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INPI concede a IP Romagnola para o produto piadina da Itália
O INPI publicou na Revista da Propriedade Industrial (RPI) 2856, de 30 de setembro de 2025, a concessão da Indicação Geográfica Romagnola, da espécie Indicação de Procedência (IP), para o produto Piadina, produzido nas províncias de Rimini, de Forlì-Cesena, de Ravenna e de Bolonha, na Itália. Com a concessão dessa primeira IP estrangeira, o INPI chega a 153 IGs reconhecidas no Brasil, sendo 112 IPs (111 nacionais e 1 estrangeira) e 41 Denominações de Origem - DOs (31 nacionais e 10 estrangeiras).
IP Romagnola
A piadina é descrita como um pão achatado, feito a partir de uma massa simples composta por farinha de trigo tenro, água, gordura e sal. Sua origem está ligada à região da Emília-Romanha, no norte da Itália, que reúne condições históricas, culturais e geográficas que favorecem a produção desse alimento.
O clima temperado subcontinental, aliado à influência do litoral, contribuiu para o cultivo de ingredientes de qualidade, essenciais para o preparo da piadina. O produto nasceu como uma alternativa acessível ao pão, sobretudo em tempos de escassez, mas ganhou espaço e se consolidou como símbolo cultural da região.
A tradição da piadina é reconhecida desde a antiguidade e chegou a ser celebrada pelo poeta Giovanni Pascoli, que a descreveu como um verdadeiro “pão nacional” da Romanha.
Na década de 1970, a produção doméstica deu lugar a uma atividade comercial crescente, com a popularização das “piadinerias” – pequenos quiosques especializados que ajudaram a difundir o produto tanto entre moradores quanto entre turistas.
O preparo da piadina segue técnicas artesanais transmitidas entre gerações. A massa deve ser aberta com rolo e cozida em chapa quente, em um processo cuidadoso que garante sua textura macia, cor marfim e as bolhas âmbar características. Essa dedicação ao modo de fazer é parte fundamental da identidade da IP.
Importância econômica e turística
Mais do que um alimento típico, a piadina tornou-se um ícone cultural e econômico da Romanha. O registro da IP fortalece a reputação do produto, ao reconhecer sua origem e garantir a autenticidade das técnicas de produção.
No aspecto econômico, a IP valoriza a cadeia produtiva local, impulsiona pequenos negócios e fortalece a marca regional no mercado internacional. O setor das piadinerias, surgido nos anos 1970, se consolidou como parte relevante da economia local, atraindo visitantes e gerando empregos.
Do ponto de vista turístico, a piadina é um dos principais atrativos gastronômicos da região da Emília-Romanha, servindo como porta de entrada para a cultura e a história da região. A cada visitante que experimenta o prato, perpetua-se o vínculo entre a identidade romanhola e sua culinária tradicional.
Assim, a concessão da IP Romagnola reforça não apenas a proteção de um produto típico, mas também a valorização de toda uma região, sua história e sua contribuição para a diversidade cultural e gastronômica mundial.
