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Enem
Acessibilidade promove equidade entre participantes
“Foi com o direito à acessibilidade no Enem que eu passei para Relações Internacionais em uma universidade federal. Esse foi o impulso que eu precisava para chegar onde estou hoje”. As palavras são de Camilli Ayala Moulin Modesto, 22 anos. Ela realizou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2020 e 2021, com recursos de acessibilidade, em busca de um objetivo: estudar relações internacionais. Camilli alcançou a meta. Com as notas do exame, ingressou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no primeiro semestre de 2022.
Pouco tempo depois, mudou de rota e o Enem, mais uma vez, foi preponderante. Antes mesmo de começar o curso, decidiu correr atrás de outro sonho: estudar medicina. Com mais alguns meses de preparação, fez o processo seletivo da Universidade de Rio Verde (UNIRV), em Goiás. Passou. Atualmente, está na metade do curso e se divide entre Brasília (DF) e Formosa (GO), onde fica o campus da universidade. “Eu sou muito realizada com a minha decisão de fazer medicina”, diz a jovem.
Camilli tem o diagnóstico de dislexia e de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Ambas as condições dificultam a sua leitura, escrita e concentração. Para ela, “o atendimento especializado no Enem é a maior ferramenta para proporcionar um processo seletivo justo a todos e, assim, alcançar a equidade no exame”, afirma. “O ledor e a correção diferenciada da redação foram, sem dúvida, a melhor forma de me proporcionar uma avaliação justa. Sem esses recursos eu jamais conseguiria realizar uma prova tão extensa”, acrescenta.
A jovem teve direito a ledor (profissional que auxilia o participante na leitura da prova), tempo adicional e sala individual. Também contou com o suporte de um transcritor, que a participante, no entanto, não precisou utilizar. “As provas do Enem sempre foram um exemplo em relação à acessibilidade. Nunca tive nenhum problema no que diz respeito aos meus direitos, inclusive quando realizei a prova como treineira”, conta.
O atendimento especializado também foi fundamental para Júlia Barbeiro, 36 anos, durante o Enem 2024. “Tenho grande restrição de mobilidade. Nos casos de escadas ou rampas muito íngremes, não consigo ter acesso”, explica. “Em função de comorbidades, ao ler muito, minhas vistas duplicam, o que me causa dificuldade para enxergar a prova. Além disso, tenho perda severa de audição”, acrescenta. Júlia contou com sala de fácil acesso e teve permissão para usar aparelho auditivo.
Na avaliação dela, “a acessibilidade é necessária para incentivar as pessoas a realizarem as provas e a participarem dos programas disponíveis”. Júlia usou as notas no Enem para ingressar no curso de enfermagem, como bolsista, em uma faculdade particular, na cidade de Ribeirão Preto (SP). A estudante é beneficiária do Programa Universidade para Todos (Prouni).
Inscrições e atendimentos – O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ampliaram o período de inscrições do Enem 2025. Com isso, as pessoas interessadas têm até as 23h59 (horário de Brasília) de sexta-feira, 13 de junho, para se inscrever e tambémpara solicitar atendimento especializado. O prazo também vale para as solicitações de tratamento por nome social. Todos esses procedimentos devem ser realizados pela Página do Participante.
- O MEC, por meio do Inep, aplicará as provas em 9 e 16 de novembro, nas 27 unidades da Federação.
Pará – O Ministério e o Instituto realizarão o Enem 2025, de forma excepcional, em 30 de novembro e 7 de dezembro, nas seguintes cidades do Pará: Belém, Ananindeua e Marituba. A medida visa atender aos públicos desses municípios, em razão dos impactos logísticos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada na capital paraense, no período da aplicação regular do exame.
- Quem pretendia fazer o Enem em alguma dessas cidades, em 9 e 16 de novembro, ainda pode optar por realizar as provas nessas datas, desde que em outras localidades. Para isso, é necessário optar por outro município de aplicação no momento da inscrição.
Atendimentos no Pará – O Inep disponibilizará, na aplicação em Belém, Ananindeua e Marituba, o recurso do tradutor-intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras). Entretanto, a Autarquia não ofertará, nessas aplicações, o recurso da videoprova em Libras. O participante que deseja utilizar tal recurso deverá selecionar, no ato da inscrição, outro município para realizar o exame, nas datas regulares (9 e 16 de novembro).
Nome social – Travestis, transexuais ou transgêneros receberão o tratamento por nome social, em conformidade com os dados cadastrados na Receita Federal. Sendo assim, antes de efetuar a inscrição, o participante deverá verificar as informações pessoais junto à Receita e, se for o caso, atualizá-las.
Acessibilidade – Os atendimentos especializados fazem parte da Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep. Ao longo dos anos, a Autarquia aprimorou as aplicações, com o objetivo de oferecer condições cada vez mais isonômicas. Nesse contexto, os participantes contam com prova em braile; sala individual; mobiliário com dimensões adequadas para o manuseio das prova e dos recursos assistivos; auxílio para leitura e transcrição; tempo adicional; leitor de tela; prova ampliada; prova super ampliada; guia-intérprete e sala de fácil acesso.
Durante as provas, também é permitido utilizar material próprio, o que inclui máquina de escrever em braile; lâmina overlay; reglete; punção; sorobã ou cubaritmo; caneta de ponta grossa; tiposcópio; assinador; óculos especiais; lupa; telelupa; luminária; tábuas de apoio; multiplano e plano inclinado. Itens como bolsa de colostomia, dispositivos capacitantes, medidor de glicose e bomba de insulina também são previstos no edital do Enem. As regras do exame determinam que os recursos sejam vistoriados pelo chefe de sala.
- É necessário enviar a documentação comprobatória da condição que motiva o atendimento especializado, por meio da Página do Participante.
- O participante que teve a documentação aprovada nas edições de 2021 a 2024 não precisará anexar nova documentação caso a solicitação de atendimento seja a mesma em 2025 (exceto nos casos de atendimento em classe hospitalar e lactante).
São condições que dão direito ao atendimento especializado no Enem:
- Baixa visão
- Cegueira
- Visão monocular
- Deficiência física
- Deficiência auditiva
- Surdez
- Deficiência intelectual
- Surdocegueira
- Dislexia
- Déficit de atenção
- Transtorno do Espectro Autista
- Discalculia
- Diabetes
- Gestante
- Lactante
- Idoso
- Estudante em classe hospitalar ou outra condição específica
Orientações – O portal do Inep conta com uma página em que é possível encontrar as principais orientações para os participantes do Enem. Há também uma seção destinada às perguntas frequentes sobre o exame. Com isso, os interessados podem conferir os questionamentos mais comuns e os respectivos esclarecimentos.
Enem – O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, o Enem tornou-se a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Instituições de ensino públicas e privadas também utilizam o Enem para selecionar estudantes, como critério único ou complementar aos processos seletivos. Os resultados individuais do Enem podem, ainda, ser aproveitados nos processos seletivos de instituições portuguesas que possuem convênio com o Inep. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal.
Acesse o edital do Enem 2025
Acesse a Página do Participante
Acesse a plataforma Gov.br
Acesse a página de orientações do Enem
Acesse a página de perguntas frequentes do Enem
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