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Trabalho e Emprego
Ministro Luiz Marinho participa de ato nacional em defesa dos direitos trabalhistas e do serviço público
Foto: Matheus Itacarambi / MTE
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, participou nesta terça-feira (29) do ato preparatório da 2ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, realizada em Brasília (DF). Organizada pelas centrais sindicais, a mobilização antecede o Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora (1º de Maio) e reuniu trabalhadores de diversas regiões do país em torno de pautas prioritárias, com destaque para a valorização do serviço público e a defesa dos direitos trabalhistas.
Com concentração no estacionamento do Teatro Nacional, na Praça da Cidadania, o evento teve início às 8h, seguido de uma plenária às 9h. A marcha em direção ao Congresso Nacional começou às 10h30, onde os manifestantes entregaram uma pauta de reivindicações aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Em seu discurso, o ministro Luiz Marinho reafirmou o compromisso do governo federal com as pautas da classe trabalhadora e transmitiu uma mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Quero trazer o abraço fraterno do presidente Lula a todos os companheiros e companheiras da classe trabalhadora brasileira. Às 15h de hoje, o presidente receberá as centrais sindicais para receber oficialmente suas reivindicações”, afirmou.
Na presença de parlamentares, servidores e representantes sindicais, o ministro ressaltou a importância da mobilização política. “É muito importante esse processo de engajamento da classe política. A responsabilidade precisa ser assumida. O Congresso precisa ser envolvido nos debates e responder às demandas do povo trabalhador.”
Luiz Marinho também fez duras críticas aos retrocessos dos anos anteriores e defendeu a reconstrução dos direitos e das ferramentas de organização sindical. “Removeram direitos fundamentais, enfraqueceram os sindicatos e desmontaram estruturas essenciais de organização. É urgente recuperar essas conquistas, com unidade e mobilização em cada canto do país”, declarou.
Sob o lema "Valorização para quem faz o Estado", a Marcha Nacional da Classe Trabalhadora foca na defesa dos servidores públicos das três esferas — municipal, estadual e federal. As principais reivindicações incluem o fim do confisco nas aposentadorias, a manutenção do Regime Jurídico Único (RJU), a regulamentação da negociação coletiva (Convenção 151 da OIT), o cumprimento de acordos de greve e a rejeição à reforma administrativa. Além disso, os docentes das universidades federais exigem a ampliação dos orçamentos destinados às instituições públicas de ensino superior, aos institutos federais e aos Cefets.
Além das pautas específicas do funcionalismo público, a marcha levou ao Congresso uma agenda mais ampla, que inclui a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, o fim da jornada 6x1, a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, a valorização da agricultura familiar, a promoção da igualdade salarial entre homens e mulheres, e o combate ao assédio moral e à precarização das condições de trabalho.
O ministro destacou que o governo está alinhado com muitas dessas pautas e mencionou o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, atualmente em tramitação no Congresso. “O presidente Lula assumiu o compromisso de isentar do imposto de renda quem ganha até R$ 5 mil. O projeto está lá. Mas para valer em 2025, precisa ser aprovado este ano. E tem gente que não gosta dessa ideia, porque ela favorece quem ganha menos”, ressaltou.
Sobre a jornada de trabalho, o ministro reconheceu que o país perdeu oportunidades de avançar. “Era possível fazer um acordo gradual sobre a redução da jornada. O Brasil deve isso à classe trabalhadora. O debate precisa ser retomado com força. E vocês podem contar com a minha simpatia para essa pauta”, declarou, ao defender a proposta de uma jornada de 40 horas semanais.
Ao encerrar sua fala, Luiz Marinho ressaltou que a melhoria das condições de trabalho está intrinsecamente ligada à retomada da democracia e à reconstrução do país. “A classe trabalhadora precisa ser protagonista na reconstrução do Brasil. Temos que garantir renda, direitos e dignidade. Essa mobilização é necessária para o país e para o povo brasileiro”, concluiu.
A Marcha Nacional da Classe Trabalhadora é uma ação unificada das centrais sindicais, com o objetivo de pressionar o Legislativo e o Executivo em defesa dos direitos trabalhistas e da valorização do trabalho. Além disso, o evento busca fortalecer o diálogo institucional e dar visibilidade às demandas dos trabalhadores de todo o país.