Notícias
REGIÃO SUL
Ciclone afeta quase 18 mil pessoas
Técnicos da Defesa Civil Nacional estão no Paraná para ajudar nas ações de resposta ao desastre. (Foto: Divulgação/MIDR)
Brasília (DF) — Quase 18 mil pessoas foram afetadas pelo ciclone no Paraná e no Rio Grande do Sul, segundo relatório divulgado pela Defesa Civil Nacional no fim da tarde deste domingo (9). No Paraná, sete mortes foram registradas e o número de feridos subiu para 835 até o momento. O boletim foi emitido pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), que permanece com equipes de plantão monitorando o cenário e mantendo comunicação permanente com as defesas civis estaduais e municipais.
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, esteve, neste domingo, em Rio Bonito do Iguaçu, cidade mais afetada pelo desastre. Uma equipe multissetorial da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), coordenada pelo diretor do Cenad, Armin Braun, e pelo diretor do Departamento de Obras de Proteção e Defesa Civil (DOP), Paulo Falcão, também está no Paraná para ajudar nas ações de resposta. Rio Bonito do Iguaçu teve o estado de calamidade pública reconhecido sumariamente pelo Governo Federal no sábado (8).
“A Defesa Civil Nacional está no Paraná para auxiliar desde as primeiras horas, em parceria com a defesa civil estadual. É muito importante que a gente chore as perdas e se solidarize com o sofrimento, com as vidas ceifadas e com as pessoas feridas. Os que ficaram no fronte precisam comer, beber, morar temporariamente em algum lugar, às vezes no alojamento, no acampamento, na casa de algum conhecido, de um parente. Isso tudo precisa estar organizado de forma sistematizada”, afirmou o ministro Waldez.
Situação por estado
Paraná
De acordo com o boletim, 12.836 mil pessoas foram afetadas pelo desastre em Rio Bonito do Iguaçu, sendo que duas mil estão desalojadas, 28 desabrigadas e 835 feridas. Seis mortes foram registradas na cidade.
Outros municípios também enfrentam consequências dos temporais. Segundo dados da Defesa Civil do Paraná, o estado registrou ocorrências em 16 cidades, quatro tiveram o estado de emergência decretado. Há 28 pessoas desabrigadas e outras 75 desalojadas.
Em Guarapuava, rajadas de vento provocaram uma morte e afetaram 88 pessoas, deixando 60 desalojadas e 22 residências danificadas ou destruídas. Também houve registros de estragos em Jaboti, Londrina, Matinhos, Mauá da Serra, Porto Barreiro e Uruarama. Em Porto Barreiro, um dos municípios mais afetados, 2.400 pessoas foram atingidas e 620 casas tiveram danos.
Tempestades de granizo atingiram 80 pessoas em Cruzeiro do Iguaçu e danificaram 30 casas. Já em Guaraniaçu, 14 pessoas foram atingidas, 11 ficaram desalojadas e 12 casas foram danificadas.
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, os temporais se concentraram no Litoral Norte, provocando destelhamentos, quedas de árvores e postes, falta de energia e alagamentos. Em Arroio do Sal, houve destelhamento parcial de casas, queda de estruturas e alagamentos em diversos bairros. Em Xangri-lá, cinco postes de energia foram derrubados pelos ventos e uma pessoa ficou ferida após ser atingida por fios caídos. Capão da Canoa também registrou destelhamentos e incêndios em uma loja de móveis e em uma residência, que podem estar relacionados a um curto-circuito em transformador.
Outros municípios gaúchos, como Osório, Torres, Imbé, Palmares do Sul e Itati, também relataram prejuízos. Em Itati, o volume de chuva elevou o nível dos rios, danificou pontes, lavouras e vias públicas. Em Charqueadas e Viamão, rajadas de vento causaram destelhamentos, quedas de árvores e danos à rede elétrica.
Santa Catarina
Em Santa Catarina, os impactos foram pontuais. Em Joinville, os bairros Itaum, Floresta, Petrópolis e Boa Vista registraram quedas de árvores e interrupções de energia elétrica, mas não houve feridos, nem necessidade de decretar situação de emergência. Segundo a defesa civil catarinense, as equipes seguem monitorando as condições meteorológicas e enviando alertas aos municípios.
Confira as ações adotadas pelo Governo Federal para atender a população atingida:
Ministério da Saúde (MS)
-
Envio da Força Nacional do SUS (FN-SUS): mobilização determinada pelo ministro Alexandre Padilha na madrugada do dia 8. Equipe composta por médico sanitarista, enfermeiro, analista de recursos logísticos, analista de incidentes e reconstrução assistencial e especialista em saúde mental em desastres.
-
Ações Iniciais da FN-SUS: recomposição da rede local de saúde para restabelecer atendimentos; triagem e estabilização de feridos; reorganização dos fluxos assistenciais e farmacêuticos; avaliação de risco sanitário secundário (água, resíduos, vetores); apoio psicológico à população.
-
Capacidade Operacional: Nível Operacional II da FN-SUS (resposta intermediária); possibilidade de instalação de hospital de campanha modular (até 150 atendimentos/dia) em parceria com a SESA-PR, se necessário.
-
Situação da Rede de Saúde Local: urgências redirecionadas ao Hospital Regional de Laranjeiras do Sul; UBSs da zona rural parcialmente inoperantes; estoque de medicamentos e vacinas comprometido; problemas de energia e abastecimento afetando as unidades.
Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS)
- Envio de equipe técnica ao Paraná em 8 de novembro de 2025 para atuar em Rio Bonito do Iguaçu;
- Mobilização da Força de Proteção do Sistema Único de Assistência Social (ForSUAS) para proteção social da população;
-
Cadastramento de famílias afetadas;
-
Estruturação de abrigos provisórios;
-
Apoio técnico à rede municipal de assistência social;
-
Distribuição de alimentos e ações de segurança alimentar;
-
Articulação para unificar calendários de pagamentos do Bolsa Família e BPC;
-
A resposta é coordenada pela Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) em cooperação com a prefeitura, Defesa Civil e demais órgãos federais.
Ministério da Previdência Social e INSS
-
Ações principais: possibilidade de antecipação dos benefícios assistenciais para moradores da região; envio de equipes do INSS ao município para atendimento presencial e orientação sobre o adiantamento dos pagamentos
Ministério da Educação (MEC)
-
Diante da situação de calamidade, os participantes da região poderão realizar o Enem em nova data (a ser definida pelo Inep), já que as provas estavam marcadas para 9 e 16 de novembro.
Ministério das Comunicações (MCom)
-
Mobilização de força-tarefa com a Anatel para restabelecer telefonia e internet; equipes da TIM, Vivo e Claro atuam no local.
-
MCom e Anatel seguem monitorando para assegurar o retorno completo dos serviços , essenciais para o resgate.
Ministério de Minas e Energia (MME)
-
Mobilização total para recuperar os serviços de distribuição de energia elétrica.
-
Coordenação com o setor elétrico para restabelecer o fornecimento.
-
Status: Até a noite de sábado (08/11), 200 mil de 290 mil unidades consumidoras sem energia já haviam sido atendidas. O restante permanece sem fornecimento devido à dificuldade de acesso.
-
Situação Técnica: Em Rio Bonito do Iguaçu, 13 torres de transmissão foram derrubadas e outras 13 danificadas.
-
Apesar dos danos, não houve interrupção no fornecimento geral aos consumidores.
Outras notícias:
R$ 15 milhões para iniciar reconstrução depois do tornado
Waldez Góes chega em Rio Bonito do Iguaçu para articular ações de resposta
Governo Federal reconhece situação de calamidade e inicia socorro