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INPI sedia evento internacional sobre estudos analíticos em PI e seu impacto na sociedade
Com crescente reconhecimento nacional e internacional, o INPI está avançando em estudos analíticos e indicadores sobre o uso da propriedade industrial e seu impacto para políticas públicas e a sociedade em geral. Nesse contexto, o Instituto sediou, nessa semana, o 2º Simpósio da Comunidade de Práticas (CoP) em IP Analytics, promovido em parceria com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e que foi, pela primeira vez, realizado fora de Genebra (Suíça).
O evento reuniu 31 representantes de 11 países (África do Sul, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Espanha, Filipinas, Marrocos, Rússia e Singapura), além da OMPI, do Instituto de Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO, na sigla em inglês) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O objetivo foi trocar experiências nessa temática, discutir atividades conjuntas, abordar estratégias para apresentação dos dados e debater o impacto dos estudos de PI no Brasil e no exterior, entre outros.
Outra novidade é que a Comunidade de Práticas em IP Analytics passou a ter um enfoque mais amplo, incluindo estudos sobre todos os ativos de PI, e não apenas patentes, como ocorria anteriormente.
Interação
Antes mesmo da abertura do evento, os participantes se reuniram no INPI, no dia 29 de setembro, para uma atividade interativa, em formato de jogo, que estimulou a colaboração e a troca de conhecimentos em IP Analytics.
Abertura
Já no dia 30 de setembro, durante a abertura oficial do evento, o presidente do INPI, Júlio César Moreira, reforçou o compromisso do Instituto com a realização de estudos que analisam dados de PI e os relacionam com indicadores econômicos. O intuito é mostrar claramente para a sociedade como esses trabalhos podem orientar a atuação do INPI e a formulação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento econômico, social e tecnológico.
Por sua vez, o diretor-geral assistente da OMPI, Marco Alemán, agradeceu ao INPI por sediar o evento e prometeu realizá-lo num país diferente a cada ano, contribuindo para a expansão da Comunidade. No evento desta semana, ele destacou também o foco no intercâmbio de boas práticas e no aprendizado coletivo.
Concluindo a atividade, Christopher Harrison, da área de IP Analytics da OMPI, celebrou a presença de novos membros na Comunidade, que agora inclui países como Arábia Saudita, Turquia, Marrocos e Israel, além do EUIPO. Ele ressaltou ainda o feedback dos participantes sobre a edição passada, que moldou o evento deste ano em busca do senso de propósito desejado para a Comunidade.
Apresentação de dados
No mesmo dia, foram discutidas técnicas de apresentação dos dados, como o data storytelling, para transformar indicadores complexos em narrativas engajadoras e persuasivas.
Em sua apresentação sobre data storytelling, o especialista canadense Brent Dykes apresentou a técnica como uma forma de comunicação estruturada que reúne narrativa, dados e produção visual. O objetivo é explicar os dados, mas também engajar as pessoas a partir da ideia central.
O dia incluiu ainda sessões com as atualizações dos Grupos de Trabalho da Comunidade sobre as iniciativas conjuntas em andamento e os debates sobre os limites e potenciais dos indicadores de patentes para os processos decisórios, inclusive em políticas públicas.
Cenário brasileiro e internacional
No dia seguinte, 1º de outubro, o destaque principal ficou por conta dos debates sobre o cenário no Brasil e no exterior e o impacto dos estudos analíticos e indicadores de PI.
Nesse contexto, Pedro Miranda e Graziela Zucoloto, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apresentaram as atividades do Ipea, o Sistema Único de Saúde (SUS) e o programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), destinado ao incremento da produção nacional em saúde. Além disso, abordaram estudos sobre possíveis impactos das patentes para a concorrência, o licenciamento de tecnologia e as disputas judiciais.
No mesmo painel, Igor Bueno, do Ministério da Saúde, abordou o processo de análise de uma proposta de PDP, considerando as patentes envolvidas, enquanto Pedro Veillard Farias, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, tratou sobre a experiência com o Plano Nacional de Fertilizantes, cujo objetivo é reduzir a dependência brasileira de importações nesse segmento.
Outros tópicos abordados foram a medição do impacto e valor dos estudos analíticos em PI; a importância de tais pesquisas no campo das tecnologias verdes, sustentabilidade e mitigação das mudanças climáticas; e o apoio a outros Escritórios Nacionais de PI para desenvolver trabalhos em IP Analytics.
Encerramento e visita técnica
No último dia do evento, 2 de outubro, os participantes discutiram a importância dos estudos analíticos para apoiar o trabalho dos examinadores de patentes; a geração de valor com estudos envolvendo ativos além de patentes, como marcas e desenhos industriais; e a interpretação de dados envolvendo tais ativos. Também houve uma visita técnica ao Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro.
O diretor da Divisão de Suporte em Tecnologia e Inovação da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Andrew Tchaikovsky, enviou uma mensagem em vídeo aos participantes. Em sua fala, destacou o sucesso do simpósio e o engajamento da comunidade internacional em torno da análise de PI. Ele agradeceu ao INPI pela hospitalidade e pela organização, ressaltando também a programação cultural que acompanhou o evento. Tchaikovsky fez ainda menção especial à equipe responsável pela condução das atividades, reconhecendo o esforço dedicado para garantir discussões produtivas e bem estruturadas.
Na sequência, a chefe da Divisão de Estudos em Propriedade Industrial e Inovação do INPI, Irene von der Weid, destacou o desafio e a satisfação em sediar o encontro no Brasil. Ela agradeceu à parceria internacional e ressaltou o empenho da equipe brasileira.
O coordenador-geral de Economia e Inovação do INPI, Rodrigo Ventura, ressaltou a relevância da semana de debates para o futuro da área. Ele destacou que trabalhar com ativos intangíveis confere ao Instituto uma visão diferenciada sobre o valor do conhecimento. Ventura ainda disse sentir orgulho de integrar a equipe que conduziu a organização e de ver o Brasil como protagonista nesta edição.
No discurso de encerramento, o representante da OMPI, Christopher Harrison, da área de IP Analytics, fez um balanço positivo do simpósio e comparou a edição realizada no Rio com a primeira, promovida em Genebra, afirmando que a de agora foi ainda maior e melhor, graças ao trabalho conjunto das equipes envolvidas, tanto no Brasil quanto no exterior.