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ENAMED
Como são calculadas as notas do Enamed 2025
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, em dezembro, o resultado da 1ª edição do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) 2025. Aplicado em outubro de 2025, o Enamed utiliza um processo rigoroso para definir o desempenho dos participantes.
A prova, originalmente composta por 100 questões objetivas, tem seus resultados calculados com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI), metodologia reconhecida e aplicada em diversos exames nacionais e internacionais. Para as análises psicométricas, empregou-se o modelo de Rasch da TRI, que leva em conta, para cada item, o seu parâmetro de dificuldade, indicando o nível de proficiência para o qual a probabilidade de acerto é de 50%.
Outra etapa da definição dos resultados é o estabelecimento do padrão de desempenho. Para isso, dezenas de especialistas se reuniram para estabelecer o padrão proficiente pelo Método de Angoff Modificado. Nesse método, aplicado ao Enamed, professores de medicina estimam a probabilidade de um “médico minimamente proficiente” acertar cada questão.
A definição da nota de corte precisa considerar a escala de proficiência obtida por meio da TRI. Para o padrão “Proficiente”, a nota final foi fixada em 60 pontos, após transformação linear da escala. Esse ponto indica o desempenho mínimo esperado para demonstrar competências essenciais à prática médica.
De forma geral, um candidato que está nesse padrão demonstra capacidade para diagnóstico, planejamento terapêutico individualizado, manejo de urgências, promoção e prevenção em saúde, além de comunicação empática, trabalho em equipe e uso seguro de tecnologias; atua com ética, respeito à diversidade e foco na atenção primária, integrando conhecimentos clínicos, evidências científicas e políticas de saúde; registra informações com rigor ético e busca atualização contínua, contribuindo para qualificação do cuidado e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Questões desconsideradas
Ao todo, 10 questões foram desconsideradas no cálculo dos resultados do Enamed: sete foram anuladas após recursos administrativos, uma por erro no enunciado e outras duas por motivo de não ajuste estatístico ao modelo da TRI. Essas questões não foram contempladas para os cálculos do desempenho individual, nem para o cálculo do conceito Enade dos cursos de medicina.
Não haverá prejuízo aos candidatos, pois, mesmo com menos questões válidas, a prova do Enamed ainda avaliou 90 questões, itens suficientes para medir a proficiência médica.
Relação com o Revalida
Três questões descartadas no Enamed também estavam na edição de 2025 do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida).
A questão 10 do Caderno de Provas n.º 1 (equivalente à questão 60 do caderno n.º 2) do Enamed foi anulada em função da diferença na redação do contexto do enunciado, em que “palpação na região inguinal direita” foi erroneamente substituído por “palpação em fossa ilíaca direita”. No entanto, nos dois cadernos do Revalida, essa mesma questão estava com a redação correta e, por isso, não é passível de anulação.
Por motivo de ajuste estatístico à forma de cálculo dos resultados do Enamed, as questões 2 e 40 do caderno n.º 1 e as questões 52 e 90 do caderno n.º 2 foram desconsiderados no cálculo do resultado. Já na prova do Revalida, tais itens correspondem às questões 2 e 40 do caderno n.º 1 e às questões 52 e 90 do caderno n.º 2, e foram mantidos.
Vale destacar que, em 2025, apesar de os dois exames apresentarem questões em comum, os testes são diferentes, tendo resultados calculados com base em diferentes modelos estatísticos.
Enamed – O Ministério da Educação (MEC), por meio do Inep, aplicou as provas do Enamed 2025 no dia 19 de outubro. A prova tem por base os critérios definidos para o Enade, observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e os normativos, bem como as legislações de regulamentação do exercício profissional vigentes e atinentes à área médica.
O novo exame possui relevância estratégica nacional, no escopo da avaliação da formação médica no Brasil, e seus resultados impactam diretamente o SUS e o ingresso de novos médicos no mercado de trabalho.
Assessoria de Comunicação Social do Inep