Compatibilidade com alterações e reparos prévios
Antes de instalar uma nova alteração ou executar um novo reparo, é fundamental avaliar se ele é compatível com qualquer alteração ou reparo previamente existentes na aeronave.
Isso é essencial para manter a aeronave em condições de voo seguro.
Veja por quê:
- Evita conflitos estruturais e funcionais: um novo reparo (ou alteração) pode impactar partes já existentes, comprometendo a resistência, a aerodinâmica ou até o funcionamento de sistemas críticos.
- Preserva a integridade da aeronave: reparos (ou alterações) sobrepostos ou incompatíveis podem gerar, por exemplo, pontos de fragilidade, vibração excessiva ou desgaste prematuro.
- Garante conformidade com normas da ANAC: a instalação de alteração ou execução de reparo sem considerar o histórico pode violar requisitos do RBAC 43, podendo comprometer o desempenho esperado durante a certificação de tipo da aeronave.
- Evita retrabalho e custos extras: descobrir incompatibilidades após a instalação pode exigir desmontagem, novo reprojeto e até submissão à ANAC se for necessário aprovar algum dado técnico complementar.
Como analisar a compatibilidade
Compatibilidade é diferente de só “caber”: é demonstrar que todos os requisitos aplicáveis continuam atendidos após a combinação de alterações/reparos.
1. Defina o escopo: alteração/reparo, maior/menor, dados aplicáveis.
2. Levante a configuração existente: STCs, reparos, SBs, DAs, ALIs, TCDS/AFM/AFMS, ICA.
3. Mapeie interfaces: estrutura, sistemas, elétrico/aviônicos, físico, peso/CG, desempenho.
- ICAs/ALIs: alterações e reparos não podem degradar inspeções, limites ou tarefas mandatórias.
- Múltiplos CSTs ou STCs: trate como um sistema integrado; se necessário, peça declaração de compatibilidade ao detentor de CST ou STC.
4. Conflitos? Se sim, obtenha dados aprovados adicionais (fabricante/detentor do TC/STC ou CT/CST, profissional credenciado) ou submeta à autoridade.
5. Evidencie a compatibilidade em relatório/planilha (com referências cruzadas de documentos). Documente adequadamente as decisões: anexe cálculos, desenhos marcados, trechos de manuais e correspondências com projetistas.
6. Atualize registros (logbooks, FCDAs, cadernetas...).