Notícias
Pré-COP 30
Brasil e Suécia debatem transição verde e justa em encontro pré-COP 30
Foto: Matheus Itacaramby / MTE
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, foi recebido nesta quinta-feira (18) pela embaixadora da Suécia, Karin Wallensteen, em encontro realizado na embaixada sueca em Brasília (DF). O evento reuniu representantes de sindicatos suecos e brasileiros, da indústria e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), com o objetivo de promover um diálogo sobre os desafios, benefícios e boas práticas da transição verde, destacando o papel da cooperação tripartite — entre governo, empresas e sindicatos — na construção de uma transição climática justa e sustentável.
A embaixadora Karin Wallensteen destacou a importância do diálogo internacional e da cooperação entre países. “A transição verde exige diálogo e colaboração entre governos, empresas e trabalhadores. Só assim será possível criar políticas que garantam sustentabilidade econômica e social”, afirmou. Ela reforçou que o papel da Suécia é compartilhar experiências e boas práticas que possam apoiar o Brasil e outros países do Sul Global em seus esforços por uma economia sustentável.
O ministro Luiz Marinho ressaltou a urgência de políticas que integrem proteção ambiental e segurança no trabalho. “O Brasil já enfrenta efeitos concretos das mudanças climáticas, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca severa na Amazônia. É nossa responsabilidade proteger os trabalhadores e avançar em uma economia de baixo carbono”, disse. “Não existe transição energética justa se ela for feita à custa dos trabalhadores. Precisamos garantir que o futuro do trabalho seja construído com mais democracia, inclusão e dignidade.”
O encontro contou com a participação de Vinícius Carvalho Pinheiro, diretor do Escritório da OIT para o Brasil; representantes dos sindicatos suecos IF Metall, Unionen e Engenheiros da Suécia; Aroaldo Gomes da Silva, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e presidente da IndustriALL Brasil; Pablo Rolim, especialista em Políticas e Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI); Marilda Gonçalves, especialista em Relações Institucionais e Governamentais da Scania; e Ana Clara da Costa Nogueira, chefe substituta da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais.
Novo Marco
Aroaldo Gomes da Silva, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, reforçou a necessidade de considerar as dimensões social, tecnológica e econômica da transição energética. “Estamos diante de um novo marco de desenvolvimento que precisa transformar vantagens, como nossa matriz energética de baixo carbono, em benefícios concretos para a população”, disse, alertando também para a importância de qualificação profissional e combate à pobreza energética.
O secretário internacional do IF Metall, Johan Järvklo, falou sobre a perspectiva europeia e sindical sobre transição justa e verde. Ele destacou os desafios enfrentados pelos trabalhadores na Suécia e o movimento de solidariedade global que surgiu para defender acordos coletivos e direitos laborais. “Esta é uma luta global. O objetivo é garantir que a transição para energias limpas seja justa e que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados, evitando que empresas ignorem negociações coletivas”, afirmou.
Vinícius Carvalho Pinheiro, diretor do Escritório da OIT para o Brasil, reforçou a importância da cooperação internacional e do diálogo tripartite na formulação de políticas públicas de emprego que integrem desenvolvimento sustentável e justiça social. “A experiência brasileira e sueca mostra que só com diálogo entre governos, empregadores e trabalhadores é possível construir uma transição climática inclusiva e sustentável”, disse.
Luiz Marinho também enfatizou a necessidade de políticas públicas concretas e ações coordenadas. “Não se trata apenas de responder aos impactos climáticos, mas de construir uma economia que respeite os limites do planeta e valorize quem produz e trabalha”, afirmou. “Nossa missão é garantir que desenvolvimento econômico e preservação ambiental andem lado a lado, especialmente nos países do Sul Global, que enfrentam desafios adicionais.”