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DEFESA DA DEMOCRACIA
Jorge Messias participa de homenagem a vítima da ditadura militar no Recife
- Foto: Renato Menezes / AscomAGU
O advogado-geral da União, ministro Jorge Messias, participou de ato em homenagem ao líder estudantil Cândido Pinto de Melo e em memória dos 61 anos do golpe militar, no Recife, nesta segunda-feira (31/03). Na cabeceira da Ponte da Torre Engenheiro Cândido Pinto de Melo, local do atentado político que deixou paraplégico o líder estudantil em 1969, no bairro das Graças, foi descerrada uma placa com a sua história.
“Cândido Pinto foi alvejado porque representava, naquele momento de 1969, a luta pela resistência democrática, porque era presidente da União Estadual dos Estudantes de Pernambuco, que como outros tantos estudantes se levantou naquele momento contra a arbitrariedade, contra o horror, o terror que foi a ditadura militar”, afirmou o ministro.
Segundo Messias, “o dia 31 de março é muito oportuno para fazer essa homenagem, porque é um dia de conscientizar a todos nós do horror que foi a ditadura e do horror que é não viver na democracia”. Em seu discurso, o ministro lembrou que estudou na mesma universidade que Cândido e participou do movimento estudantil.
Justiça e cidadania
O ato foi promovido pela Secretaria de Direitos Humanos e Juventude da Prefeitura do Recife, em parceria com o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), e faz parte do projeto “Histórias nas paredes”, que busca reforçar o papel do Estado na preservação da memória como ferramenta de justiça e cidadania.
“Fico pensando em que tipo de gente é essa que hoje, sabendo de todo o horror que aconteceu durante 21 anos neste país, ainda quer sentir o perfume da pólvora odiosa que atingiu Cândido Pinto em 1969”, discursou Messias.
“A nossa luta em homenagem a Cândido e a tantos outros que tombaram é a luta para brecar e impedir qualquer projeto de anistia para aquelas pessoas envolvidas com o 8 de janeiro. É por isso que eu finalizo dizendo: sem anistia!”, acrescentou o ministro, ao do lado do irmão de Cândido Pinto, o professor da UPFE Celso Pinto de Melo, e da sobrinha do líder estudantil, Camila Pinto de Melo.
História
Em abril de 1969, o então estudante de engenharia e líder estudantil Cândido Pinto de Melo, que presidia a União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), estava na Ponte da Torre, aguardando na parada de ônibus, quando foi vítima do atentado político e levado por homens encapuzados. Cândido foi surpreendido por dois disparos, um no rosto e outro na coluna, que lhe deixou paraplégico aos 21 anos.
Após o atentado, Cândido continuou atuando na luta pela democracia e pelos direitos humanos e na defesa dos direitos das pessoas com deficiência (PCD). Ele faleceu precocemente, aos 55 anos, em 2002, em virtude das sequelas deixadas pelo atentado. Naquele ano, a Lei Municipal n.º 16.826 deu à Ponte da Torre o seu nome.
Homenagem
O ato foi conduzido pelo promotor José Soares e contou com a presença do secretário municipal de Direitos Humanos e Juventude, Marco Aurélio Filho; do procurador-geral de Justiça de Pernambuco, José Paulo Cavalcanti; de representantes do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP); de promotores do MPPE; de egressos da Faculdade de Direito do Recife (FDR-UFPE), de movimentos estudantis e sociais e de vereadores do Recife.
Da AGU, estiveram presentes também o adjunto do Advogado-Geral da União, Junior Fideles; o consultor-geral da União, André Dantas; a secretária-geral de Contencioso, Isadora Cartaxo; o subprocurador-geral Federal, Igor Lins da Rocha Lourenço; o procurador federal Bruno Portela, coordenador do Laboratório de Inovação da AGU; o consultor jurídico do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Victor Cravo; o consultor jurídico do MEC, Rodolfo Cabral; o procurador-regional federal da 5ª Região, Luiz Henrique Diniz; a procuradora-regional da União na 5ª Região federal, Maria Carolina Scheidegger; e o diretor da Escola Superior da AGU na 5ª Região, Artur Albuquerque da Costa Lins.
Assessoria Especial de Comunicação Social da AGU