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Examinadores do INPI são declarados Agentes de Mudança da OMPI
A Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) publicou o perfil dos examinadores do INPI Radja Fajardo (marcas) e Antonio Abrantes (patentes) em sua galeria de “Changemakers”. Eles foram indicados pelos servidores do INPI na campanha interna “Quem inspira transforma”, realizada no mês de julho passado.
A iniciativa do Instituto está alinhada à ação internacional “Celebrar e Empoderar os Examinadores de Propriedade Intelectual”, promovida pela OMPI e que reconhece profissionais que contribuem de forma significativa para o avanço da PI e seu impacto positivo na sociedade.
Confira o perfil dos examinadores do INPI na página da OMPI.
Conheça, a seguir, a trajetória dos examinadores na Propriedade Industrial.
Radja Fátima Olivieri Fajardo – Examinadora de Marcas
Engenheira Química formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pós-graduação na área de Engenharia Química e Processos Petroquímicos pela Universidade de Bologna e ENI, na Itália, Radja também é especializada em Propriedade Intelectual pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET).
Ingressou no INPI em 1998 por concurso público para o cargo de Tecnologista em PI e foi lotada inicialmente na antiga Divisão de Marcas de Mecânica e Elétrica (DIMELE). Desde então, construiu uma carreira sólida na área de marcas, tendo participado de capacitação da OMPI no Canadá ainda em 1999.
Antes do INPI, atuou em grandes empresas multinacionais, com destaque para o desenvolvimento tecnológico, projeto de engenharia e marketing técnico, além de pesquisa e desenvolvimento industrial.
Atuação e liderança técnica no INPI
Radja fez parte do primeiro grupo de examinadores de marcas de certificação e atuou como chefe substituta da Divisão de Marcas e da Coordenação Geral de Marcas II. Desde 2006, lidera equipes técnicas de exame de marcas.
Entre os desafios que enfrenta está a constante evolução das marcas e a necessidade contínua de atualização dos procedimentos para acompanhar a dinâmica do mercado.
Participou da Comissão que implantou a Classificação Internacional de Produtos e Serviços no INPI, marco que substituiu a antiga classificação nacional em 2000, além de ter atuado em comissões de licitação e planejamento do Instituto.
Em 2025, Radja está fortemente envolvida no Projeto-Piloto de Trâmite Prioritário de Marcas, que a partir de agosto disponibilizou um serviço para priorização de exame de marcas com objetivos estratégicos e de políticas públicas.
Impacto na proteção e estímulo à inovação
Para Radja, seu trabalho garante o uso exclusivo das marcas pelos titulares, protegendo ativos intangíveis e evitando prejuízos por uso indevido. Como servidora pública, ela busca prestar um serviço à sociedade que gostaria de receber como cidadã.
Embora não tenha atuado no exame de marcas de alto renome, ressalta a importância do exame técnico para fomentar o empreendedorismo e o investimento em pesquisa e desenvolvimento, fortalecendo o mercado nacional.
Reconhecimento e responsabilidade internacional
Sobre sua indicação para a OMPI, Radja acredita que seu comprometimento em prestar o melhor serviço ao usuário final e a integração com sua equipe foram decisivos.
Ela vê a responsabilidade de representar o Brasil como um reconhecimento importante, que valoriza e dá visibilidade à atividade dos examinadores de propriedade intelectual.
Mensagem para jovens profissionais
Radja deixa uma mensagem motivadora: a propriedade intelectual reflete o direito de apropriação da criação intelectual e envolve diversos papéis, incentivando profissionais a valorizarem esse campo essencial para o desenvolvimento.
Perspectivas futuras e valores
Seus projetos futuros são focados em aproveitar a jornada e valorizar o caminho, destacando o ambiente colaborativo e o aprendizado constante proporcionado pela troca com colegas de diferentes perfis profissionais.
“Motivada pela curiosidade em aprender, me desenvolver e compartilhar,” resume Radja sua trajetória no INPI, evidenciando o compromisso e a paixão que a movem em sua atuação.
Antonio Carlos Souza de Abrantes – Examinador de patentes
Engenheiro eletrônico formado pela UFRJ, com mestrado em engenharia biomédica e doutorado em história das ciências, Abrantes ingressou no INPI em 1998, na primeira turma do concurso para examinadores de patentes. Sua atuação começou na Divisão de Eletrônica (DIFELE) e atualmente é membro da Coordenação de Recursos e Nulidades (COREP/CGREC).
Antes do INPI, trabalhou em desenvolvimento de rádio digital para telefonia rural e em projetos na COPPE/UFRJ, somando experiência técnica e acadêmica que fundamentam sua visão ampla sobre inovação e propriedade industrial.
Contribuição técnica e institucional
Especialista em engenharia eletrônica e modelos de utilidade, destaca-se por sua atualização constante frente aos avanços tecnológicos, incluindo o desafio de incorporar inteligência artificial no exame de patentes. Participou de importantes grupos técnicos no INPI e no Comitê de Especialistas da OMPI sobre Classificação Internacional de Patentes (IPC).
Entre suas contribuições institucionais está o desenvolvimento do sistema SISCAP, utilizado para organizar pareceres técnicos dos examinadores, e o projeto Sinergias, que levanta dados estatísticos essenciais para a área de recursos do INPI.
Impacto na inovação brasileira
Para Abrantes, a propriedade industrial é base fundamental para a inovação, mesmo sabendo que depende de um ecossistema amplo com políticas públicas e mão de obra qualificada. Ele cita o papel do INPI em garantir segurança jurídica, fundamental para que empresas brasileiras de destaque ‒ como Petrobras, Embraer, Natura e WEG ‒ possam proteger suas invenções e crescer.
Ele lembra ainda que examinou tecnologias que se tornaram produtos relevantes no mercado nacional, como o cartão indutivo para telefones públicos, patente concedida em 1984.
Reconhecimento e representatividade
A indicação para a galeria da OMPI é, para ele, um reconhecimento do trabalho e da visibilidade conquistada, em parte graças à sua atuação pública por meio de livros, blogs, vídeos e projetos que promovem a cultura da propriedade industrial no Brasil.
Abrantes destaca o apoio dos colegas de trabalho e familiares como essenciais para sua trajetória e enxerga a participação na iniciativa da OMPI como uma honra e uma responsabilidade para representar o Brasil no cenário internacional.
Mensagem para a nova geração
Sua mensagem a servidores públicos e jovens profissionais é clara: perseverança, qualificação e dedicação são essenciais, assim como o espírito de colaboração e compartilhamento do conhecimento para gerar sinergias e benefícios coletivos.
Projetos futuros
No INPI, Abrantes trabalha para incorporar inteligência artificial em sistemas de análise e para consolidar diretrizes técnicas que fortaleçam a segurança jurídica do instituto. Fora do INPI, dedica-se à divulgação científica e histórica sobre inovação e propriedade industrial, buscando construir uma cultura favorável ao desenvolvimento tecnológico no país.
Reflexão final
Com humildade, ressalta que o erro faz parte do processo de aprendizado e inovação, e deve ser encarado como fonte para avanços futuros. Abrantes cita Walter Elliott: “Perseverança não é uma longa corrida, mas muitas corridas curtas, uma atrás da outra."

