consórcio Âmbito Territorial Ótimo (ATO), da província de Torino, que apresentou o sistema de coleta e tratamento dos resíduos sólidos. Na Itália, o Estado tem interlocução com 91 consórcios, denominados de Âmbito Territorial Ótimo, organizados pelos municípios, com base na semelhança dos territórios, por bacia hidrográfica e por distribuição de redes.
Ao fazer uma comparação entre os sistemas dos dois países, o ministro Aguinaldo Ribeiro destacou que o governo italiano tem 91 interlocutores e no Brasil é preciso dialogar com os prefeitos de 5.564 municípios.
O tratamento dos resíduos sólidos na Itália, segundo Foietta, obedece a rigorosa lei (2008/98), definida pela União Europeia, além de outras duas leis nacionais - uma delas para a região Piomonte, no norte do país, onde está a província de Torino.
Cada habitante da província produz 1,3 quilos de resíduos por dia, e 1,08 milhão de toneladas por ano, para os 2,2 milhões de habitantes, distribuídos em 316 municípios. Desse total, 49% são resíduos secos. “A maior dificuldade não era tecnológica, mas política”, explicou Foietta.
O presidente do consórcio informou, também, que cada município tinha o seu aterro sanitário e atuava separadamente, o que dificultava a atuação das usinas e comprometia a coleta. A partir da formação da ATO, foi possível definir um plano integrado para resíduos sólidos, com tratamento centralizado, em apenas seis aterros sanitários.
A partir de fevereiro de 2013, o destino final dos resíduos sólidos será uma única usina de incineração para geração de energia. “Os rejeitos reduziram quando melhoramos a coleta seletiva”, disse Foietta, observando ainda que a taxa anual de lixo na região de Piemonte é de 100 euros, por pessoa.
Água
Na região de Piemonte, no norte do país, 98% do território está ligado por sistema de água e esgotamento sanitário. A perda de água é de 25% do total do volume consumido. Em alguns municípios da Itália, a perda chega a 50%, por conta das estruturas antigas. A estimativa é de que o governo italiano terá que investir 60 bilhões de euros para reduzir essas perdas.
A população da região de Piemonte está concentrada em um quarto do território, com 875 habitantes por quilômetro quadrado, numa área com pouca densidade hidrográfica. Por outro lado, em 52% da sua superfície montanhosa vive apenas 6,5% da população, com uma farta bacia hidrográfica. “A repartição geográfica é o principal problema para o abastecimento com infraestrutura cara”, disse Giannetto Massazza, diretor geral Autoridade de Âmbito 3 de Torinese.
Gianetto explicou que o consumo per capita é de 130 metros cúbicos, por ano, para uma família de três pessoas, sendo que apenas um italiano da província de Torino, consome 55 metros cúbicos no mesmo período.
Segundo ele, o sistema de planejamento integrado realizado pelos consórcios ATO, a partir de 1994, permitiu superar a fragmentação da gestão e dar mais eficiência ao serviço. A estimativa de investimento é de 1,4 bilhão de euros nos próximos 20 anos. “É uma experiência interessante, que devemos conhecer para avaliar o que podemos implantar, para melhorar o sistema de saneamento básico no Brasil”, disse o ministro Aguinaldo Ribeiro ao final da reunião.
Agenda
Nesta quarta-feira (05/09), Aguinaldo Ribeiro terá um encontro com o prefeito da cidade de Turin, Piero Fassino, e o diretor do Setor Cooperação Internacional de Turin, Maurizio Baradello.
O objetivo é conhecer o trabalho de Cooperação Internacional, desenvolvido pelas autoridades da província e pela Hydroaid, além do projeto “100 Cidades 100 Projetos Itália-Brasil”.
O ministro também fará visitas técnicas à Estação de Tratamento de Água da Secretaria de Meio Ambiente de Turin (SMAT) e ao Aterro de Pinerolo, uma instalação de aproveitamento de biogás para geração de energia.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério das Cidades