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COP30
Países amazônicos lançam Aliança pelo Transporte Sustentável com apoio do MIDR
Aliança surge como resposta a desafios históricos enfrentados pela Amazônia, como baixa conectividade, infraestrutura precária, vulnerabilidade a eventos climáticos extremos e altos custos logísticos. (Foto: Divulgação/MIDR)
Belém (PA) — O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) deu um passo importante junto aos países que abrangem a floresta amazônica para construir um futuro mais sustentável. Nesta terça-feira (11), durante a COP30, em Belém (PA), o secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, ao lado do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, representou o Brasil no lançamento da Aliança pelo Transporte Sustentável, Resiliente e Integrado na Amazônia.
A iniciativa, liderada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Banco Mundial, é composta também por representantes da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. O objetivo é criar um fórum permanente para debater e consolidar propostas voltadas ao desenvolvimento de uma infraestrutura de transporte sustentável na região amazônica sul-americana.
A Aliança surge como resposta a desafios históricos enfrentados pela Amazônia, como baixa conectividade, infraestrutura precária, vulnerabilidade a eventos climáticos extremos e altos custos logísticos. O plano prevê ações que combinem eficiência logística, inovação tecnológica e preservação ambiental, promovendo um modelo de transporte moderno e alinhado à proteção do bioma.
O secretário de Fundos destacou que a pasta já atua em parceria com o BID e o Banco Mundial em uma agenda de captação de recursos para o desenvolvimento sustentável, por meio dos Fundos de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), do Nordeste (FDNE) e do Centro-Oeste (FDNO).
“O BID é um grande parceiro do nosso ministério, alinhado às nossas prioridades e comprometido na construção de soluções para os desafios mais urgentes. Um exemplo concreto disso é a aprovação de US$ 500 milhões, que serão investidos em ações estratégicas, ampliando o papel dos Fundos de Desenvolvimento Regional como instrumentos de desenvolvimento sustentável, promovendo melhorias na qualidade de vida e garantindo mais dignidade à população”, ressaltou Tavares.
O ministro de Portos e Aeroportos reforçou que a Aliança busca transformar o setor de transportes em vetor de desenvolvimento regional e adaptação climática, promovendo a melhoria da qualidade de vida das populações amazônidas.
“A Aliança representa um marco na cooperação entre os países amazônicos e reforça o compromisso do Brasil com um transporte que une eficiência, sustentabilidade e resiliência. Essa é uma iniciativa que coloca o bioma amazônico no centro da ação climática global”, afirmou o ministro.
Eixos estratégicos
A atuação da Aliança será guiada por quatro eixos estratégicos que refletem o compromisso dos países participantes com a integração e a sustentabilidade regional.
1. Conectividade e inclusão: ampliar o acesso a serviços básicos e melhorar a mobilidade em comunidades isoladas, sobretudo as que dependem do transporte fluvial como principal meio de deslocamento.
2. Logística multimodal: fortalecer corredores e cadeias logísticas sustentáveis, priorizando o transporte hidroviário e iniciativas que estimulem a bioeconomia.
3. Infraestrutura verde: implementar soluções inspiradas na natureza, reduzindo impactos socioambientais e aumentando a resiliência às mudanças climáticas.
4. Modernização do transporte fluvial: aprimorar os serviços de passageiros e cargas em áreas urbanas e ribeirinhas, com foco em segurança, eficiência e inclusão social.
Plano de Ação Regional 2026–2030
Como desdobramento do acordo, os países signatários e as instituições parceiras se comprometeram a elaborar o Plano de Ação Regional 2026–2030, que definirá metas e investimentos para a transformação do transporte sustentável e multimodal na Amazônia.
O plano será articulado a programas internacionais em andamento, como o Amazônia Sempre e o Conexión Sur, do BID, e o Amazônia Viva, do Banco Mundial.
Também está prevista a criação do Comitê Regional para a Transformação da Infraestrutura de Transporte Amazônica, responsável por coordenar e acompanhar a execução das ações, garantindo o alinhamento com os compromissos climáticos globais e à agenda de descarbonização do setor.
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