Memória da Propriedade Industrial no Brasil
O projeto Memória da Propriedade Industrial no Brasil, coordenado pela Comissão Permanente para a Preservação e Disseminação da Memória da Propriedade Industrial, foi criado, incialmente, para recuperar e preservar o acervo histórico de patentes do Brasil. É um resgate da memória dos inventos criados no País e no mundo, guardada nos documentos das patentes depositadas no INPI e, agora, disponíveis ao público. O Instituto tem a guarda permanente desse patrimônio da sociedade.
Mais de 3 mil documentos datados de 1895 a 1929 foram tratados, digitalizados, indexados (para identificação e recuperação das informações) e inseridos em um banco de dados. Entre esses documentos, o INPI localizou cartas-patentes (documentos de concessão) assinadas por 11 dos 13 presidentes eleitos da Primeira República do Brasil. Naquela época, bem antes da criação do Instituto, as cartas-patentes eram assinadas pela autoridade máxima do País e pelo ministro competente.
O acervo histórico de patentes pode ser acessado livremente em um repositório arquivístico digital confiável. O projeto de recuperação resultou ainda no livro As invenções no Brasil contadas a partir de documentos históricos de patentes e em um vídeo de como foi desenvolvido o trabalho.
Posteriormente, a Comissão Permanente elaborou uma segunda obra no âmbito do projeto Memória da Propriedade Industrial no Brasil, com o livro Invenções no Brasil Imperial e Republicano: o pensamento inventivo nas origens da industrialização. A publicação tem como objetivo contextualizar a disseminação de invenções nas fases iniciais da industrialização do país, abordando temas como: as exposições universais e nacionais, que destacam dom Pedro II como promotor da ciência; a trajetória da organização arquivística e das bases de patentes no país; e o papel essencial da propriedade industrial na consolidação de corporações históricas.
O livro também explora curiosidades e inventos do cotidiano dos séculos XIX e XX, incluindo soluções voltadas à higiene e prevenção de doenças, além de analisar a presença de tecnologias verdes e bioprodutos no acervo histórico. Um breve resumo dos pontos discutidos está disponível no vídeo de lançamento desta segunda obra.
Confira os documentos do acervo histórico de patentes do Brasil (1895 a 1929)
Uma pesquisa neste banco de dados permite construir recortes históricos: tecnologias do período da Primeira República, problemas que os inventores buscavam resolver, perfil dos inventores, mulheres dedicadas à inovação, entre outros. Navegue pela galeria de imagens e conheça algumas curiosidades.
Aperfeiçoamento em motores de tração. Ano de concessão: 1913. Henry Ford, engenheiro e empresário dos EUA, fundou a Ford Motor Company e revolucionou a fabricação de automóveis com sua inovadora "linha de montagem". Este sistema envolve a divisão de tarefas, produção em massa e padronização, reduzindo tempo e custos. Em 1928, estabeleceu a cidade de Fordlândia, no Pará, Brasil, visando produzir a borracha usada em suas fábricas.
Novo ácido orgânico “Protosan” e seus sais, destinados a emprego terapêutico nas moléstias parasitárias. Ano de concessão: 1914. Inventor: Astrogildo Machado, pesquisador brasileiro e professor do Instituto Oswaldo Cruz. Dedicou-se à química e à imunologia, tendo colaborado com Alcides Godoy na criação de vacinas e desenvolvido – junto com Cezar Guerreiro – a reação Machado-Guerreiro, usada no diagnóstico da doença de Chagas.
Aperfeiçoamento para macas, liteiras, camas canapés, fauteuills e outros aparelhos (cama antienjoo para embarcações). Ano de concessão: 1910. Inventora: Anne de Lowenstein-Wertheim, socialite e princesa inglesa, entusiasta da aviação. É das poucas mulheres inventoras da época cuja história é disseminada. Foi a primeira mulher a tentar fazer um voo transatlântico. Sem sucesso, a inventora desapareceu no oceano com os outros tripulantes.
As invenções no Brasil contadas a partir de documentos históricos de patentes
O livro digital aborda:
- Surgimento das patentes;
- Formatos de documentos de patentes e disseminação da informação tecnológica;
- Tratamento arquivístico do acervo histórico;
- Como eram o depósito de patente e uma carta-patente; e
- Inventores e inventos curiosos.
As invenções no Brasil Imperial e Republicano: o pensamento inventivo nas origens da
industrialização
O livro digital aborda:
- As exposições universais e nacionais — mostraram como o Brasil se inseriu no cenário do progresso científico mundial, com Dom Pedro II atuando como promotor da ciência e da inovação;
- A organização arquivística e as bases de patentes — revelam a trajetória da gestão da informação tecnológica no país, desde os registros em papel até o processo de digitalização do acervo do INPI;
- O papel das patentes na história das empresas — demonstra como a proteção da propriedade industrial foi essencial para a consolidação de corporações históricas como GE, Ford, Philips e Santa Marina;
- Curiosidades e inventos da vida cotidiana — apresentam ideias criativas e inusitadas dos séculos XIX e XX, incluindo invenções voltadas à higiene, publicidade e prevenção de doenças;
- Inventores visionários e inventos que marcaram época — mergulha na história de figuras como Fred Figner (pioneiro da fonografia), Padre Himalaia (precursor da energia solar) e os pioneiros da aeronáutica no Brasil; e
- Tecnologias verdes e bioprodutos — mostram que preocupações com sustentabilidade e aproveitamento de recursos naturais já estavam presentes em patentes brasileiras desde o início do século XX.
Saiba mais sobre o projeto
A Comissão Permanente para a Preservação e Disseminação da Memória da Propriedade Industrial foi instituída pela Portaria de Pessoal INPI/PR nº 33, de 11 de fevereiro de 2025, sendo coordenada pela servidora Flávia Romano Villa Verde, ou, em seu afastamento legal, pela servidora Fabiana Ribeiro de Moura, além de ser composta pelos seguintes membros:
- Alexandre Guimarães Vasconcellos;
- Antônio Coelho de Godoy;
- Daniel Mosqueira de Carvalho;
- Evanildo Vieira dos Santos;
- Igor Leonardo Romeiro Pereira;
- Isabela Maria de Oliveira Borsani; e
- Martha Moreno do Nascimento.
Para dúvidas, sugestões ou mais informações sobre o projeto Memória da Propriedade Industrial, entre em contato com a comissão pelo e-mail: memoriadapi@inpi.gov.br.