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INPI reconhece duas novas IGs e alcança 150 registros brasileiros
O INPI chega à semana de comemoração dos seus 55 anos com um marco importante: o Brasil alcançou 150 Indicações Geográficas (IGs) nacionais reconhecidas, sendo 119 Indicações de Procedência (IP) e 31 Denominações de Origem (DO). As duas novas IGs brasileiras são dedicadas à produção de cachaça e vêm de regiões tradicionais do Nordeste e do Centro-Oeste: Areia, na Paraíba, e Orizona em Goiás.
O reconhecimento reforça a importância da cachaça como bem cultural e econômico do Brasil. A bebida é tão representativa que o governo federal publicou o Decreto nº 4.062/2021, que definiu como indicações geográficas de uso exclusivo do país as expressões “cachaça”, “Brasil” e “cachaça do Brasil”, garantindo proteção ao nome e à identidade desse produto nacional.
Com essas duas últimas IG reconhecidas pelo INPI em 2025, o Brasil passa a contar com 161 IGs registradas: 120 IPs (119 nacionais e 1 estrangeira) e 41 DO (31 nacionais e 10 estrangeiras).
IP Areia
De acordo com a documentação apresentada pela Associação dos Produtores de Cachaça de Areia, o município ganhou destaque no cenário nacional a partir dos anos 1990, quando os engenhos locais passaram a investir em qualidade, padronização e identidade visual dos produtos. A estratégia incluiu ações de marketing e participação em concursos, o que ampliou a visibilidade da cachaça de Areia.
Hoje, a cidade reúne 28 engenhos, sendo a primeira do Nordeste e a segunda do Brasil em número de produtores devidamente registrados. O município responde por mais de 40% da produção paraibana e movimenta a economia local com geração de emprego e turismo. Os engenhos recebem cerca de 25 mil visitantes por ano, integrando o roteiro “Caminho dos Engenhos”.
Somente em 2018, Areia produziu 4,5 milhões de litros de cachaça, demandando cana-de-açúcar também de municípios vizinhos. A atividade gera mais de 2.500 empregos diretos e indiretos.
O reconhecimento da relevância local se ampliou em 2021, quando a cidade recebeu da Assembleia Legislativa da Paraíba o título de Capital Paraibana da Cachaça (Lei nº 11.873/2021), fruto de trabalho conjunto entre produtores e Instituto Federal da Paraíba.
IP Orizona
A origem de Orizona remonta ao século XIX, com a formação do povoado que depois se tornaria município. A produção artesanal de cachaça acompanha essa história desde o início, integrada ao cotidiano das grandes fazendas da região. A bebida era usada para consumo próprio, troca de mercadorias e remuneração de serviços.
Ao longo das décadas, a produção se consolidou como tradição local, marcada pela fabricação artesanal em pequenas quantidades e pela transmissão do conhecimento entre gerações. Essa cultura resultou na reputação da cachaça de Orizona, frequentemente chamada de “Terra da Boa Cachaça”.
Desde meados do século XX, a atividade ganhou força com o surgimento de marcas reconhecidas na região. Atualmente, o setor passa por um processo de modernização, com produtores buscando formalização, melhorias técnicas e expansão para mercados nacionais, sem perder as características tradicionais do produto.
Reportagens, estudos e documentos apresentados pela Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça de Orizona comprovam a fama do município e sua associação direta à bebida.

