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MISSÃO INTERNACIONAL
MIDR participa de missão no Japão para fortalecer cooperação técnica em saneamento, gestão de riscos e financiamento climático
Cooperação Brasil–Japão impulsiona soluções sustentáveis em saneamento e infraestrutura resiliente (Foto: Divulgação/MIDR)
Saitama (Japão) - Em comemoração aos 130 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Japão, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), representado pelo secretário de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, participou nesta semana de uma missão oficial ao país asiático com o objetivo de fortalecer a cooperação bilateral em saneamento ambiental, gestão de resíduos sólidos, drenagem urbana e prevenção de desastres. A iniciativa dá continuidade aos compromissos firmados em março deste ano pelo MIDR com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e com o Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo (MLIT) e o Gabinete do Governo Japonês.
Os memorandos de cooperação vigentes inauguram uma nova fase de parceria estratégica entre os dois países, com foco na inovação em infraestrutura resiliente e no desenvolvimento de instrumentos financeiros para adaptação climática. A agenda integra o Benchmarking Internacional Saneamento Ambiental e Controle de Enchentes/Japão 2025 e promove o intercâmbio de boas práticas, tecnologias de ponta e modelos de financiamento climático. “No âmbito do Governo Federal, temos trabalhado uma série de instrumentos de financiamento e estar no Japão é uma oportunidade de conhecer formas de acelerar essa agenda de desenvolvimento regional com resiliência climática. Somos inspirados por este que é um país referência em superação de desafios”, afirmou o secretário Eduardo Tavares.
Estrutura para mitigação de inundações
A programação incluiu visitas técnicas a infraestruturas-modelo de controle de enchentes, tratamento de água, gestão de resíduos e economia circular, além de reuniões estratégicas com autoridades japonesas. Em Saitama, a comitiva conheceu o Metropolitan Area Outer Underground Discharge Channel (G-Cans), considerada uma das maiores estruturas do mundo para mitigação de inundações. A construção, semelhante a uma catedral subterrânea, foi projetada para evitar o transbordamento de rios durante as estações de chuva e tufões.“É uma solução muito interessante e que serve de inspiração para casos importantes e desafiadores que existem no Brasil, como por exemplo, no Vale do Itajaí”, destacou Tavares. O secretário também observou o impacto direto da infraestrutura no desenvolvimento urbano da região. Segundo ele, essa é uma das regiões de Tóquio que estaria inundada se não fosse pelos sistemas de controle de enchentes que o governo local construiu. “A última cheia de rios que eles tiveram antes do sistema comprometeu mais de 150 mil pessoas, afetando vidas e patrimônios. Graças a esse sistema, que custou aproximadamente US$ 1 bilhão, Tóquio passou a florescer, e se tornou uma das maiores cidades do planeta, com novo ambiente de negócios, mais segurança e proteção à população”, completou.
A delegação também participou do Seminário Internacional Avanços e Boas Práticas do Japão em Saneamento Ambiental, que contou com a presença do embaixador do Japão no Brasil, Hayashi Teiji, e de representantes da Jica e de instituições de pesquisa e inovação tecnológica.
Distrito Ecológico em Kyoto
Em Kyoto, os representantes brasileiros conheceram o Distrito Ecológico e participaram de reunião com o Conselho de Promoção da Redução do Lixo. “Este é um dos pilares da gestão de resíduos: educação ambiental e políticas orientadas ao consumo consciente e redução do lixo. A coleta residencial deve ser realizada em sacolas padronizadas, que financiam os distritos ecológicos. E as crianças aprendem desde cedo a importância de contribuir e a história. Eles viveram o colapso dos aterros em 2000, com uma série de reflexos e traumas para implantar o novo modelo”, observou o secretário.
Expo Osaka
A missão também incluiu visita à Expo Osaka, onde o Brasil participou com pavilhão próprio. No evento, Tavares visitou o pavilhão do Japão, que apresentou experiências em economia circular. “Esse pavilhão explorou a economia circular desde o início, ou seja, a água como origem em todo o setor primário para a geração de alimentos, esse setor gerando bens e consumo, o consumo gerando resíduos, e esses resíduos, por sua vez, sendo reprocessados para extração de água e encerrando um ciclo de sustentabilidade”, relatou.
Para o secretário, a agenda reforça o compromisso do Brasil com um novo modelo de desenvolvimento. “É uma agenda muito importante de geração de emprego e renda, de sustentabilidade, e de reflexão sobre o novo modelo de desenvolvimento que precisamos trabalhar no planeta”, afirmou.
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